Capítulo 32

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POV Hana

— Quando ele acordar já vai tirar as faixas do rosto? — Izuna perguntou.

Estávamos todos no quarto de Obito, eu, Madara, Izuna, Sakura, Hashirama, Mito, Tobirama, Harumi, Kakashi e Rin.

— Sim, mas eu queria que vocês saíssem pra isso — todos me olharam confusos — Eu vi como está o rosto dele, Obito não vai querer que vocês vejam suas cicatrizes no primeiro momento.

— Mas eu não me importo com isso — Rin disse com a voz doce e determinada.

— Principalmente você, Rin, meu filho te ama, ele vai ter dificuldade de te deixar vê-lo assim — ela abaixou a cabeça e eu me aproximei, tocando seu ombro — Por favor, pelo menos até ele se acostumar!

— Tudo bem — ela suspirou e deixou o quarto, sendo seguida por todos os outros, deixando apenas eu e Madara com nosso filho.

— Está tão ruim assim? — Madara perguntou.

— Ele estava com a viseira aberta, então cacos de vidro entraram no capacete e quando ele caiu sobre o lado direito do corpo, o lado direito de seu rosto foi muito mutilado pelos cacos de vidro — suspirei — Dentro de algumas semanas eu torço para que fiquem apenas cicatrizes finas, mas agora está muito vermelho e inchado, se pudesse eu nem tiraria agora, tenho medo de como ele vai reagir, então por favor, contenha qualquer reação quando vir!

— Não podemos deixar aí até que fique melhor? — ele parou ao meu lado e segurou minha mão.

— Não, o ferimento precisa de ar e precisamos vê-lo para cuidar melhor — Obito se remexeu — Ele está acordando.

Por causa dos remédios pra dor ele ficava bem sonolento e dormia boa parte do dia, quando acordava era a coisinha mais fofa do mundo. Obito piscava várias vezes para focar a visão e depois fazia um bico e torcia o nariz, como fazia quando era criança.

— Mãe, pai — a voz dele estava rouca e grave, cada vez mais parecida com a do pai — hoje eu posso ver meu rosto?

— Claro, querido — me aproximei da cama — Só estávamos esperando você acordar, posso?

Ele assentiu e Madara também se aproximou enquanto eu retirava as bandagens do lado direito de seu rosto, como tinha avisado a Madara, ele não esboçou nenhuma reação ao ver o lado direito do rosto de Obito inchado e com profundos cortes de um tom vermelho vivo.

— Tem algum espelho?

Eu peguei e coloquei na mão dele, virado para baixo e segurei sua mão antes que ele virasse.

— Filho, que fique claro que não vai ficar assim, ainda está muito machucado, então não precisa se preocupar — o olhar dele estava apreensivo, mas eu precisava prepara-lo para o que ele veria no espelho.

Obito exitou um pouco antes de virar o espelho, eu vi horror estampado em seus olhos, que logo se encheram de lágrimas, depois eu vi fúria misturada com decepção.

— Eu tô horrível — sua voz era baixa e grave — Virei um monstro!

— Não, meu amor, eu disse que não vai ficar assim — tomei o espelho da mão dele — Ainda tá muito recente, mas vai diminuir o inchaço, as cicatrizes vão ser finas linhas no seu rosto, em questão de semanas você vai ver isso que estou dizendo.

— Hana, sai daqui — ele pediu seco, tirando sua mão da minha — Você também, pai, eu quero ficar sozinho!

Eu quis discordar, quis colocá-lo no meu colo e dar carinho a ele, mas Madara segurou meu ombro e me puxou de leve para fora do quarto. Eu estava despedaçada, era a primeira Obito me chamava pelo nome em anos.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora