Capítulo 33

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POV Madara

A chegada de Mei feriu Hana, Obito a chamando pelo nome já tinha sido demais, ver a mãe biológica dele logo depois seria o suficiente para qualquer um atacar alguém. Mas Hana como sempre me surpreendeu, ela foi cordial com Mei, garantiu que a ajudaria a ver Obito e não permitiu que mais ninguém fosse grosseiro com ela. Eu sabia que minha pequena estava ferida por dentro, mas isso nunca foi motivo para que ela ferisse alguém e eu admirava isso nela.

— É melhor falarmos logo com o Obito — ela falou depois de uma hora em que a sala de espera estava em completo silêncio.

Não falei nada, só me levantei e estendi minha mão pra ela, de alguma forma eu queria passar a mensagem silenciosa para Hana de que só ela me importava e o que eu tive com Mei era passado. Eu sei que era ridículo e prepotente pensar que ela estaria preocupada com isso quando pensava em perder Obito e em como ele estava se sentindo com tudo e como se sentiria depois de jogarmos essa bomba no colo dele. Mas caso ela estivesse com essa preocupação, eu já queria tirar da cabeça dela, eu também queria dizer pra mim mesmo que Hana estava comigo e por isso eu não tinha que temer nada, enquanto ela estivesse comigo tudo daria certo.

Se preocupando com Mei ou não, Hana segurou firme em minha mão e não soltou nem quando entramos no quarto de Obito.

— Eu disse que queria ficar sozinho — ele não nos olhou quando entramos.

— Obito — a voz de Hana era calma — Precisamos conversar!

— Cobre meu rosto — ele pediu sem emoção na voz — Não quero que ninguém veja!

— Obito, chega — falei em tom firme — Seu ferimento precisa de ar para melhorar, você vai ter que aguentar algumas semanas desse machucado se quiser ficar apenas com finas cicatrizes!

— É porque não é seu rosto, pai — ele se virou pra nós dois com lágrimas rolando — Eu tô horrível, não quero que ninguém me veja assim, céus, o que a Rin vai pensar?

— Rin te ama — Hana sentou na beirada da cama dele e esticou a mão pra fazer carinho em seu cabelo, mas ele segurou seu pulso, a afastando dele, eu vi Hana encolher os ombros, como se protegesse o próprio coração.

— Eu não quero que ela me veja assim, droga — a voz dele era raivosa — e nem vocês, não quero que ninguém me veja assim!

— Tudo bem, podemos cobrir seu rosto quando os outros estiverem aqui, mas quando nós estivermos ou quando você estiver sozinho ele ficará exposto — a voz de Hana era firme, apesar de manter a doçura — Porque não importa o que você diga, esse é o rosto de meu garoto e eu amo te olhar, Obito, não tira isso de mim. Eu quase perdi você e olhar pro seu rosto agora, tocar você, é o que me mostra que eu não tô sonhando e você tá aqui!

Eu vi que aquilo mexeu com Obito, ele odiava ferir a Hana, mais que odiava ferir qualquer outro, a dor de sua mãe era seu verdadeiro ponto fraco.

— Tudo bem — ele suspirou e soltou o pulso dela, permitido o carinho — O que vocês queriam falar?

— Uma pessoa veio te ver — eu não sabia como falar isso, Obito me olhava confuso, eu não poderia dizer "sua mãe" sem machucar Hana, então me calei, sem saber como abordar isso.

— Sua mãe está aqui, Obito — Hana disse com a cabeça baixa.

— É claro que está, não tô entendendo — ele olhou pra mim e eu suspirei, esclarecimento se fez presente em seu olhar — Ela?

— Mei chegou hoje, ela soube do acidente e quer ver você — falei sem demonstrar aprovação ou descontentamento na voz, a decisão teria que ser dele.

O Acordo - Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora