INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.

CAPÍTULO 11.

ALESSIA. 

Tarde da noite, eu percebi que Nico não voltaria para casa. Não tinha ideia do que ele estava fazendo, mas tentava pensar que eram apenas negócios, mesmo que os pensamentos sobre traição viessem a mente. Ele não sairia para transar com outra um dia depois de nosso casamento, sairia? Ri em desgosto ao pensar nisso, claro que sairia. Ele era o Capo da Camorra e estava em sua cidade, onde era o rei. Ter uma esposa não mudava isso. Não havia nenhum empregado na casa, apesar soldados que patrulhavam os jardins sem jamais atravessar a porta de entrada. Casada há vinte e quatro horas e já estava solitária na enorme mansão Parisi. Não sei que horas deitei para dormir, mas acordei repentinamente quando o colchão ao meu lado afundou e senti Nico se ajeitar na cama; pela fraca luz no horizonte que via pela janela, sabia que o dia amanheceria embreve. Meu marido se aproximou de mim até tocar o queixo em meus cabelos, mas manteve seu corpo a distância. 

— Onde você estava? — Perguntei baixinho ainda sem me virar em direção a ele. Nico se aproximou mais, passando seu braço ao redor da minha cintura e pressionou um beijo no local acima de minha orelha. 

— Resolvendo problemas da Camorra. — Meu marido disse evasivo e eu suspirei em descontentamento. Se ele estivesse com outra mulher, me diria? 

— Apenas use camisinha se estiver trepando com outras, não quero uma doença. — Sibilei secamente e fechei os olhos para tentar adormecer novamente. Nico bufou. 

— Não se preocupe com isso, Alessia. — Sua resposta seca me deixou ainda mais irritada e um segundo depois, Nico tirou o braço da minha cintura e se afastou para o outro lado do colchão. 

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O dia seguinte começou perto das onze, horário em que acordei. Meu celular estava repleto de mensagens de minhas irmãs, mas não tinha disposição para responder nenhuma delas. Nico continuava a dormir todo esticado em seu lado da cama, usando apenas uma cueca box branca que fazia pouco para esconder o contorno de seu membro. Me levantei devagar, não querendo acorda-lo, e caminhei em direção ao banheiro. Na luz do dia, conseguia pensar melhor no que tinha acontecido na noite anterior; havia o acusado de me trair, mesmo quando ele disse que estava resolvendo problemas da Camorra. Eu sabia que muitas vezes Thomaz passava noites fora de casa, mas que não traía Carina. Assim como meu pai. 

Escovei meus dentes e lavei meu rosto antes de sair do banheiro. Na noite anterior, eu tinha organizado minhas roupas no closet e rumei para lá. Os caros ternos escuros de Nico constrastavam com minhas roupas claras e coloridas, uma das muitas diferenças entre nós. Passei por sua coleção de relógios caros e peguei um vestido branco elegante que ia até meus joelhos e sem mangas. Havia terminado de me vestir quando ouvi o barulho de passos no quarto e saí do closet. Nico tinha se levantado e caminhava sonolento em direção ao banheiro, me sentei na cama e esperei que ele voltasse. 

— Gostaria que disponibilizasse um de seus soldados para me levar as compras hoje, caso seja possível. — Pedi placidamente quando ele saiu do banheiro enrolado numa toalha. 

— Posso te levar. — Ele respondeu rouco ao entrar no closet, me levantei e o segui. 

— Gostaria de ir com um soldado, pois pretendo passar o dia fazendo compras para meu guarda roupa e para casa. — Eu realmente precisava de roupas menos quentes, já que o sol de Las Vegas era de matar qualquer um, e também, queria dar um pouco de feminilidade na casa de aparência tão masculina. Nico não disse nada enquanto deixava a toalha cair e vestia-se para o dia, desviei os olhos e só voltei a olha-lo quando estava vestindo a camisa social preta. 

— Lembre-se Alessia, qualquer traição sua resultaria na morte do seu parceiro, o sangue dele estaria em suas mãos. — Dei um passo para trás, alarmada e ultrajada com seu tom duro e acusatório.