CAPÍTULO 22.

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NICO


Um mês depois da visita de Clarice, Alessia ainda se portava com cuidado ao meu redor. Suas palavras eram poucas e quase nunca voluntárias; eu tinha que perguntar para que ela me respondesse, e por fim, cansei de tentar. Dormia em nosso quarto porque não gostava da ideia de termos quartos separados como meus pais tinham no passado, mas não me sentia em um casamento real. Era como ter uma colega de quarto e a cada dia isso me irritava mais. Felizmente, eu tinha minhas mãos ocupadas com Luca, o que me impedia de pensar a respeito de minha esposa. Meu irmão estava se recuperando da abstinência depois de vinte dias trancado no quarto, mas eu ainda não o deixava sair sem meus guardas. Que se foda. Eu nem sabia se poderia confiar nele para ser meu Consigliere depois se toda a merda com drogas. Enfurnado no escritório como estava nos últimos dias, me surpreendi quando um toque suave soou na porta. Luca esmurrava a porta, meus soldados batiam firmemente, então, só podia ser minha esposa ressentida. Suspirei. 

— Entre. 

Alessia rapidamente abriu a porta, havia um brilho de animação em seu rosto. Era a primeira vez que ela me procurava intencionalmente em dias e eu me perguntei por um momento o que ela estava querendo. 

— Boa tarde, Nico. Podemos conversar? — Minha esposa perguntou docilmente e eu tive vontade de rir. Porra. A garota estava mesmo querendo alguma coisa. 

— O que você precisa? — Perguntei unindo minhas mãos sobre a mesa. Alessia abriu um sorriso imenso, não se importando com meu tom de aviso. 

— Carina e Thomaz nos convidaram para um cruzeiro de natal! — Ela exclamou alegre. — Por favor, Nico. Eu nunca lhe pedi nada antes. Por favor, vamos! Por favor! 

Me recostei contra a cadeira e sufoquei uma risada. Ela parecia uma garotinha animada, não uma mulher. Alessia contornou a mesa e colocou as mãos finas em meus ombros. 

— Por favor? Eu quero tanto passar o natal com minha família. 

— Você não precisa se preocupar com isso, Alessia. Irei providenciar uma viajem segura até seu destino e você passará o natal com novaiorquinos. 

Alessia balançou a cabeça efusivamente e apertou meus ombros. 

— Não! Você é minha família assim como eles. Quero passar o natal com você também, Nico. — Eu não sabia se Alessia estava percebendo o que estava fazendo ao senta-se de lado em meu colo e me olhar com um biquinho. Não sabia se ela estava sendo falsa e usando gentileza para me convencer, ou se suas ações eram realmente involuntárias. Bom… Se ela quisesse apenas sair, não insistiria para que eu fosse junto, afinal. — Por favor? 

Que se foda. 

Puxei Alessia contra mim e a beijei intensamente, fazendo ela pular de surpresa antes de me beijar de volta com o mesmo fervor. Havia sentido saudades de seu corpo, de sua boca, de seu calor. Minha esposa enfiou os dedos em meus cabelos e me puxou ainda mais em direção a ela, fazendo-me perceber que ela também tinha sentido falta de contato. 

— Avise a sua família que estaremos lá. — Murmurei contra os lábios de Alessia e ela me compensou com um beijo que me fez estremecer de desejo. 

×
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Três dias depois, desembarcamos em New York. Conferi meu celular, vendo que já era vinte e dois de dezembro e eu sequer tinha visto o tempo passar envolvido demais em cuidar de Luca. Meu irmão caminhava resignado ao meu lado, se não fosse o problema com as drogas, ele não seria obrigado a estar conosco, no entanto, ele sabia que minha paciência estava no limite e que não deveria insistir. Havia deixado o atual Consigliere da Camorra cuidando de tudo, mas menos de sete horas depois ele já tinha me mandado mensagens sobre soldados desordeiros. Não queria me preocupar com aquela merda, por isso, digitei uma rápida mensagem. 

INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora