Capítulo 8

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POV Hana

O jeitinho do Obito me lembra em muito o jeito da Harumi, esse não aceitar que é novo demais para saber algo, fazer carinha de pidão para conseguir o que quer, tudo isso aqueceu meu coração.

- Então vamos? - Madara chamou e eu senti meu corpo ficar tenso novamente.

- Vamos, você vai no hospital agora? - Hashirama perguntou.

- Sim - Madara respondeu e eu fiquei confusa - Izuna leva o Tobirama, a Mito e as crianças no meu carro, eu e Hana vamos com o Hashirama pro hospital.

- Vamos? - perguntei confusa.

Madara apenas assentiu e me guiou até o carro de Hashirama.

- Depois de deixar todo mundo em casa eu vou lá buscar vocês - o Izuna disse.

Depois de uns cinco minutos chegamos no hospital, aparentemente Madara queria que eu e Hashirama resolvessemos sobre o método contraceptivo. Nas palavras de Madara como eu seria só dele, ele não queria usar camisinha, pelo menos ele me garantiu que com as outras usaria, pela minha saúde e pela dele também.

Para não correr o risco de esquecer, decidimos que a injeção mensal seria o melhor. Eu já tomaria a primeira hoje e Hashirama mesmo aplicaria em mim todo mês na própria casa do Madara, eu também não menstruaria mais o que deixou Madara imensamente feliz e me tirou os cinco dias de paz que eu achei que teria todo mês.

Hashirama saiu da sala e eu fiquei sozinha com Madara, senti sua mão apoiada em meu joelho e engoli em seco.

- Ei, não precisa ficar tão tensa perto de mim - sua voz era rouca e baixa - Isso só vai dificultar nossa convivência, relaxa!

Sua mão massageou meu joelho até Hashirama voltar.

- Aqui, já podemos aplicar a primeira dose.

- Hashirama - Madara o chamou - Hoje eu já posso?

- É melhor esperar amanhã que o remédio já vai ter entrado no organismo dela - eles falavam como se eu não estivesse lá - Você pode abaixar um pouco a calça?

Arregalei os olhos para ele e o vi sorrir sem graça.

- Pra que isso, Hashirama? - foi Madara quem perguntou.

- Porque ele tem que ser injetada no bumbum, não precisa descer muito, é na parte de cima - virei de costas para ele e abaixei só o cós da minha calça - Mais um pouquinho.

Quase metade do meu bumbum estava de fora, era uma situação muito desconfortável, senti um algodão frio tocando minha pele, provavelmente álcool e depois Hashirama aplicou a injeção, soltei um gemido baixo.

- Dói? - Madara perguntou.

- Queima um pouco - respondi, ajeitando minha roupa.

- Vamos, o Izuna já deve estar vindo - Madara pegou minha mão e nos despedimos de Hashirama, saindo do hospital - Quer tomar um sorvete enquanto espera?

- Pode ser café?

- O que você quiser - Madara estava sendo gentil comigo e eu me perguntava se essa gentileza também aconteceria na hora daquilo.

Paramos em uma cafeteria perto do hospital e ele mandou mensagem para seu irmão. Começamos a conversar e eu podia ver que Madara não era tão ruim assim, estava até começando a me sentir um pouco mais a vontade ao lado dele.

- Então, o que você gosta de fazer no tempo livre?

- Eu gosto de ler, ver filmes, me aventurar na cozinha - dei de ombros - Nada muito interessante.

- Qual seu livro favorito?

- Você vai rir - corei e abaixei a cabeça.

- Safadinha - ele falou baixo - Você gosta de livros de putaria, ne?

- O que? Não, não mesmo - respondi assustada e vi Madara rindo, ele estava brincando comigo, dei um tapinha leve em seu braço - Meu livro favorito é O Pequeno Príncipe.

- O Pequeno Príncipe? Isso não é livro de criança?

- É livro pra adultos que não esqueceram - ele me olhou confuso e dei de ombros - Minha mãe costumava ler para mim, eu acho que todo mundo deveria ler O Pequeno Príncipe para aprender um pouco.

- O que um livro de criança poderia me ensinar? - ele voltou a sua habitual cara de deboche.

- Que só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.

- Como assim?

- O que realmente importa ta aqui dentro - apontei para o peito dele - E eu acho que existe muito mais do que essa capa de cara mal e debochado.

Madara ficou calado por um instante e quando ele abriu a boca para responder, Izuna chegou. Me levantei e fui até o carro, Madara demorou um pouquinho e logo me seguiu, sentando ao lado no irmão na frente.

- E ai, já resolveram tudo que tinham para resolver? - Izuna perguntou e nós assentimos - Ótimo, porque o Obito ta querendo companhia para assistir filme de super herói e eu não tô afim.

Meus olhos brilharam e eu abri um sorriso sem nem perceber.

- Acho que ele já achou a companhia dele - Madara falou rindo - Você gosta mesmo de super heróis não é?

- Com certeza, você já deve ter percebido que eu sou muito nerd - ele fez uma careta e eu coloquei língua pra ele, Izuna nos olhou estranho.

- Ok, o que aconteceu enquanto vocês estavam sozinhos? Ela mal te olhava e agora vocês tão assim?

- A gente só conversou um pouco - Madara deu de ombros e eu concordei.

- Acho que eu ganho a aposta - Izuna riu alto.

- Que aposta? - perguntei ficando séria.

- Hashirama, Tobirama, Madara e eu fizemos uma aposta - olhei inquisitiva e vi Madara fuzilar o irmão com o olhar.

- Cala a boca, Izuna!

- Não, agora eu quero saber.

- Eu e Hashirama apostamos que o Madara se apaixona e da a fidelidade dele a você - olhei com um careta perdida para o moreno de cabelo curto - Tobirama aposta que ele se apaixona mas não larga as outras e o Madara aposta que ele nem vai se apaixonar.

- Ta vendo, você assustou ela - Madara comentou, meio sem graça - Ignora ele, Hana, meu irmão é meio sem noção.

- Vocês realmente apostaram os sentimentos de alguém? - Izuna assentiu - Viu, todo mundo deveria ler O Pequeno Príncipe para entender melhor sobre cativar.

Os dois me olharam confusos e eu revirei os olhos, cruzei os braços e apoiei as costas no banco, ficando calada o resto da viagem.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora