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A garrafa de tequila ao lado da cama, revelava que Lúcifer não havia tido uma noite calma. Dormia de maneira largada sobre a própria cama, na alta cobertura luxuosa com vista pra Malibu.

-Melissa: Acorde, Luci! - a voz feminina e estressada soou em repúdio.

-Larissa: Não podemos apenas descansar um pouco? - questionou sonolenta, ainda de olhos fechados. - Somos infernais, nosso tempo é eterno.

-Melissa: Aparentemente seu alarme mundano também. Não para de tocar, está irritando-me! - soou cheia de antipatia.

A morena levantou-se rapidamente levando as mãos ao robe de seda, fechando-o com facilidade enquanto atordoada buscava o aparelho sobre o móvel.

-Anitta: Porra! Bagulho chato... - reclamou a demoníaca assim que pegou o objeto em mãos, e sem pensar duas vezes o arremessou através da varanda aberta.

Lúcifer caminhou em direção ao banheiro, descansando-se na enorme banheira de porcelanato. Dando-se o luxo de alguns longos minutos na hidromassagem. Teve um tempo para si, de extremos cuidados... mas quando saiu de lá, estava esplendidamente impecável.

-Melissa: Por Deus! São 8:30 onde você vai? Isso parece mais torturante que as almas culpadas do inferno. - soou em rouquidão, com surpreendimento.

-Anitta: Irritar alguns mundanos, não me procure. - soou paciente, com um sorriso perverso e um olhar diabólico.

(...)

Lá estava o Diabo na porta da igreja, sobre o gramado verde. Seu olhar buscou cada mínimo detalhe do lugar, notando cada parte que julgava tão horrível. Zombava da estética do ambiente, na cabeça de Lúcifer humanos tinham péssimos gosto.

Exceto, a pequena loira que frequentava o lugar. Ela não era como eles.

-Anitta: Papai... aqui tem mais almas pertencentes à mim do que a você. - sussurrou antes de adentrar a igreja. - Eu disse que criar isso tudo, era uma bobeira. Eles são inúteis... não consegue ver?

Seu scarpin tocava o chão amadeirado levando sua chegada a ecoar por todo ambiente. Satanás adorava ser observada, e sorriu perversa quando teve o que queria. Os olhares promíscuos lançado sobre si, revelava as inúmeras almas ali que tanto pertenciam a ela.

-Ohana: O que você está fazendo? - questionou entre dentes ao puxa-la para lateral de forma discreta, levando-a sentar-se com ela.

-Anitta: Ah... Dafne disse-me uma vez que os humanos são engraçados com essa baboseira. - soou patética com um riso curioso. - Seu pai me parece engraçado.

Ohana revirou os olhos, ao notar tanta rebeldia. Larissa sentava-se ao seu lado e carregava entre os belos lábios um sorriso magnífico, entretanto debochado.

-Anitta: Você gosta disso? - questionou enquanto Tomás falava algo no microfone, tão pouco capaz de chamar a atenção do Diabo.

-Ohana: Não, as vezes falam coisas extremistas. - soou sincera, em um sussurro. Bem, era a única porque Larissa não se importava com o tom de voz usado.

-Anitta: Deus não é como eles dizem... - soou calma, sincera, observando em volta. - Quer tomar um sorvete? - A igreja herege era entediante.

Deixava a Diaba louquinha.

-Ohana: Não posso sair agora, Tomás está olhando. - soou sincera, em um tom entristecido. - Eu deveria ao menos pedi-lo antes. Pode esperar acabar?

Queria mesmo ficar na companhia da morena sem escrúpulos algum, entretanto isso custaria-lhe inúmeras horas de brigas e humilhações se o fizesse sem pedir a Tomás. Mesmo que já possuísse maior idade.

-Anitta: Eu peço. - sorriu soberba.

Em vão, Ohana tentou segura-la por um impulso, mas a Diaba era simplesmente rebelde.

-Anitta: Terminou Tomás? Quero levar sua filha. - soou impaciente. Revelando ao homem o que ele não sabia.

-Tomás: Como? - a voz masculina.

Os olhares ali curiosos levaram Larissa a sorrir malevolente, por Deus! Ela adoraria torturar cada um ali quando retornasse para casa.

-Anitta: Sorvete, vou levá-la pra tomar sorvete. Você já tomou sorvete? - questionou. - Eu gosto, me tira a sensação de que o inferno seja tão quente... - sorriu patética.

Os olhares curiosos permaneceram sobre o corpo divino no centro da capela, sobre o tapete vermelho que levava ao altar. Vestia algo completamente inapropriado, diriam os hereges fanáticos... a peça de seda revelava sua sensualidade, e bem, era olhada com julgamento. Logo pode ouvir as "repreensões" em nome de Deus.

-Anitta: Não digam-me que estou endemoniada. - soou rapidamente quando notou o silêncio. - Não da pra possuir o próprio Diabo sem permissão.

Sem modos, astuciosa e dona de artimanhas. Maldita Lúcifer.

-Anitta: A permite ir comigo? - soou dando pouca importância as cochichos e ao olhar surpreendente do homem sobre o altar que dizia ser santo. - Bem, eu não me importo com o que você diz, mas ela por alguma razão... sim. - mencionou assim que o homem direcionou-se até ela, impedindo de forma indireta que ela continuasse a falar em tom alto.

O olhar malevolente do Diabo caiu sobre o corpo mundano masculino com seriedade, seus olhos o relembraram do dia em que as vidraças estouraram e o vermelho sangue o buscou com sede de ódio.

-Anitta: Vamos Tomás... eu não tenho o dia todo. - soou impaciente.

O homem apenas assentiu silencioso de maneira discreta, mas Ohana presenciou, foi o suficiente. Não entendia o motivo da reposta positiva, entretanto não se negou a acompanhar a mulher que olhava esperançosa.

(...)

-Ohana: Você é maluca? - questionou paciente assim que a morena destravou o Corvette preto na saída.

-Anitta: Ah.. não. - respondeu com ar de sinceridade.

Ohana adentrou o veículo assim como Lúcifer, que carregava uma fisionomia diferente do seu sarcasmo e pateticismo em outrora. Estava silenciosa, mas exalava calmaria. Suas mãos repousaram sobre o volante e após alguns segundos fechou o carro outra vez, assim como o teto. Dando a elas mais privacidade.

-Ohana: São 9 da manhã, quer mesmo tomar sorvete? - questionou confusa.

-Anitta: Quer outra coisa? - questionou paciente. Pois pra ela não diferia a importância de horário. Afinal...

"O diabo lá se importa com hora?"

Optaram por um café da manhã após Larissa descobrir que a loira ainda não tinha comido nada. Em uma cafeteria em Malibu, onde sentaram-se ao ar livre e fizeram pedidos distintos.

-Ohana: Marquei a reunião para esta tarde. - disse baixinho, enquanto Lúcifer a olhava tendenciosa.

-Anitta: Tudo bem. - soou paciente.

Os olhos pecaminosos de satanás caíram sobre a puritana outra vez, enquanto os lábios róseos e entre abertos respiravam com facilidade. Lúcifer almejou aproximar-se e tocar e pele quente, como naquela madrugada. Entretanto, recuou.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora