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Horas antes...

Ao sair do trabalho, Ohana foi de Uber para casa. Chegou no horário do jantar, entretanto somente sua mãe estava a mesa. Ouviu Ivana reclamar do mau humor de Tomás o quanto ele proferia querer conversar com Ohana após seu retorno do escritório de advocacia. Ele havia saído a algumas horas.

-Ohana: O que ele quer? - questionou confusa, em tom baixo e nervoso.

-Ivana: Eu não sei, apenas tente não discutir. - pediu em súplica, erguendo-se da cadeira e colocando-se diante da filha. - Por favor, filha. Não quero que ele te machuque.

-Ohana: Eu prometo, vou ficar calada. - disse em um sussurro quando ouviu a porta abrir.

Tomás passou pela entrada, e quando colocou-se na cozinha Ohana pôde sentir seu corpo estremecer. Em seu interior, implorou por socorro, mas talvez já não pudesse ser socorrida da quase fala vinda do homem alcoolizado a sua frente.

-Tomás: Como pôde? - questionou com tom embriagado. - Como pôde me envergonhar assim?

-Ohana: Eu não... eu não fiz nada, juro! - disse rapidamente, vendo o homem fechar os olhos e levar a mão ao rosto.

Ivana rapidamente repousou as mãos nos braços da filha, pedindo que ela corresse para o quarto e fechasse a porta. Estática, Ohana permaneceu em completo e devastador medo.

-Tomás: Como pôde andar com aquela mulher de mãos dadas pela rua? - questionou embriagado, enraivecido. - Alex Martin contou-me que as viu sorrindo em um almoço em Malibu. - ressaltou o nome do ex, e Ohana engoliu em seco.

-Ohana: Ela... convidou-me como agradecimento não foi nada demais. - disse rapidamente tentando se proteger. - Eu juro, Papai. - apelou.

-Tomás: Como consegue mentir assim? Já deitou-se com ela, Ohana? - questionou em avidez. - EM?!

-Ohana: Não! Eu juro que não! - mentiu em tentativa de salvação.

Ivana entrou na frente, em vão. O empurrão deferido-lhe levou-a ao chão, e por um acidente bateu a cabeça na quina do móvel ao lado. Perdendo a consciência instantemente. Ohana engoliu em seco e rapidamente teve os olhinhos castanhos marejados, enquanto implorava ao pai, que á deixasse socorrer a própria mãe jogada ao chão.

-Ohana: Por favor! - implorou. - Você está alcoolizado, me deixe cuidar de você. Pode ser? - propôs tentando safar-se.

Jovem e boba, Ohana...

O tapa deferido-lhe ao rosto a fez engolir o choro, enquanto sentia o ardor da mão masculina ainda em sua pele tão sensível. Podia gritar internamente, renegando toda sua vida.

-Ohana: Tomás, por favor! - implorou antes de sentir outro tapa.

Nem teve tempo de tentar revidar, ou de se proteger. As mãos masculinas seguraram seus braços deixando marcas, enquanto a empurravam em direção ao armário. A loira pode sentir suas costas machucarem-se com os abridores do móvel de madeira, grunhiu em dor, mas não havia ninguém para ajudá-la.

Chamou por Lúcifer incansavelmente, em sua cabeça genuína. Em vão.

Era mais alto, mais forte, estava em completa fúria. Ohana não tinha nenhuma vantagem, a não ser calar-se e aguentar tudo para que não o irritasse ainda mais. Observava a mãe não tão distante, enquanto o homem precisamente gritava em sua face. Praticamente cuspindo as palavras de desprezo em seu rosto.

-Tomás: Onde foi que eu errei? Eu fiz de tudo por você, eu te dei uma boa educação, eu te levei aos melhores passeios da vida. Eu te provei de más influências e eu te fiz frequentar a igreja. Eu te dei amor! O que mais você queria? ONDE FOI QUE EU ERREI? - gritou em raiva.

Desejo Pecaminoso - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora