ALESSIA.Nico não foi dormir no quarto de hóspedes, na verdade, ele saiu de casa pouco depois de entrar lá. Tentei ligar várias vezes, mas depois de ignorar as primeiras duas ligações, ele desligou o telefone. De duas coisas eu tinha certeza: Nico tinha um irmão gêmeo e ele estava morto. Eu sabia da segunda parte porque ele já tinha deixado claro que sua única família era Luca, e a expressão de dor em seu rosto quando pegou aquela foto, era a mesma que eu tinha em meu rosto ao ver fotos de Alestra. Desci para a cozinha quando ouvi um barulho alto vir dela; Luca tinha seu próprio apartamento na parte exterior da casa e Marina tinha ido embora antes do jantar, então, só podia ser Nico. O vento frio da madrugada me fez ficar arrepiada, mas não me importei com isso ao descer as escadas correndo e atravessar o lobby.
— Porra! — Gritei quando vi Nico parado na cozinha com um copo de whisky na mão, totalmente manchado de sangue. O líquido nojento e coagulado manchava cada local onde ele passou ou tocou, deixando a cozinha numa bagunça horrível. — O que aconteceu?
— Tortura e assassinato. — Nico murmurou secando seu copo num gole. Rapidamente ele o encheu novamente e tornou a beber.
— Você está ferido? — Perguntei ao me aproximar e Nico deu um passo para trás.
— Não me toque. Não quero que me toque quando eu estiver sujo do sangue podre dos bastardos que torturo. — Nico sibilou se afastando de mim ainda mais. Meu coração doeu ao ver seu rosto contorcido em desespero.
— Tudo bem, querido. — Usei o tom mais suave que consegui e Nico me olhou como se tivesse crescido um chifre em minha testa. — O que? Você me chama de querida e eu te chamo de querido.
Nico balançou a cabeça e suspirou ao passar as mãos pelos cabelos; sangue manchou os fios loiros.
— Sinto muito. — Ele disse por fim. — Por essa merda toda.
— Não importa. — Garanti. — Você pode confiar em mim com qualquer assunto, mas eu não irei forçar a barra. Só quero que saiba que quando precisar contar algo, eu te ouvirei, sem jamais julgar.
Nico assentiu, mas eu vi em seu rosto a desconfiança. Ele não acreditava que eu seria capaz de ouvi-lo sem julgar.
— Vou me lavar no banheiro da piscina, te encontro no quarto. — Nico saiu da cozinha antes que eu pudesse responder e tomei meu caminho de volta ao quarto.
Sabia que ele tomaria outro banho após se enxaguar no quintal, por isso preparei a banheira, jogando meus prefiros sais de banho com cheiro de morango. Eu amava morango, sempre usava qualquer produto que tivesse a fruta vermelha no rótulo. Minutos depois, quando o banheiro estava inundado pelo cheiro de strawberry bath salts, um produto que eu adorava, entrei na banheira e me permiti relaxar na água quente. Nico chegou alguns minutos depois, vestindo apenas uma cueca. Felizmente ele já tinha se enxugado, ou eu teria feito ele limpar toda a água que espalhasse pela casa. Meu marido rapidamente tirou a cueca e adentrou a água cheia de espumas, fazendo a água subir de nível.
Nico fechou os olhos e se manteve em silêncio absoluto; peguei a esponja de banho e a embebedei com sabonete líquido antes de me aproximar dele com lentidão. Nico abriu seus olhos cinzas e os fixou em mim conforme passei a esponja sobre seu peito duro, limpando os resquícios de sangue. Ele relaxou por um momento e voltou a fechar os olhos conforme eu fazia meu caminho por seu corpo, esfregando os locais onde ainda havia sangue. A espuma ficou rosada, mas não me importei. Segurei suas mãos e esfreguei a esponja em seus dedos, tentando tirar o sangue seco sob suas unhas. Nico apenas suspirou.
— Você não precisa fazer isso. — Meu marido disse depois de um tempo, ainda de olhos fechados. Abri um sorriso.
— Mas eu quero.
VOCÊ ESTÁ LENDO
INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.
RomanceCAPÍTULO NOVO -TODOS- OS DIAS! ALERTA DE SPOILERS: ESSE É O SEGUNDO LIVRO DA SAGA INEVITÁVEL, É NECESSÁRIO QUE LEIA O PRIMEIRO PARA COMPREENDER ESSE POR INTEIRO. "Ele era fogo, e eu, gasolina." Após o casamento de sua irmã mais velha com o Capo da...