~ Point Of View Maria Luisa Diniz Mc London ~
Aquela terça foi literalmente um borrão pra mim, desde o momento que perdi completamente a cabeça, ate eu chegar em casa de madrugada depois de ter ido trabalhar no bar.
Foi como se não fosse eu, não sei o que fiz, muito menos como cheguei em casa, se cheguei em casa antes de ir trabalhar.
Mas como isso havia se tornado um habito, assim como os meus surtos de raiva pela madrugada ou minhas crises de choro e insônia. Eu não dei a mínima.
Quando sai de casa para ir ao colégio na quarta. Dia que teria mais uma das atividades pontuadas e avaliativas de matemática e biologia.
Carlos estava lá, na frente do galpão me esperando. Sua expressão se tornou uma careta assim que viu a minha cara.
Não estava realmente feliz por vê-lo, afinal ver ele significava algo ruim certo ? significava problema. Significava que eu tinha mais um trabalho a fazer.
E porra, dessa vez. Por hoje, eu estava de saco cheio. Cansada pra caralho. Com a cabeça toda fodida, e cheia estresse acumulado.
- desculpa por te procurar tão cedo. – abanei a mão, apertando os meus olhos curiosa. Afinal ele não demonstrou nenhuma vontade de voltar a atuar como açougueiro, talvez agora ele estivesse querendo me trazer de volta para assumir seus negócios do açougue ?
- eu não posso me atrasar hoje chefe, pode falar – murmuro baixo, puxando minha mochila pela alça pendurada em meu ombro.
Observei ele coçar a sua barba ruiva e cabeluda antes de suspirar e se aproximar, inclinei o rosto enquanto ele vinha para a minha frente.
-Fernanda vai voltar a estudar hoje, queria que você fosse com ela. e a levasse para casa. Só isso. – oh sim, ele tinha me pedido para cuidar dela.
Eu já tinha afirmado que iria o fazer. Era obvio.
Mas ver ele ali, com uma expressão abatida naquele rosto que sempre esteve despreocupado e divertido. Foi difícil controlar a minha curiosidade.
- ela te rejeitou legal né. – E lá estávamos nos, andando lado a lado ate o seu carro. Carlos ate tentou enrolar e coçar os seus cabelos ruivos mas não tinha como ele negar isso. estava na cara.
- oh sim.. ela só aceitou mudar de escola pois na antiga ela sentia falta das meninas. Ela esta chateada comigo.. – arqueei as sobrancelhas quando o homem jogou a chave da caminhonete com designe antigo mas completamente nova e zerada, na minha direção. Assobiei umas duas vezes, sorrindo risonha antes de abrir a porta e entrar na mesma. tinha quase meio metro de distancia do chão a altura da porta. Que porra grande do caralho.
- eu imagino, você é um grande mentiroso afinal. As coisas nunca vão dar certo se você começar com uma mentira. – aponto para ele, logo depois de entrar na caminhonete.
Liguei a mesma olhando todo o painel do carro. Nem precisei passar a marcha afinal era automática.
Suspirei baixinho sentindo o olhar dele em mim.
- você esta se amarrando nisso em. – ignorei a sua risadinha e liguei o som do carro, acelerando o mesmo.
Não costumo a conversar muito com o meu chefe, mas ainda conversávamos bastante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso Maldito Fluxo - Romance Sáfico -
Teen FictionNos desencontros e encontros dessa vida, nunca achei que a minha teria todas as reviravoltas que teve. Ser expulsa de casa, entrar em uma gangue fora da lei, fazer amizades importantes que eu levaria para toda a vida, me vincular e amar tantas pesso...