INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.

CAPÍTULO 4.

ALESSIA.

         O belo vestido que escolhi com a ajuda de minha mãe e Carina, era digno de deixar as princesas das Disney com inveja, mas faltando um dia para o casamento, após o beijo com Nico, decidi que aquele vestido não me representava. Não queria me casar como uma princesa dos contos de fadas, queria me casar como a mulher que eu me sentia. Apesar dos protestos de mamãe, eu me sentia linda. O vestido branco tinha longas mangas rendadas, mas meus ombros estavam nus. O corpete de renda transparente com um forro bege me fazia parecer sexy e elegante, assim como sua saia sereia; apertada até as coxas antes de se abrir um pouco mais, dando movimento e graça ao vestido. Todo o vestido era feito de uma renda fina e delicada, o que dava um toque de romantismo a peça. De frente para o espelho e com os cabelos presos num coque baixo, perfeitamente arrumado com horas de escova e babyliss, mamãe colocou uma coroa singela de cristais sobre minha cabeça e prendeu o véu esvoaçante na jóia. 

Pisquei irritada com os cílios postiços, mesmo que eles não fossem tão longos e Carina entrou em minha linha de visão, abrindo um batom num tom de rosa-chá mais escuro. 

— Acho que combinará com seu novo vestido. — Havia um pontada de orgulho na voz da minha irmã ao me olhar. Eu sorri e deixei com que ela contornasse meus lábios com o batom. 

— Realmente combinou. — Uma voz tímida ecoou atrás de mim, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar, porque até mesmo no tom de voz éramos parecidas. Respirei fundo ao me virar.

Alessa estava vestindo um belo vestido longo, rosé-claro. Ela, Cinzia e Carina estavam vestindo a mesma cor, como minhas madrinhas. Mesmo após o incidente entre ela e Nico, eu não tinha tido coragem de tira-la de sua posição de dama de honra. Eu a amava, mesmo que não confiasse mais nela. 

— Obrigada. — Disse forçando minha expressão a se suavizar, mas Alessa me conhecia a vida toda, sabia que era falso. — Você está muito bonita. 

— E você parece uma mulher, aquelas de filmes de Hollywood. — Minha elogiou e eu não pude suprimir o sorriso. Carina pareceu aliviada com nossa pequena interação. 

— Você não vai tirar esse bracelete? Não combina com o visual todo. — Carina perguntou segurando meu pulso e avaliando o bracelete de metal negro. Eu sabia que o italiano dela era tão bom quanto o meu, e que ela estava lendo a inscrição. — Isso veio de Nico Parisi? 

— Sim. — Dei de ombros. — Não vou tirar. 

Carina balançou a cabeça, mas não disse nada conforme pegava meu buquê de flores e me entregava. Avaliei a beleza das rosas vermelhas, naturais e perfeitas, com um suspiro comedido. Quando minha mãe perguntou que tipo de flores eu queria para meu buquê de noiva, não consegui pensar em outra coisa senão rosas vermelhas, a mesma flor tatuada na pele de Nico. Carina percebeu na mesma hora o porquê da escolha, mas ela não imaginava minha motivação. Nico era um homem cruel, e mascarou bem isso enquanto estava aqui. Todos seus sorrisos, deboches e risadas, sua falsa postura casual era uma farsa. Precisava faze-lo gostar de mim, e cada mínimo detalhe contava. Eu não costumava ser cegamente gentil, mas se trata-lo bem era o que estaria entre mim e uma possível morte, eu teria que faze-lo. Nenhuma das moças do nosso círculo se casavam usando flores tão escuras, principalmente vermelho que lembrava sangue, mas eu tinha esperança em agradar Nico com a escolha das flores, e também com o bracelete em meu pulso. 

Morar em Las Vegas, longe de toda minha família era uma coisa pela qual não estava ansiosa, mas precisava de uma estretegia caso quisesse viver para visitá-los. 

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Minhas irmãs se posicionaram atrás de mim, todas lindas em seus belos vestidos rosé. Papai sorriu de maneira afetada ao cruzar seu braço ao meu assim que saí do carro e parei na porta da igreja. Nem Nico ou eu acreditávamos em Deus, mas casamentos italianos aconteciam na igreja católica, não importando a religião — ou falta dela — dos noivos.