O Acordo - Madara Uchiha

Capítulo 31

POV Hana

Eu me senti segura nos braços de Madara, era como se nos braços dele eu não precisasse ter medo, ali eu tinha certeza que tudo ficaria bem. Eu sei que adormeci na banheira e acordei no dia seguinte enrolada nos lençóis de Madara, com uma camisa e uma cueca dele.

— Bom dia, pequena — ele entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã.

— Bom dia — coçei os olhos, a resposta era óbvia, mas eu perguntei só pra ter certeza — Foi você que me vestiu?

— Sim, você apagou na banheira — ele sorriu e colocou a bandeja na minha frente — Quando fez a tatuagem?

— O leão e as flores? — ela levou a mão ao local imediatamente e eu assenti — Tem uns quatro anos, foi pra apagar as cicatrizes, o leão representa a força e as flores a renovação de florecer a cada primavera, por isso escolhi os dois.

— Tem um significado incrível e é linda — ela abriu um sorriso pra mim — É melhor comermos pra irmos pro hospital, Izuna passou a noite lá com ele, mas acho que temos que estar lá quando ele acordar.

Eu assenti sorrindo, meu filho acordaria e seria logo, eu tinha fé nisso. Nos arrumamos e fomos juntos pro hospital, Madara ficou com mão em minha coxa enquanto dirigia, como fazia antes.

— Bom dia, Hashi, alguma novidade? — dei um beijo em sua bochecha quando entrei no hospital.

— Nada ainda, ele continua dormindo, mas...

— O que será que eu fiz de errado? — interrompi Hashirama entrando no quarto de costas.

— Você não fez nada errado — ouvi a voz do meu mentor e arregalei os olhos — Você fui eu dentro daquela sala de cirurgia, acha mesmo que eu teria cometido algum erro?

— Derek — o abracei apertado — o que está fazendo aqui?

— Eu estou indo pra um congresso em San Diego, então resolvi passar aqui — ele se aproximou da maca — Eu já avaliei ele, não tem nada errado, você foi perfeita, Hana!

Ele fazia carinho em meu braço e quando olhei para trás vi que Madara estava de cabeça baixa.

— Madara — levei Derek até ele — esse é o Dr. Derek Shepherd, ele foi meu mentor, quem me ensinou tudo que eu sei. Derek esse é o Madara, ele é me... o pai do Obito.

Os dois apertaram as mãos e nós ouvimos um gemido baixo ecoar no quarto. Derek e eu viramos juntos e cada um parou de um lado da cama, segurando a mão dele e Derek falou.

— Obito, se estiver me ouvindo aperta minha mão — eu senti um aperto e sorri pro Derek.

— Madara, vem, sente — coloquei a mão do Madara na do Obito e fechei as duas mãos grandes nas minhas pequenas — Aperta outra vez, filho.

Ele apertou e abriu lentamente o olho que não estava enfaixado, piscando algumas vezes para focar a visão.

— Sede — a voz dele saiu arrastada.

— Claro, filho, vou pegar água pra você — peguei a água e vi que Hashirama estava saindo do quarto com o telefone no ouvido, provavelmente avisando aos outros.

— Obito, eu preciso te fazer algumas perguntas — Derek falou — A menos que sua mãe queira fazer as honras.

— Vai em frente, eu nem tenho condições de ser profissional agora — falei rindo enquanto escorriam algumas lágrimas dos meus olhos.

Madara acariciava minhas costas, enquanto nossas mãos ainda estavam juntas a do Obito.

— Tudo bem, você sabe em que cidade está?

— Las... Vegas — ele respondeu com dificuldade.

— Qual o nome dos seus pais?

— Mada...ra e Hana.

— Quantos anos você tem?

— Dezes...seis.

— Você lembra o que aconteceu?

— Eu tava... na moto... aí um cara... atrave...ssou meu ca...minho e ba...teu em mim... depois eu... apa...guei — ele tomou fôlego — Minha voz... vai vol...tar?

— Vai sim, filho — falei acariciando sua bochecha — É só questão de tempo, ok?

— Muito bem, Obito, com essa cabecinha já vimos que está tudo certo, agora vamos ver com o corpo — ele passou uma esponjinha no pé do Obito, que puxou a perna de uma vez.

— Perfeito — sorri com os olhos marejados — Você vai bem, amor, agora é só se recuperar.

— Bom, agora que vimos que está tudo bem eu preciso ir — Derek me deu um abraço, apertou a mão de Madara e Hashirama e o ombro de Obito — A palestra no congresso não vai se dar sozinha.

— Obrigada, Derek — sorri pra ele — Manda um abraço pra Meredith e pras crianças!

Depois que ele saiu eu ouvi Hashirama e Obito rindo, enquanto Madara estava com um bico.

— Deixa de ser ciumento, porco espinho — Hashi falou, dando soquinhos no ombro de Madara.

— Deixa de ser bobo, Madara — parei na frente dele — O Derek foi meu professor, ele me ensinou tudo que sei e o mais importante, ele é casado com uma amiga minha, pai de duas crianças lindas e a espera do terceiro bebê. Eu nunca olharia pra ele assim e ele não tem olhos pra ninguém além da Meredith.

— E o tal Deidara? — vi Madara corar, provavelmente a pergunta saiu antes que ele pudesse conter.

— Dei...dara? — Obito perguntou rindo mais ainda e eu me sentei ao lado dele na cama.

— Bom, Madara, o Deidara é um tremendo gato — falei suspirando e vi Madara fechar os punhos e Hashirama olhar intrigado pra nós dois — Ele é gentil, talentoso, parceiro pra todos momentos, me deu o maior apoio no momento que eu precisei.

— Já entendi, o cara perfeito — Madara falou revirando os olhos.

— É, mas acontece que eu não tenho chances com ele — fiz um biquinho e Madara me olhou confuso — Entre nós dois ele prefere mil vezes você!

— Ele é gay? — eu assenti e Madara sorriu de leve.

Eu fiquei com o Obito mais um tempo, até iniciarmos a transferência dele pro quarto, onde todos poderiam visitá-lo normalmente.

— Então, filho — me sentei ao lado dele quando estávamos só eu, ele e Madara, antes de Hashirama autorizar a entrada de todos — Você e a Rin?

— Eu gosto mesmo... dela — a voz dele já estava um pouco mais normal.

— Eu sei disso desde que você era pequeno — toquei o nariz dele — Mas ainda quero saber as intenções dela com meu filhote.

— Mãe... — ele me chamou quando seu pai saiu — O que... aconteceu com... o motorista?

— Ninguém sabe, filho, o carro era roubado e não conseguiram identificar o motorista, só encontraram o carro abandonado — suspirei — infelizmente ele vai ficar solto.

— Tudo... bem — ele forçou um sorriso pra mim — O que impor...ta é que eu... tô aqui!

— Com certeza, amor!

— Quando eu... vou ver... meu rosto?

— Em breve, amanhã ou depois já devemos tirar as ataduras — beijei sua cabeça e levantei da cama quando quarto foi invadido por aquele furacão de familiares e amigos.