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Era segunda outra vez, Ohana tinha em consciência que passaria alguns dias sem ver os olhos negros que já amava. Sem tocar o corpo que contemplava cada vez que o tinha nas mãos, sem ouvir a voz rouca que a tirava do equilíbrio.

Entregava-se ao trabalho mentalmente cansativo, enquanto forçava todos seus neurônios a acompanhar o que tinha acumulado sobre sua mesa. No vigésimo andar de um enorme prédio em Los Angeles, a jovem advogada focava-se incomparavelmente nos processos que tinha. Já era por volta das 16:00, havia um café puro e amargo, em um copo descartável sobre a mesa. Não tão distante do seu toque. A temperatura do ambiente era baixa, mas não sentia falta do blaser posto sobre a poltrona no canto esquerdo do escritório.

Aquela blusa de manga longa e gola alta, a deixava com ar de imponência. A calça alfaiataria era um pouco justa, demarcava todas suas curvas magnificamente lindas. Os saltos altos, bem, a deixavam alta. Além de serem destacáveis, perfeitos. Lúcifer contemplava a delicada peça de diamante usada pela jovem advogada, dada-a na noite de sábado. Digamos que uma maldita magia Enochiana, posta nas peças, deixava Lúcifer a desejar, a deixava saber cada bendito batimento do coração puro, pela pulseira.

...

Foi atrapalhada pelo entrar da garota de pele negra e cabelos cacheados. Olhar atento, postura confiante e jeito paciente.

-Ohana: Posso te ajudar em alguma coisa? - questionou gentil, como sempre era.

-Mariana: Talvez. - respondeu calma, quando Ohana assentiu milimetricamente.

-Ohana: É.. sobre trabalho? - questionou educada, retirando a visão do notebook. Dando-a toda sua atenção.

-Mariana: Não. - respondeu sincera, com um riso de canto. - Sabe... sua perseguidora já foi embora, aparentemente. Acha que podemos sair essa noite? - mencionou de maneira pejorativa.

Mesmo que o risinho convencido e de desdém estivesse em sua face, na de Ohana só revelava seriedade. Não apoiava aquele termo usado com a mulher que a fazia tão bem.

-Ohana: Não fala assim dela, ok? - pediu paciente, após passar de leve a palma no rosto. - Não fala mal dela aqui, e nem em lugar nenhum.

-Mariana: Tudo bem. Desculpa. - concordou milimetricamente, ainda sorrindo de canto. - Algo casual depois que sairmos daqui, topa?

-Ohana: Não. - respondeu rapidamente. - Eu não posso aceitar.

-Mariana: Por que? Não é nada demais. - soou paciente, deixando escapar um sorriso ladino.

-Ohana: Porque eu levo a mulher que pejorou perseguidora, a sério. Eu tenho intenções a mais com ela. - revelou delicada, com educação. Para não tornar aquilo ainda mais desconfortável. - Não vai rolar nada entre a gente.

-Mariana: Eu não disse nada disso... - manteve o sorriso, mas sua expressão revelava que Ohana não mentia sobre as segundas intenções que possuía. - Apenas uma saída. Vamos?

-Ohana: Não. Até porque eu também não gostaria que ela saísse por aí com alguém que sinto ciúmes. - rebateu rapidamente quando a garota insistiu.

-Mariana: Oh... - sorriu satisfeita. - Então ela sente ciúmes?

-Ohana: Sente e com razão, sua insistência é tremenda, me causa desconfiança. Por que insiste tanto? - questionou desconfortável.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora