Nosso Maldito Fluxo - Romance Sáfico -

Fourth Arch - You Don't Know How Lovely You Are

~Sexta 17 de Abril. 8:30 da manhã~

~Point Of View Lisara Díniz McLondon~

Não sabia dizer ao certo se havia sonhado ou se aquela sensação de estar caindo foi o meu real pesadelo, só conseguia sentir as palpitações fortes em meu peito, meu corpo reagiu tão rapidamente que eu simplesmente voei de cima do corpo da Gaby, com minhas bochechas se enchendo de ar enquanto eu tampava a minha boca com as duas mãos, meus olhos apertados como se provocar tensão em meu rosto fosse me ajudar a conter a ânsia de vomito e o enjôo da ressaca. Meu estomago continuava a se revirar, querendo colocar pra fora todo o café e a água que bebi mais cedo. Gaby entendeu rapidamente a situação, correndo para as portas do grande galpão e abrindo as mesmas pra mim. foi só por causa da sua reação rápida que tive chance de correr para fora do ginásio e seguir ate a área aberta, onde tinha uma grande pia com diversas torneiras que serviam tanto para se lavar quanto para beber água. Foi ali que eu coloquei tudo pra fora. Rapidamente, jorrando tais líquido juntamente com o acido do meu estomago. A tontura me fez cambalear, com as pernas bambas e tremulas. Cai sentada logo depois de ter colocado os dois litros de água pra fora do estomago.

Meu corpo estava suado, mesmo com a temperatura bem fresca e fria dentro do galpão. Meu rosto estava suado e quente, meu pescoço escorria suor, e agora eu sentia minha boca nojenta e amarga. Faço uma careta puxando o moletom da Maria para fora do corpo com toda delicadeza e rapidez. Não queria sujar o mesmo, era o preferido dela. choramingo baixinho me sentindo miserável. Arg.. eu não deveria ter misturado vodka com cerveja barata.

- você esta bem? – a voz baixinha e preocupada da Gaby me fez encolher os ombros, ela estava agachada do meu lado, viro os olhos na sua direção vendo nossas mochilas em suas mãos. Ela me estende minha garrafinha de água e logo estou aceitando a mesma, enchendo a minha boca de água e sacudindo o liquido em minhas bochechas antes de cuspir dentro da pia. Me coloco sobre os pés, com os joelhos flexionados, ficando na altura de uma Gaby agachada. Não me sentia segura para ficar de pé. minha cabeça ainda estava girando.

- estou enjoada.. é a ressaca. Eu misturei diversas vodkas com cerveja barata. Isso esta me matando.. – murmuro baixinho me sentindo ainda mais idiota, é isso que da beber tudo o que vê pela frente. Eu deveria ter bebido só as cervejas. Pelo menos agora não iria estar sentindo essa dor de cabeça horrível.

- ate parece que os diversos socos na cara e na boca do estomago não tiveram o mesmo impacto. Olha.. você esta cheia de manchas avermelhadas e meio roxas. Ate mesmo seu abdômen esta marcado. Se isso não for um chupão eu tenho absoluta certeza de que alguém deu umas cinco ajoelhadas na sua barriga. – faço uma careta antes de me lembrar vagamente da briga que tivemos, lembro de todos os socos que levei na boca e na cabeça, em como minha gengiva ficou sangrando sem parar por duas horas, e meu nariz que a Maria teve que colocar de volta no lugar com um puxão. Com certeza algum babaca deve ter me dado uns golpes no abdômen, foi tanta gente se batendo que se ate me aparecesse com uma facada eu não ficaria surpresa. Foi um milagre não ter surgido algum ser humano com um canivete.

- é.. eu concordo. Mas a dor física esta menor que o incomodo da ressaca então não incomoda tanto. Eu nem sinto o meu rosto pra falar a verdade, esta tudo dormente. A Luy me deu uns analgésicos quando chegamos, mesmo sendo contra indicado, ela não queria que eu ficasse morrendo de dor. Ela ate checou o meu rosto. umas cinco vezes. Me fez mostrar os dentes e tudo mais. Ela cuidou bem de mim. – murmuro baixinho, ficando na defensiva automaticamente. Não queria que ela dissesse que a Maria tinha sido irresponsável. Ela não é minha baba pra ficar me vigiando e estávamos em um show de rock. Todo mundo levou porrada ate os caçulas. Obvio que ir a um show de rock não é algo que qualquer um considere uma coisa que alguém responsável vá fazer mas.. fodasse. É o que nos gostamos de fazer. Argh.. que confuso.