Capítulo 26

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POV Hana

Eu estava assustada, Madara nunca tinha agido assim comigo, ele nunca tinha me forçado a nada, sempre me conduzia para o sexo, nunca impunha sua vontade.

A forma violenta como ele rasgou minha blusa e tirou meu short me apavorou, eu me senti invadida, violada, desrespeitada. O que estava acontecendo com ele?

Assim que Madara saiu do meu quarto eu nem pensei, fui em direção ao único naquela casa que poderia me proteger e comecei a bater descontrolada na porta do quarto do Izuna.

— Hana? — ele perguntou assustado e corou ao ver que eu estava só de calcinha, mas me puxou pra um abraço quando viu meu rosto — Ei, o que aconteceu?

— O Madara... — eu não conseguia falar, ainda estava assustada e Izuna foi paciente, me sentou na cama ao seu lado e ficou acariciando meu cabelo, sem dar uma segunda olhada pro meu corpo, me respeitando tal como um irmão, como ele disse que era pra mim.

— Tá mais calma? — ele perguntou quando eu parei de chorar copiosamente e se levantou — Vou pegar uma blusa pra você.

— Não me deixa sozinha — pedi apavorada quando vi que ele iria pro meu quarto.

— Tudo bem, calma, eu tô aqui e não vou a lugar nenhum — ele pegou uma blusa dele e virou de costas para eu me vestir — agora me diz, o que o idiota do meu irmão fez?

— Ele chegou aqui meio desorientado, bêbado eu acho e tentou... — respirei fundo e o Izuna se abaixou na minha frente — Ele rasgou minha blusa e tirou meu short e eu pedia pra parar, mas ele parecia não me escutar!

— Ele chegou a... — ele se calou na própria pergunta.

— Não, ele saiu do meu quarto antes, mas eu senti tanto medo, Izuna — ele me abraçou apertado.

— Já passou, Hana, já foi, agora eu tô aqui e ele não vai te tocar sem seu consentimento.

Eu dormi com Izuna fazendo carinho em meu cabelo e no dia seguinte acordei com batidas na porta, Izuna já estava de pé. Assim que abriu a porta eu ouvi um barulho alto parecido com um murro, em seguida a voz de Madara

— Eu só quero falar com ela!

— Hana? — Izuna olhou pra dentro do quarto e eu acenei positivamente com a cabeça — Tudo bem, mas de porta aberta, qualquer coisa me chama!

Ele deixou o Madara entrar, beijou o topo da minha cabeça e saiu do quarto. Eu estava no canto da cama de Izuna, ainda vestido a camisa dele.

— Me desculpa por ontem — ele pediu baixo — sei que isso não apaga o que eu fiz, então quero que você vá embora, Hana, hoje!

— O que? Por que? — aquilo me deixou realmente confusa.

Ele pareceu pensar bem no que falaria, parecia dividido, então suspirou e me dirigiu palavras que me magoaram profundamente.

— Porque eu não quero mais você aqui!

— Tudo bem, vou arrumar minhas coisas — me levantei e quando estava saindo do quarto Madara disse que Izuna me levaria — Eu sei que você não gosta quando te perguntam algo mais de uma vez, mas você vai me deixar ver o Obito ainda, não vai?

— Vou sim, eu não tiraria isso dele — assenti e resolvi ousar um pouco em minha pergunta.

— Eu vou embora na semana que vem, eu poderia levar ele comigo essa semana? — Madara pareceu pensar sobre aquilo — Por favor!

— Tudo bem, fala pra ele fazer uma bolsa pequena e eu passo lá todos os dias pra levá-lo pra escola.

Eu fiz minhas malas e ajudei o Obito a fazer a bolsa dele.

— Mãe, por que não vamos ficar aqui? — Obito perguntou com um biquinho.

— Porque eu tenho que passar uns dias com meu pai antes de me mudar — segurei suas bochechas — e quero ficar com você também! Mas por que a pergunta, você não quer ir?

— Quero, eu quero ficar muito com você — ele me abraçou — Promete que quando se mudar vai continuar sendo minha mãe?

— Claro que sim, meu amor — beijei sua cabeça — Você vai me visitar sempre e nós vamos nos falar todos os dias, combinado?

Ele assentiu e terminamos de fazer sua bolsa.

— Já estamos prontos, Izuna — ele se levantou e pegou as chaves — Cadê seu irmão?

— O Madara saiu, mas ele mandou esse pirralho aqui ser obediente e não dar trabalho — ele bagunçou o cabelo do Obito.

Quando chegamos em casa Izuna subiu com nossas bolsas e eu notei que papai estava segurando sua língua, então assim que ficamos sozinhos quando Harumi e Obito brincavam na sala eu resolvi iniciar a conversa.

— Pode falar, o que foi?

— Porque trouxe o garoto?

— Pai, é só um garoto, eu vou sentir muita falta do meu filho e quero aproveitar o tempo com ele!

— Então essa coisa de mãe e filho vai continuar mesmo agora?

— Não é uma coisa, é um sentimento — nós nos encaravamos — Eu o amo como um filho e sou a mãe que ele escolheu!

— Tudo bem — ele suspirou — desculpe por isso, é que me mata você manter uma ligação com aquele homem, mas o Obito é mesmo um bom garoto, a Haru fala que é o irmãozão dela.

— Eu sei, eles brigam e brincam na mesma proporção — nós dois rimos e vimos as crianças correndo em nossa direção.

— Eu que vou — Obito gritava.

— Não, eu que vou — Harumi gritou de volta e os dois agarraram minha cintura.

— Ei, calma, o que tá acontecendo?

— Eu que vou dormir com você, não é, mãe? — Obito falou.

— Não, mana, eu que vou, não é?

— Vamos fazer assim — meu pai sugeriu — juntamos os colchões no chão do quarto da Hana e vocês dormem com ela.

— Fechado — Obito e Harumi correram comemorando.

— Ele te ama muito — meu pai falou com calma — Você é uma boa mãe!

— Obrigada, pai!

Durante toda a semana Obito e Harumi dormiram comigo, eu no meio e cada um agarrado a um dos meus braços. Quem vinha pegá-los aqui na porta era Izuna, mas eu sabia que Madara estava esperando no carro, eles faziam questão de levar Haru pra aula também todos os dias. Madara não teve coragem de me dirigir a palavra, Izuna, Hashirama, Tobirama e até Mito me ligavam e pediam pra falar com o Obito, só aí o Madara pegava o telefone, eu já entregava para o Obito dizendo "seu pai quer falar com você".

Confesso que eu estava sentindo falta de Madara, do seu carinho, do nosso sexo, mesmo que minha última experiência com ele tenha sido aquela, apesar de injustificável, eu sabia que era culpa das substâncias de procedência duvidosa que ele consumia e da falta que ele sentiria de mim. Eu tinha certeza que quando ele me mandou embora não era aquilo que ele queria dizer.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora