Capítulo 1

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POV Hana

— Eu não posso me atrasar, não posso me atrasar, droga eu vou me atrasar!

Hoje seria a entrevista da faculdade, eu tenho dezoito anos e me formei no ensino médio há duas semanas. Minha família nunca teve muitas condições, isso só se agravou depois da doença de mamãe, nós viviamos com algumas dificuldades, mas nunca nos faltou nada e eramos gratos por isso.

Graças a minha mente um pouquinho genial, eu havia conseguido uma bolsa numa escola particular muito boa aqui em Las Vegas e isso me permitiu concorrer a uma vaga para medicina na Hopkins, eu estava a alguns passos do meu grande sonho e chegaria atrasada.

— Cuidado — ouvi alguém gritando antes de sentir um impacto na lateral esquerda do meu corpo, caí de bunda no chão após ser atingida por um carro que parecia muito caro.

— Você se machucou? — quatro homens lindos desceram daquele carro preto de vidros escuros.

— Você deveria olhar por onde anda, garota — um deles disse e meu sangue ferveu, eu sei que estava errada, mas odeio que me tratem como estupidez.

— Agora não, Tobirama — o homem que havia perguntado se eu me machuquei falou, se abaixando ao meu lado — Eu sou Hashirama, você está sentindo alguma coisa?

— Vem, levanta — um moreno de cabelos curtos falou, me estendendo a mão — Meu nome é Izuna, como você se sente?

— Eu acho que tô bem — me levantei e resmunguei quando apoiei o pé esquerdo no chão, fazendo Hashirama se abaixar para olhar.

— Parece que você torceu o tornozelo, vem, vamos te levar para o hospital, lá eu posso te examinar melhor.

— Não — falei firme, ele acha que eu sou burra para entrar no carro com quatro estranhos?

— Como assim "não"? Você está machucada — o que dirigia o carro se pronunciou pela primeira vez com uma cara debochada — Não quero problemas por omissão de socorro depois.

— Não precisa se preocupar com isso — e eu achando que esse idiota estava preocupado com meu bem estar — Eu estou atrasadíssima para um compromisso, então recuso a ajuda, obrigada!

— Espera, você não me disse seu nome — o que estava dirigindo falou novamente, me comendo com os olhos, nojento!

— Não acho que seja do seu interesse — os outros três deram uma risadinha — Além disso, é falta de educação perguntar o nome de alguém antes de dizer o seu.

— Meu nome é Madara Uchiha — ele falou como se eu devesse saber quem ele é.

— É um desprazer, Madara — virei as costas e saí de perto deles mancando.

Andei uma quadra e parei, me apoiando na parede, eu tô ferrada, isso ta doendo pra um caralho, nunca vou conseguir chegar na entrevista assim.

— Ei, pequena — ouvi alguém me chamar e era o homem de antes, fechei a cara — Me deixa pelo menos te levar onde você tem que ir, como forma de me desculpar pelo que fiz com seu pé.

— Não obrigada, eu não te conheço para entrar no seu carro assim, eu tenho amor a minha vida, cara. Sem contar que meu nome não é pequena!

— Você não me disse seu nome, como eu não sei, vou te chamar de pequena mesmo — ele deu de ombros e começou a andar devagar com o carro, me acompanhando — Te dou minha palavra que não vamos fazer nada...que você não queira.

Quando ouvi aquele complemento, meu sangue ferveu, Madara é uma homem bonito e claramente não sabe lidar com uma mulher que não cai aos seus pés.

— Ora seu... — antes de xinga-lo eu respirei fundo e revirei os olhos — Dispenso qualquer coisa vinda de você, agora me da licença que eu já tô chegando no meu destino.

Andei o mais rápido que meu tornozelo permitia até o hotel onde estavam tendo as entrevistas, consegui chegar só sete minutos atrasada, graças aos céus, antes de chamarem meu nome.

Meu pai não tem condições de pagar minha faculdade, então eu vou concorrer a uma bolsa e por isso essa entrevista era muito importante para mim. Depois de uns quinze minutos eu fui chamada e respondi perguntas por aproximadamente dez minutos.

— Muito bem, senhorita Tanaka, enviaremos os papéis e se a senhorita for aprovada receberá uma carta em sua residência. Tenha um bom dia e passar bem!

Agradeci e sai da sala, continuei no hotel por um tempo para não correr o risco de encontrar aqueles caras lá fora ainda.

Quando saí eu fui caminhando para casa, o que só piorou meu pé, uma hora depois, quando cheguei no nosso apartamento simples, fui recebida por um abraço que tirou todas as tensões do meu corpo. Mesmo se tudo desse errado, eu ainda teria a Harumi, minha pequena primavera.

— Mana — ela sempre sorria assim ao me ver — a Hina me ensinou a fazer biscoitos!

— Sério, Haru? — Harumi tinha apenas oito anos e quando eu e papai tinhamos que sair, ela ficava com Hinata ou Sakura , minhas amigas e vizinhas — Oi, Saky, espero que ela não tenha dado trabalho.

— Você sabe que a Haru nunca da trabalho — ela revirou os olhos e sorriu pra mim.

— Cadê a Hina?

— Tô aqui — ela disse, vindo da direção do banheiro.

Sakura e Hinata são as melhores amigas do mundo pra mim, nós três crescemos juntas e não poderíamos ser mais diferentes. Hinata era tímida e conversava pouco, Sakura falava para dez e gostava de aproveitar a vida, enquanto eu ficava mais na minha, mas quando pegava intimidade falava muito, era a nerd, que amava filmes de nerd e camisas de nerd, além de odiar festas.

— O que aconteceu com seu tornozelo? — minha amiga perguntou quando eu manquei até o sofá.

— Um idiota quase me atropelou e eu torci e pé, Hina — Hinata veio até mim enquanto Sakura foi buscar o kit de primeiros socorros.

— Eu vou colocar gelo e você vai ficar de repouso, nós cuidamos de tudo até o tio Tatsuo chegar — Sakura falou, vindo com a malinha de primeiros socorros e uma bolsa de gelo — Você machucou algo além do tornozelo?

— Não, foi só ele mesmo — gemi quando ela colocou a gelo em meu pé.

— E como foi a entrevista? — Hinata perguntou com sua voz delicada.

— Eu acho que fui bem, mas tô muito nervosa — suspirei, essa era minha única chance de realizar meu sonho e dar uma vida melhor para papai e Harumi — Agora é esperar e ver no que dá.

Elas passaram a tarde comigo e quando meu pai chegou no fim do dia, ele parecia esgotado.

— Querida, o que aconteceu com você? — ele veio até mim depois de pegar Haru no colo.

— Caí na rua, você sabe como sou desastrada, ne? — dei uma risadinha.

Papai é um homem muito preocupado, eu sabia que se falasse que fui "quase" atropelada, mesmo que eu não tenha me machucado, ele faria questão de me levar a um médico e nós não poderíamos pagar por isso.

— Você precisa trabalhar nesse equilíbrio, meu belo desastre — coloquei língua para ele.

Papai parecia mais preocupado ultimamente, como se escondesse algo de nós, mas sempre que eu perguntava, ele dizia que só estava cansado.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora