Segundo Arco - Grande Dia de Merda

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~ Point Of View Lara Rafaela Castelli Ferrari ~


~ 21 de março. Sábado. 


...Continuando...


Depois de levar a Booh para a enfermaria e cuidar dos seus poucos machucados, não demorou para que a Lua me ligasse.

Ela queria fazer uma pequena festa e convidar os meus amigos. Fazer um churrasco e comemorar o meu dia. o grande dia de merda do meu nascimento. 

A sua ideia seria bem vinda se tudo o que aconteceu, não tivesse acontecido.

" – eu não quero. Pode fazer o que quiser, mas não estou afim. " – ela ficou em silencio por quase um minuto, quase que rosnei baixinho por saber que minha irmã iria ignorar a minha ignorância e simplesmente fazer a festa idiota. Sua voz soou pelo celular quase como se o que eu disse fosse exatamente o contrario.

" – okay, estou fazendo, se importa se meus amigos estarem aqui ? não consegui expulsar os meninos, eles não dão a mínima para onde estejam, apenas gostam de não estar em casa. " – revirei os meus olhos e me joguei em uma poltrona, Luana era a pior de todas. Ela não ouvia, muito menos dava a importância para comentários ruins ou palavras agressivas. Ela simplesmente, sorria e ignorava. As vezes ate devolvia as palavras.

Essa idiota, tenho absoluta certeza que ela apenas faz isso por se sentir mais próxima da Ingrid.

" – eu nem sei porque infernos eu ainda respondo você. não me importo com os seus amigos, eles nunca saem daí mesmo –" resmunguei, voltando a olhar para a Booh, nem a voz animada e risonha da lua me fez deixar de apertar os meus olhos em dor.

Bruna parecia tão.. machucada.. magoada.. frágil..

Meu coração doía.

" – Okay!! Certo! Churrasco bebidas e musica! Talvez a tia Castapella nos deixe usar a piscina dela, seria incrível! Suas amigas vão vim ? " – a voz alta e animada dela me assustou, Fernanda ria baixinho me olhando enquanto apoiava o gelo no pescoço e rosto da Booh.

" – meu deus Luana, eu sei la. A Fernanda sempre vai, você sabe. Estou saindo aqui. resolva os seus problemas, eu não vou aparecer nesse churrasco. – ela bufou em um murmúrio e tentou gritar comigo mas já havia desligado a chamada, e também, o celular.

- como ela consegue te fazer falar tão rapidamente, hm ? – como de costume, ignorei a sua voz, saindo da poltrona e me aproximando da Booh. A imagem do Carlos me mandando protegê-la me assombrou no mesmo segundo. Seu olhar decepcionado me fez engolir em seco.

Era a minha culpa.

Meu dever era protegê-la. Estar com ela. mas não estava, não consegui evitar que ela se machucasse. Meu surto de mais cedo, logo depois de acordar e lembrar de tudo o que fizemos me fez evitar a sua presença durante o dia todo. A culpa e o arrependimento de ter quebrado as regras, de ter desobedecido Carlos, de ter feito o que fiz. De ter consumado o meu amor por ela.

Tudo isso me fez surtar assim que abri os meus olhos.

Nunca mais em toda a minha vida iria beber. Nunca.

Se não fosse pelo álcool eu teria me controlado, teria a colocado para dormir em vez de ter  beijado e feito sexo com ela.

Oh Deus que inferno.

Nosso Maldito Fluxo - Romance Sáfico -Onde histórias criam vida. Descubra agora