CAPÍTULO 34.

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NICO.

Com Luca em casa e Thomaz cuidando das corridas, meus dias se tornaram menos angustiantes. Alessia estava certa quando dizia que eu estava sobrecarregado lidando com meu irmão, a Camorra e as corridas interestaduais. Hoje era o começo de um novo ciclo de corridas que durariam quarenta horas, saindo de Las Vegas com destino a New York; o primeiro colocado ganharia cinquenta mil dólares, o segundo vinte e cinco e o terceiro dez mil; todos estavam animados e as apostas estavam correndo mais rápido que os carros. 

— Em quem vocês estão apostando? — Alessa perguntou encarando as treze filas de carros. 

— Nós não apostamos, mas acho que o número treze e o dezessete são os que tem mais chances. 

— O dezessete deve quarenta mil a Camorra e só não está morto porque Luca não estava bem há três dias atrás para enfiar uma bala na cabeça dele. — Suspirei. — Espero que ele ganhe, ele é um cara decente. 

— Como um cara decente deve quarenta mil dólares para a máfia? — Alessa estava descrente. Mesmo numa conversa amena, ela me irritava apenas por respirar. 

— A casa dele pegou fogo e foi toda destruída, ele pegou o dinheiro para construir outra, quitou parte da dívida com o seguro, mas ainda não pagou os quarenta mil restantes. 

— Você não pode interceder? — Foi a vez de Carina perguntar. 

— Se ele interceder por um, precisará perdoar todas as outras dividas, querida. — Thomaz explicou. A ruiva suspirou tristemente antes de lançar um olhar para Alessia; minha esposa arqueou as sobrancelhas e Carina respondeu assentindo energicamente. Céus. Odiava quando elas conversavam sem dizer uma palavra. 

— Bom, eu tenho uma poupança no meu nome com algum dinheiro, eu poderia quitar a dívida dele? — Alessia perguntou calmamente, me olhando com ansiedade. Puta que pariu. 

— Alessia… 

— Quer saber? — Carina exclamou indo em direção ao carro que estávamos e tirou da bolsa um maço de papel; a ruiva os apoiou no capô e tirou uma caneta da bolsa. Poucos instantes depois ela voltou com lentidão por causa da enorme barriga e me estendeu um cheque. — A dívida dele está paga. 

Olhei em direção a Thomaz a tempo de vê-lo rolar os olhos. 

— Não olhe para meu marido, olhe para mim. — Carina ordenou energicamente, cruzando os braços sobre a enorme barriga. Thomaz deu um passo em minha direção, provavelmente preocupado com o que eu faria a sua esposa insolente. Eu ri. 

— SCOTT! — Gritei fazendo Carina dar um passo para trás de susto. O corredor dezessete olhou em minha direção prontamente e correu até mim. 

— Senhor, por favor, me dê até o final da corrida, eu farei de tudo para ganhar o prêmio e pagar o que devo. 

— A Senhora Rizzi quer pagar sua dívida. — Informei indicando Carina com um gesto. A ruiva levantou o queixo. 

— Scott, certo? — Carina abriu um sorriso simpático e Scott deu um passo pra trás quando Thomaz passou os braços ao redor da esposa protetoramente. Carina estendeu o cheque. — Por favor, aceite. 

— Porque, senhora? — Scott parecia realmente surpreso, seus olhos brilharam. Geralmente lágrimas me faziam sentir raiva, odiava tal fraqueza, mas Alessia tinha me ensinado que certas lágrimas — lágrimas de emoção como aquelas — não eram de todo mal. 

— Apenas ouvi Nico dizer que você perdeu sua casa e precisava do dinheiro. — A ruiva deu de ombros. — Ninguém deveria passar por isso. Por favor, aceite. Se você ganhar o prêmio, cuide de sua família com ele. 

INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora