CAPÍTULO 26.

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NICO

Depois da grande confusão na água, eu tinha que me controlar o tempo todo para não começar a rir do nada. Nunca imaginei em minha inteira vida que presenciaria uma briga de família; bom, pelo menos não uma briga de família sem espancamento e morte. E o mais impressionante: todo mundo voltou a conversar normalmente, como se três horas atrás Samael não tivesse ameaçado enfiar uma bala na cabeça de Santiago. Na minha antiga família, ninguém estaria rindo e preparando churrasco depois de uma briga, na verdade, alguém estaria levando pontos e cuspindo sangue. Provavelmente eu. Alessia sentou ao meu lado nos sofás do deque principal e se aninhou ao meu lado. Encarei Alessa e seu olhar enciumado até ela desviar os olhos, garota irritante. Ela preferia que sua irmã estivesse casada com um monstro que ela sequer desejava estar perto? 

— Você foi bem quando Cinzia tocou sua nuca. — Ela sussurrou em meu ouvido, tomando cuidado para suas palavras não serem ouvidas. Havia orgulho em sua expressão. Orgulho de mim? 

— Provavelmente eu teria a afogado se não fosse sua irmã. — Ironizei; não me permitiria demonstrar o quanto aquilo tinha me afetado enquanto Alessia me olhava com completa adoração. Não diria que meu primeiro instinto foi segurar a garganta da sua irmã mais nova e a afogar no mar. Alessia riu. 

— Cinzia terá dezesseis anos em dois meses. Será que Samael irá pedi-la em casamento? — Alessia me perguntou. Como eu poderia saber a resposta para algo assim? Dei de ombros. 

— Você me disse que eles cresceram juntos. Já parou para pensar que talvez ele seja protecionista como um irmão mais velho e não um marido?

— Não. — Alessia rapidamente discordou. — Ele não olharia para ela daquela forma se não fosse apaixonado por ela. 

Alessia indicou com o queixo o outro lado do deque. Samael estava conversando com Luca, mas seus olhos estavam fixos em Cinzia que ria ao lado de Carina. Quando a menina levantou, os olhos azuis do rapaz correram pelo corpo dela e por um segundo desejo brilhou em seus olhos antes dele fechar a expressão novamente. Alessia olhou para mim como se quisesse dizer “eu te disse!” e eu suprimi uma risada. Se ele era apaixonado por ela, porque diabos não a pedia em casamento e tomava para si? Eu não tinha certeza, mas podia jurar que sua recusa tinha a ver com a escuridão que tomava seu rosto vez ou outra. O garoto tinha dezoito anos, mas parecia mais cansado que um velho de oitenta. 

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Horas mais tarde, quando toda a grande família quase-feliz já tinha jantado e voltado aos quartos, eu levei Alessia ao mesmo local que passamos a tarde. Estava quase tão calor quanto em Las Vegas, por isso fiquei aliviado ao tirar a camisa e a calça jeans, ficando apenas de cueca. Alessia olhou para todos os lados antes de puxar o vestido para fora do corpo, mas ela não precisava se preocupar com possíveis bisbilhoteiros. Eu havia verificado cada perímetro, ninguém, exceto eu,  veria minha esposa nua. 

— Você tem certeza disso? — Alessia perguntou com o rosto corado conforme tirava o sutiã, seus seios fartos sendo uma visão maravilhosa para meu pau. — Nadar sem roupa no oceano não me parece algo responsável. 

— Quanto mais ficarmos fora da água, mais chances de alguém nos ver… — Eu provoquei sabendo que seu medo de ser pega a faria ser mais rápida. Estava certo, Alessia rapidamente tirou a calcinha e caminhou em direção a borda, olhando para todos os lados. Era extremamente ingênuo que ela achasse que íamos mesmo apenas nadar.

— Então venha me levar para a água! — Ela sibilou irritada. 

Ela não precisava pedir duas vezes. Sua bunda empinada em minha direção me fazia querer estar dentro dela o mais rápido possível. Tirei a cueca num movimento rápido e caminhei até ela, puxando-a para meus braços. 

INCÊNDIO - SAGA INEVITÁVEL: LIVRO 2. | CONCLUÍDO.Onde histórias criam vida. Descubra agora