Terceiro Arco - We're Accidentally In Love

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Era exatamente quatro e quinze da manhã, passamos toda a madrugada ainda bebendo e curtindo na festa, consegui no mínimo beijar algumas góticas alternativas que dançavam no meio da pista de dança. Que seria no caso a sala de estar do casarão.

E então finalmente estávamos de saída. As luzes ainda piscavam, o som ainda estava ligado, mas varias pessoas estavam caídas pelo chão. Apagadas. Seja desmaiadas ou apenas dormindo. Eu não fazia ideia. A Maria interagiu com alguns dos traficantes, pareciam ser bem conhecidos, principalmente pelo toque de mão diferenciado.

Isso aconteceu na hora de sairmos.

- não sabia que você tinha contato com esse pessoal. – murmuro baixinho assim que saímos de dentro da casa, estaria tudo escuro se não fosse pelas fogueiras ainda acesas. Que deus abençoe os hippies e maconheiros.

Seria um cagaço atravessar esse matagal em plena escuridão eterna das quatro da manhã.

- eu tenho.. não estou mais ligada a eles, mas nunca deixo de falar com eles quando os vejo. São os meus parceiros sabe ? – arqueio as sobrancelhas inclinando o rosto na sua direção. Ainda era estranho ver a Maria falar gírias. Logo ela. a filhinha da mamãe e do papai. urg. Parece ate um universo alternativo.

- imagino que sim.. – eu não estava 100% sóbria, estava entre o alterada e cheia de vertigem. Mas ainda conseguia andar corretamente, correr se precisar e conversar. Ao contrario do casal ao nosso lado.

Vivy não conseguia manter a cabeça parada no lugar, toda hora girava o rosto, deitando e tombando a cabeça pra trás, seus ombros se moviam estranhamente, como se estivesse incomodada com algo, suas expressões beiravam do " estou super drogada " e " desmaiei " as vezes seus olhos se reviravam do nada e ela ria sozinha.

Super locassa.

Ao seu lado Kassia estava rindo e abraçando o seu quadril, segurando e apoiando todo o seu corpo em si mesma, ela estava obviamente super bêbada e ainda assim sustentava e segurava a Vivy, olhando para ela de dois em minutos e murmurava algo em sua orelha. Era nessas vezes que a Vivy parecia sair da sua expressão de " desmaiei " para a expressão de " estou drogada ".

- hey.. elas estão bem mesmo ? – murmuro toda preocupada, não queria que a loirinha acabasse tendo uma convulsão ou entrasse em coma ou sei la. Uma overdose?

- relaxa, ela vai ficar bem. ela sempre usa essas coisas. Não importa o quanto a gente brigue ou tente impedir ou.. literalmente pare de falar com ela. ela esta.. resolvendo os seus problemas do jeito dela. – franzo as minhas sobrancelhas meio confusa, mas acabo deixando pra la, seu tom de voz me dizia que era um assunto delicado. Muito delicado.

Os meninos estavam agitados. Todo o energético que haviam tomado durante a noite os deixaram super empolgados. E agora estavam pulando e fazendo danças extravagantes. Mexendo os ombros e quadris enquanto riam e gritavam ao som alto que tocava em uma caixa de som que Kenedy carregava em seus ombros, era apenas uma batida super agressiva e eletrônica, eu não reconhecia aquela musica mas já estava super gostando.

Me deixou meio agitada também.

Uns cinco ou dez minutos depois, quando finalmente atravessamos o matagal e entramos na estrada principal, eu finalmente me juntei aos caçulas. Imitando as suas danças extravagantes e gritinhos esquisitos.

Oh. Eu me sinto extremamente livre! Liberdade!! Oh Liberdade!!

Nossos gritos diminuíram assim que passamos pela terceira casa, a caixa de som que o Kenedy carregava nos ombros quase que foi deixada no meio do caminho quando as luzes da casa se acenderam.

Nosso Maldito Fluxo - Romance Sáfico -Onde histórias criam vida. Descubra agora