INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.

CAPÍTULO 6.

NICO. 

O medo estava estampado em cada traço do belo rosto de minha esposa. Seus olhos azuis se fixaram a nossa frente, obviamente tentando parecer forte, mas eu estava acostumado ao medo, e as mãos trêmulas de Alessia era um grande sinal. Eu havia achado que Alessia não tinha mais nada a perder, mas ainda restava uma coisa, se minhas suposições estivessem certas: sua virgindade. O maior medo de uma mulher italiana, o maior medo de uma mulher dentro da máfia, era sua noite de núpcias, o estupro que poderia vir ou não vir. Havia sido sincero durante a dança, não tinha intenção alguma de estupra-la, criar traumas que eu sabia o quão dolorosos eram, mas não podia simplesmente deixa-la intocada. As malditas tradições italianas da Famiglia exigiam que eu a fodesse, forçavam minha mão. No dia seguinte as mulheres de sua família viriam retirar os lençóis manchados, uma prova incontestável de sua virgindade, e se não encontrassem isso, achariam que eu era fraco, que a Camorra e Las Vegas eram fracos; e eu não permitiria isso. Destranquei a porta da suíte com o cartão magnético que Thomaz tinha me entregado durante a festa e abri a porta, dando espaço para que Alessia entrasse primeiro. Assim que passou pelo portal, minha esposa estremeceu visivelmente e nem mesmo todo o esforço que fazia foi capaz de esconder seu completo pavor. Inferno. Ela era uma garota, ter dezoito anos não mudava isso. Legalmente, minha esposa sequer poderia beber. Sempre pensei que o casamento com Alessia seria um problema por causa da trégua frágil que tinha com a Cosa Nostra, mas não tinha pensado no lado físico da coisa. Alessia parecer uma mulher adulta, não mudava o fato de que até alguns meses atrás, ela era uma moleca. Gostaria de voltar no tempo e dizer ao pai dela — quando ele me ameaçou na festa — que deveria ter a poupado da tradição dos lençóis, assim, eu não precisaria fode-la. 

— Você não me acha atraente? — Alessia perguntou baixinho, sua voz tremendo no final. Arqueei as sobrancelhas, completamente espantado e confuso com sua pergunta. — Você está olhando para mim como se quisesse pular pela janela. 

Eu ri. Não pude deixar de rir. Ela era gostosa para um caralho, sua bunda redonda e empinada, os seios maiores do que a maioria das garotas, a boca carnuda… Céus, eu só queria foder sua boca com meu pau. 

— Estou pensando que você é uma menina inocente, e em como devo foder você de uma forma que não seja tão horrível. 

Alessia apertou os lábios numa linha fina, claramente desconfortável com minhas palavras. 

— Não sou uma menina. — Ela demandou. — E se não quer que seja horrível para mim, tire a ideia de foder da cabeça. 

— Oh, desculpe! Estou pensando em como devo fazer amor com você. — Debochei, fazendo Alessia ficar visivelmente irritada. Tive que suprimir o riso. Geralmente, minhas risadas e sorrisos eram formas de provocar, nunca genuínos, nunca porque eu realmente queria sorrir ou porque realmente achava graça; homens como Thomaz Rizzi praticamente tinham um enfarto a cada vez que eu sorria debochado ou ria de suas ameças, era divertido de ver. Mas com Alessia? Porra. A garota era tão idiota que me fazia rir de verdade. 

— Sim, Nico. Fazer amor. Você mesmo disse que não sou uma puta para ser tratada com menos do que respeito absoluto, então, faça valer suas palavras! 

Tive que sufocar outra risada. Seu rosto vermelho de irritação era adorável, assim como o leve bico que ela estava fazendo. Tão jovem, tão criança. Balancei a cabeça e a olhei com atenção, forçando meus olhos por seus seios, sua cintura e quadris. Precisava ver Alessia como uma mulher, como a porra da minha esposa, ou não conseguiria consumar o maldito casamento. Num movimento lento, me sentei na borda da cama alta e a encarei por um longo momento. 

— Tire a roupa. — Suavizei a voz conscientemente para soar como um pedido, mas Alessia sabia que era uma ordem, pois engoliu em seco. — Dê-me a visão de seu corpo, querida esposa.