CAPÍTULO 14.

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NICO

Minha esposa estava absolutamente deslumbrante em seu vestido vermelho, e quando entramos no salão do Luxor Hotel, todos os olhos caíram sobre ela. Possessividade furiosa me tomou quando notei o olhar dos homens, mas Alessia estava muito ocupada observando a arquitetura do Luxor para notar que alguns a despiam com os olhos. Obviamente, os homens que a olhavam com malícia eram de fora do círculo da Camorra, os que me conheciam, sabiam que não deveriam sequer olhar em direção a ela, quanto mais com desejo. 

— Nico Parisi! — O Senador Carlton me saudou quando pois os olhos sobre mim e logo se virou para Alessia, pegando a mão dela para beijar. — Senhora Parisi, sua beleza é ofuscante. 

Eu não liguei para o elogio de Carlton, tanto porque tinha sido respeitoso, tanto porque o pau de Carlton não subiria para um mulher, nem mesmo para a minha. Se não fosse um Senador, provavelmente já teria largado sua mulher e ido viver com seu amante — Esse que eu podia ver na festa. 

— Obrigada, é um prazer estar aqui. — Alessia respondeu com elegância, como uma princesa italiana. 

— Nico! — Uma voz anasalada exclamou ao meu lado e me virei para o som. Clarice Carlton tinha um enorme sorriso nos lábios e me beijou no rosto, um cumprimento íntimo demais para meu gosto. — Estou tão feliz que o casamento não tenha te tirado da diversão! 

Ah, puta que pariu. Clarice era uma espécie de prostituta que não recebia; gostava de homens poderosos e com muito dinheiro, mesmo que não precisasse de dinheiro algum sendo filha do senador e herdeira de uma multimilionária empresa de cigarros. Uma mulher solteira na máfia, jamais se vestiria ou se portaria com ela; enquanto nossas mulheres permaneciam virgens até o casamento e usavam roupas comportadas, Clarice usava um vestido dourado de gigantesco decote que pouco fazia para esconder seus seios siliconados, e mesmo que fosse longo, era tão colado a pele que poderia estar nua. Abri um sorriso forçado, mesmo que a irritação por seu comentário me fizesse ter vontade de enfiar uma faca em seus peitos de plástico. 

— A propósito, essa é minha esposa, Alessia Parisi. — Apresentei indicando Alessia com um gesto. Minha linda esposa provavelmente estava corada de raiva sob as camadas espessas de maquiagem, mas seu rosto não transmitia nada, exceto falsa simpatia. — Querida, essa é Clarice Carlton. 

Alessia se inclinou para beijar o rosto de Clarice quando a mesma iniciou o cumprimento. Clarice sorriu abertamente para Alessia. 

— Querida? Eu pensei que era um casamento de aparência, mas como não é, desculpe meus modos, Alessia. — Eu arqueei as sobrancelhas para a total sinceridade nas palavras de Clarice. — Podemos ser ótimas amigas! 

Alessia riu e não pareceu uma risada forçada. 

— Será ótimo, eu realmente preciso de amigas aqui em Las Vegas. 

— Sim! Você era de New York, certo? Amo a cidade, mas nossa Las Vegas é mil vezes melhor. — Clarice piscou para Alessia. — Podemos marcar um almoço? Eu, você e nossos trinta guarda costas? 

— Tenho certeza de que será incrível. — Alessia garantiu com um sorriso e Clarice se afastou quando novos convidados se juntaram a nós para me cumprimentar. Apresentei Alessia a todos os políticos como minha esposa e ela foi polida e educada com todos eles, ganhando olhares de respeito das senhoras mais velhas. 

— O que foi aquilo entre você e Clarice? — Perguntei no ouvido de minha esposa quando tivemos um tempo a sós. Alessia riu. 

— Acho que ela estava sendo sincera quando disse que respeita nosso casamento caso não seja só de aparências, mas mesmo assim, você disse que não me trairá, então não tenho porque me preocupar, certo? — Alessia perguntou com um sorriso gentil nos lábios e deu um gole em sua champanhe. Me aproximei dela e beijei seus cabelos que sempre cheiravam a morangos. Não entendi o aperto em meu peito ao ouvir suas palavras de confiança. 

INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora