Capítulo 20

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POV Hana

Acordei sentindo braços fortes me abraçando, pesando minha cintura e quando olhei sobre o ombro vi Madara com o rosto perto do meu cabelo, dormindo com um biquinho fofo, saí da cama aos poucos, com cuidado para não acorda-lo, admirei mais um pouco aquela carinha fofa enquanto dormia e fui para o banheiro, escovei meus dentes e desci atrás de um remédio pra dor de cabeça.

Acordei sentindo braços fortes me abraçando, pesando minha cintura e quando olhei sobre o ombro vi Madara com o rosto perto do meu cabelo, dormindo com um biquinho fofo, saí da cama aos poucos, com cuidado para não acorda-lo, admirei mais um pouco...

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— Também acorda cedo quando toma um porre? — me assustei com a voz de Izuna entrando na cozinha.

— Shiu, fala mais baixo — resmunguei e ele riu — Eu odeio ressaca de vinho com todas as minha forças!

— Toma — ele entregou dois comprimidos pra dor de cabeça — Vai me contar sobre seus cortes?

— Ah, não, Izuna — me sentei e ele começou a preparar um café pra mim.

— Só fala pra mim se você ainda faz isso — neguei com a cabeça — Ótimo, se algum dia sentir vontade de fazer de novo ou sei lá pode vir atrás de mim pra conversarmos.

Ele me entregou a caneca com café e beijou o topo da minha cabeça.

— Obrigada — sorri pra ele.

Algumas horas depois Madara apareceu, sem camisa, só com um short.

— Bom dia, imaginei que fosse dormir até tarde — ele beijou minha bochecha.

— Eu acordo cedo quando tô de ressaca — dei de ombros.

— Podemos conversar? — Madara se sentou de frente pra mim.

— Se for sobre ontem eu não quero falar disso.

— Não importa, eu quero falar sobre Hopkins — ele tinha mesmo que tocar nesse assunto? — Eu entendo que agora não tem jeito, mas quando reabrirem as incrições daqui a cinco meses você vai ver se sua bolsa ainda está de pé.

— E se estiver, Madara?

— Então você estará livre pra ir — não pode ser verdade.

— Você ta falando sério? E meu pai?

— Eu não sou homem de brincar, Hana. E seu pai vai ficar bem, a divida dele será esquecida.

Eu me levantei e abraçei o Madara apertado, sentando em seu colo.

— Obrigada, Madara, muito obrigada — mas o meu enorme sorriso sumiu.

— Ei, o que foi? — ele fez carinho em minha bochecha.

— Eu não quero perder o Obito.

— Vocês podem se falar todos os dias.

— Se der certo, você promete que vai deixa-lo me visitar no mínimo três vezes por ano? — ele assentiu com um sorriso.

— Obrigado por amar meu filho — ele me deu um selinho demorado — Mas não esquece que você ainda tem cinco meses aqui comigo.

Madara apertou minha coxa e quando estávamos iniciando um beijo mais intenso ouvimos um "eca".

— Obito, bom dia — sorri me levantando do colo do Madara, que me olhou indignado e cruzou as pernas para esconder sua ereção.

— Bom dia — ele coçou os olhos — Hoje eu posso comer cereal?

— Tudo bem, só hoje — sorri pra ele e o deixei preparar sua tigela.

— Obito, você não tinha um convite pra fazer a ela? — Madara comentou e o pequeno corou.

— Hana, vai ter uma festinha na escola e eu queria que você fosse comigo — resolvi tentar puxar aquela palavra.

— Festinha de que?

— Das mães — ele abaixou a cabecinha — eu nunca tive uma mãe e agora eu tenho você e eu acho que se tivesse uma mãe seria assim, se eu pudesse escolher eu escolhia você!

— Vai ser uma honra, Obito — meus olhos estavam cheios de lágrimas, Madara nos observava sentado e Izuna estava na porta da cozinha sorrindo — Eu posso te dizer uma coisa que só três pessoa ouviram de mim?

— Quem?

— Meu pai, minha mãe e minha irmã. Está pronto pra ouvir? — me abaixei na frente dele e o vi assentir — Eu te amo mais que tudo no mundo!

— Eu também te amo, mãe — ele me abraçou apertado — Eu posso te chamar assim, ne?

— Claro que pode, filho — fiz carinho no rosto dele.

— Papai, agora eu tenho uma mãe — Madara apenas assentiu, eu vi seus olhos meio marejados antes dele abaixar a cabeça.

— É isso ai, campeão — Izuna fez cócegas nele — Agora você tem uma mãe gatona!

Nós passamos a tarde inteira juntos, vendo filmes e brincando, eu e Obito fizemos biscoitos e obrigamos Madara e Izuna a nos ajudarem, foi uma verdadeira bagunça de farinha pra todo lado, a cozinha e o cabelo de Madara viraram uma zona.

— O papai ta com cabelo de velho, todo branco — Obito comentava rindo alto.

Naquele dia todos resolveram sair pra ir um parque no fim da tarde e eu quis ficar em casa, não estava muito afim de movimento, a noite de ontem me lembrou muito a mamãe. Eles já saíram há algum tempo, olhei para o piano no canto da sala, fazem bem uns quatro anos que eu não toco, mas por que não? Passei meus dedos sobre as teclas, testando o som, ativando minha memória, respirei fundo e deixei uma lágrima descer antes de começar a tocar a música favorita da mamãe.

— Silence? — dei um salto quando ouvi a voz de Mito, olhei para trás e todos estavam me olhando — Desculpa, não quis te assustar!

— Você é fã de Beethoven? — perguntei tampando as teclas.

— Meu pai gosta de ouvir todas as manhãs, é o pianista favorito dele, especialmente silence — ela se apoiou na cauda do piano — Mas por que parou de tocar?

— Essa era a música favorita da minha mãe — respirei fundo — Na verdade essa é a primeira vez que eu toco desde que ela piorou. Você não toca?

— Não por falta de tentar, eu não tenho é talento mesmo.

— Foi sua mãe que te ensinou? — Madara perguntou.

— Sim, ela era professora de piano e fez questão de me ensinar desde que meus dedos tinham tamanho para apertar teclas diferentes ao mesmo tempo. A primeira música que ela me ensinou foi silence.

— Uma prodígio que já começa aprendendo Beethoven de cara — Mito bateu palmas — Por que parou de tocar?

— O piano foi a primeira coisa que vendemos quando as visitas ao hospital ficaram mais frequentes — ainda era difícil falar sobre isso — Sem contar que o piano era um coisa nossa, um momento onde eramos só nós duas, era a forma como nós nos comunicamos, dependendo da forma como eu batia nas teclas ela sabia quais eram minhas emoções. Sem ela não fazia mais sentido tocar!

— Eu sinto muito — Izuna comentou.

— Eu também — dei de ombros — O que acham de jantarmos pizza?

Todos entenderam que eu queria mudar de assunto e respeitaram isso, eu logo esqueceria aquele piano de novo e tudo que vivi em um como ele.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora