Primeiro Arco - O seu grande Castelo

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~ Manhã de sábado, 21de março ~

~ 08:30 AM ~


Sair daquele galpão foi a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida, o simples ato de deixar os lábios dela parecia uma condenação. E mesmo que eu tentasse, as minhas mãos não soltavam o seu quadril, com toda certeza havíamos passado bons minutos naquela mesma posição, mas entre nossas respirações e os selinhos que ela parece amar, America deu um jeito de fazer com que nunca nessa vida, eu queira que ela saia dos meus braços.

Eu nem sequer vi a garota subindo na moto, mas a sensação de ter o seu corpo sobre o meu, grudado no meu, com suas pernas se envolvendo em meu quadril e seus seios se espremendo contra mim.

Foi como estar entre o paraíso e o inferno. Ao mesmo tempo em que era bom, era incrivelmente desesperador, minha alma queria sair do corpo assim como o satanás tentava me invadir. Era obvio, a minha vontade de deslizar os meus dedos pelo meio de suas pernas, de sentir ela por dentro e por fora estava me consumindo. 

Oh deus, eu estava morrendo.

- você esta tremendo.. Lily.. – sua voz baixinha, suas mãos agarradas ao meu ombro, o seu ofegar contra os meus lábios. Deveria ser algum mal de danação. Não tem como, isso é de outro mundo!

- lily ? – minha voz escorregou, rouca, baixa, falha, ofega. Assim como eu, assim como os meus membros. Principalmente os meus dedos. Eles tremiam tanto que ate me assustavam.

O fato da moto não ter caído ainda demonstra o quão forte as minhas pernas são, pois as coitadas continuam a sustentar a moto. Eu tenho pena das minhas pernas as vezes.

Sim, eu preciso divagar e pensar no quanto que elas vão doer essa noite, pois se eu parar de pensar e apenas sentir ela agarrada a mim, a sua respiração acariciando a minha pele e ver os seus olhinhos alaranjados brilhantes. Eu juro que perco a cabeça.

- sim.. pareceu certo.. sabe, é ate mesmo familiar, como se fosse um apelido feito pra você. – dessa vez não consegui ignorar o seu sorriso, América é uma garota estranha, ao mesmo tempo que ela tem essa áurea e essência infantil e ingênua, ela é maléfica e perversa, e também, extremamente inteligente.

Foi percebendo e vendo esses seus lados, que apenas em uma manhã, eu senti que deveria proteger ela.

Foi familiar ate, como se esse sentimento sempre estivesse aqui. no fundo do meu coração, apenas esperando para ser acordado.

Acho que era por isso que eu me segurava tanto perto dela, além de ser diferente, ela parecia familiar. Por alguma razão, o sentimento de ter ela em minhas mãos foi como se ela tivesse apenas voltado ao lugar onde pertence.

Deve ser por isso que meus dedos mesmo que trêmulos, continuam a se agarrar a sua cintura.

- eu.. não entendo bem essa coisa mas, o sentimento de familiaridade, de conhecer você, isso parece certo pra você ? – seus olhinhos curiosos e brilhantes se arregalaram de leve, foi caloroso ver as mudanças em seu rosto, meu coração palpitou com o novo sorriso que ela me dava.

- parece absolutamente certo. – seu sussurro me fez rir, por alguma razão que ainda não conheço, eu a abracei. Como se meu corpo estivesse programado para isso. e o pior disso tudo era me sentir completamente bem tendo essas reações automáticas.

- okay pequena. Você me deve um café da manhã e um encontro. – antes de conseguir alinhar o meu rosto com o seu, ela me roubou um selinho, mais um que me fazia relaxar.

Nosso Maldito Fluxo - Romance Sáfico -Onde histórias criam vida. Descubra agora