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Lúcifer sorriu benevolente, e em seu olhar transparecia reciprocidade. Mas em voz alta, não vociferou o quanto sentia. Aquilo não causou desconforto em Ohana, ela entendia que tinham uma relação um pouco complicada. Afinal, sua mentalidade nunca foi além da humanidade, e agora estava nos braços do próprio Diabo.

Sentiu seu corpo ser erguido em meio a risos, enquanto Lúcifer corria com ela nos braços. Bem, os saltos? Larissa já não recordava-se de onde havia os deixado cair.

Em meio a toda aquela euforia afetuosa em um momento espontâneo, Lúcifer perdeu-se na normalidade da puritana. Sentiu as pernas femininas a abraçarem na cintura, o tronco juntar-se ao seu e os braços da puritana envolverem seu pescoço. A tinha no colo, segurando-a firme.

-Ohana: Vamos pra casa? - chamou baixinho, esquivando-se milimetricamente para olhá-la melhor.

Lúcifer sorriu e concordou em um assentimento, carregando-a nos braços por uma longa distância até Ohana decidir descer. Caminharam de mãos dadas até o enorme estacionamento, ao lado do píer. Adentraram a Ferrari qual Ohana vinha usando na ausência da infernal, e tomando controle do veículo, Larissa as levou para o apartamento da puritana.

(...)

Jantaram com a mãe da menor, e o novo amigo dela. Bem, eles tinham uma energia contagiante, Lúcifer podia senti-la, sabia que se um dia aquela amizade entre Sidney e Ivana tornasse-se algo a mais, faria mais que bem para ambos. Além de que, ele representaria muito para Ohana. Lúcifer não sabia do futuro, mas conseguia presumir muitas coisas pela maldita observação que tinha.

No quarto da puritana, por volta das 19:00 da primeira noite com ela, Lúcifer lançava a moeda pentecostal em altura mediana. O tom envelhecido, e os detalhes minimamente notórios em relevo, a entretinham. Observava confusa enquanto recordava-se de como o dia fora afetuoso e divertido.

Escutava o barulho do chuveiro, a puritana demorava no banho. Adentrou os próprios cabelos negros com a mão livre, e sentiu o úmido, do recém banho quente tido. A ventania adentrava as portas da sacada aberta, e tocava sua pele com sutilidade. O céu já se encontrava escuro, as estrelas brilhavam como nunca e Lúcifer perdia-se ao observar a maldita moeda que flutuava na palma de sua mão.

Luci rapidamente fitou o corpo feminino quando ouviu o abrir da porta. Aquilo a tirou dos devaneios. Encarou a estrutura pouco magra, bem definida. Vestida em um de seus moletons em tonalidade bege, os cabelos loiros livres de qualquer amarração, levemente ondulados por um babyliss. O rosto méleo, composto pelos lábios róseos e os olhos chamativos. Outrora, cercava-lhe com todo sentimento existente em si. Ohana trazia-lhe um desejo incomum, era ali que o desejo famélico e carnal de Lúcifer, morava.

Algo tocava-lhe o cerne, talvez fosse o resquício de maldade existente em si quando o olhar amoroso de Ohana fitava-a em devoção. O que deveria ser o contrário, maltratava o Diabo. Afinal, a puritana quem parecia persuadi-la com todo aquele jeito único.

-Ohana: Já... vai embora? - questionou visivelmente tristonha, ao ver Lúcifer entreter-se com a moeda em mãos.

-Anitta: Ah.. não. - negou rapidamente.

Guardou a moeda de forma brusca, qual antes segurava. Seus olhos fitaram como outrora, a jovem loira que agora caminhava em passos vagarosos, até sua proximidade.

-Anitta: Quando eu for... saberá. - manteve-se inexpressiva.

A infernal colocou-se à encarar através das portas abertas. As estrelas ainda chamavam-a atenção. Inexpressiva, era fria. Ohana recordava-se daquele olhar sem emoção.

-Ohana: Está tudo bem? - questionou-lhe paciente ao aproximar-se mais.

A expressão do Diabo mudou-se repentinamente, espontânea, carregava um olhar devoto é um sorrisinho fraco de canto. Ohana sempre a causava isso. Lúcifer assentiu milimetricamente, e recebeu as mãos femininas a envolvê-la pela cintura. Aqueles lumes castanhos a tiravam o equilíbrio, tão puros e envolventes.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora