Foram dias cansados, já se faziam quase dois meses desde o acontecido. Tomás ainda era fugitivo, Ivana vinha se recuperando e Sidney cada vez ficando mais presente. Ohana se entedia bem com ele, ele as respeitavam e era um ótimo amigo para sua mãe.
Nino havia crescido consideravelmente, e consumava ficar animado quando Ohana chegava do novo escritório de advocacia.
-Ohana: Desculpa, Nino... - pediu frustrada sentando-se na cama após livrar-se do moletom branco. - Não vamos à praia hoje, já está tarde. Tive que ficar mais tempo no trabalho.
O cachorro latiu como se entendesse tudo, e a loira sorriu. Sorrir era uma coisa simples, que pra ela ultimamente vinha sendo raro. Pegou o animal peludo nos braços e o aninhou na cama consigo.
-Ohana: Prometo que te levo amanhã. - sussurrou quando o animal se aninhou um pouco mais.
Ohana fechou os olhos e pôde recordar-se dos olhos negros cheios de atenção. Lembrou-se dos momentos na boate, onde se divertiram a noite inteira. Recordou-se do primeiro beijo, e do sexo caloroso que tiveram dias antes de tudo acontecer. Sentiu um aperto do no peito e logo lhe veio uma extrema vontade de chorar.
Por que sentia tanta saudade? Como iria suportar tudo isso?
Sentou-se na cama impulsivamente, e levou as mãos ao rosto. Respirou fundo e decidiu tomar um banho gelado. Fez isso enquanto manteve-se de olhos fechados por alguns longos minutos. Vestiu um pijama de seda e deitou-se com Nino outra vez.
(...)
Na manhã seguinte levou Nino a praia como prometido. Passeou com ele, e tomou café da manhã sozinha em uma cafeteria simples na beira da praia. Quando voltou pro apartamento tomou um banho demorado e aprontou-se para o trabalho. Tinha inúmeros processos pra resolver, e graças a algum ser divino. Afinal de contas era assim que vinha conseguindo se virar melhor, com a ajuda da sua mãe que também havia finalmente consigo um emprego. Já que Tomás a privava disso.
No voltar para casa Ohana caminhou vagarosamente por uma praça próxima. Observou o movimento populacional e enquanto caminhava, notou um casal que aparentava felicidade. Rapidamente o sorriso inevitável surgiu em seus lábios, e seus olhos brilharam.
Queria tanto que fosse sua realidade.
Eles pareciam livres, era como nos momentos em que Larissa segurava sua mão. Sorriu ladina, e sentiu uma ventania emanar próximo ao seu corpo, olhou para trás... e não era nada. Aquilo a assustou, porque parecia ter sido a única a sentir.
Recordou-se dos últimos segundos, dos olhos negros e íris vermelhas como sangue. Respirou fundo ainda estática e supôs a si mesmo que estava louca.
A história de ser Lúcifer, não era verdade.
(...)
Não tão distante dali, Lúcifer permanecia sentada em seu trono. Tinha uma postura ereta, e um sorriso sofrido nos lábios. Seus olhos fechados mostravam a Dafne que ela tentava chegar a alguém.
A ventania era ela... sempre foi.
-Melissa: Não pode deixar ela fazer isso. - sussurrou entre dentes, beliscando Dafne.
-Dafne: Apenas alguns segundos... Ohana não a verá e Deus não ficará bravo por alguns segundos do tempo eterno dele, não é?. - disse baixinho. - Deixe-a.
De olhos fechados, Larissa podia sentir a pureza que emanava. Mas não era vista. Caminhava ao lado da loira, enquanto cercava-a com seu olhar atencioso. Podia tentar tocar os fios loiros, mas não conseguia. Estava ali apenas em espírito.
-Anitta: São como você e eu. - tentou dizer enquanto acompanhava Ohana em passos vagarosos, e a loira mantinha o olhar tristonho direcionado ao casal.
Em realidade, sentia seu corpo doer. Precisava voltar.
-Anitta: Todos nós somos solitários as vezes. - disse pesado. - Mas eu juro que andaria mil milhas para olhar você outra vez.
Lúcifer fechou os olhos e sorriu frustrada quando observou a loira chegar a portaria do novo apartamento.
-Anitta: Eu daria tudo, pra sair dessa realidade.
-Melissa: Não pode insistir em interferir em segundo plano. Pode acabar se machucando. - soou convicta, em reflexão.
-Anitta: Eu daria tudo de mim pra escapar dessa realidade. Sou imortal, me machucar não vai me matar. - rebateu em um timbre rouco, triste.
Lúcifer abriu os olhos e Dafne os viu marejados, Larissa virou o rosto e engoliu em seco. Repousou ambas as mãos no encosto lateral do trono, e fechou os olhos por alguns segundos.
-Arielle: Eu sinto muito... - sussurrou ao aproximar-se.
-Melissa: Tenho ido a terra como pedido por você. Ela está bem, não se preocupe. - soou paciente. - Fisicamente... quero dizer.
O inferno ainda era instável demais para deixá-lo. Entretanto, tentava ao máximo recupera-lo como podia.
-Anitta: Eu sei... que o acordo foi nunca mais retornar à terra. E se arranjássemos um jeito? - questionou paciente.
-Arielle: Luci... - chamou baixinho.
-Anitta: Apenas algumas horas, Arielle.
-Arielle: Acontece que essa história foi escrita antes que imaginasse. Aquela realidade é a dela, você nunca coube lá. - soou paciente, tentando não magoá-la. - Não acha que insistir mais, só vai machucar as duas?
-Anitta: "Essa realidade é dela, você nunca coube lá." - sorriu em meio aos olhos marejados. - Anjos não sabem do futuro.
-Arielle: Sou responsável por ela. - soou paciente. - Mariana parece ser uma boa opção, não é? Ela será feliz.
-Melissa: A garota que trabalha com ela no novo escritório? - questionou rapidamente, mas Lúcifer não deu importância.
-Anitta: Mariana será o primeiro humano que vou matar se não calar a porra da boca. - sua voz profana soou impaciente, ao erguer-se do trono em repleta fúria.
-Arielle: Não posso acreditar que quer tanto essa garota assim... - soou paciente como sempre, recuando em passos vagarosos para trás.
-Anitta: Eu enfrentei a morte... e os anjos celestiais para ter ela comigo. - sorriu ladina, caminhando em passos lentos, enquanto Arielle recuava. - Nem você ou Deus vai tirá-la de mim.
-Arielle: Você vai colocar os reinos em colapso. O mundo em risco. - soou rapidamente, quando viu Lúcifer descer os degraus que a levavam ao trono. - Outra vez, Luci.
-Anitta: Ela é o meu mundo! - soou em arrogância, ficando a milímetros da irmã.
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Desejo Pecaminoso - Ohanitta
FanfictionO inferno tem se tornado entediante, mas a vinda do Diabo para a terra em busca de entretenimento, lhe trará problemas. O que há de esperar?