Desci as escadas e comecei à procurar direção da escola. Andava tranquilamente, até um pouco distraída, eu diria. Quando menos esperava, meu corpo se chocou com o de alguém, me derrubando no chão.
- É-é, me d-desculpa. -Eu pedi, ainda no chão.
Olhei para cima e alguém me estendeu a mão. Estava morrendo de vergonha de olhar e ser algum supervisor, não queria levar uma bronca no primeiro dia.
- Está tudo bem, deixe-me ajudá-la. -Uma voz suave e feminina.
- Me desculpe,senhora...senhor-rita... Não foi a minha intenção. -Segurei sua mão, com o coração na mão, já esperando levar um puxão de orelha.
- Acidentes acontecem, senhorita. Não há com o que se preocupar. -Ela disse.
A mulher me ajudou a levantar e só então tomei coragem para abrir os olhos. Ela era linda! Cabelos loiros e olhos castanhos. Sua pele era clara e seu sorriso mais lindo ainda. Ela tinha uma aparência jovem, eu diria, no máximo, vinte e cinco anos. Usava um perfume maravilhoso. Suas mãos eram macias e delicadas, completamente o oposto que eu imaginei. Seu corpo escultural parecia se encaixar de maneira perfeita na farda que vestia. Pude notar o quão sexy ela ficava naquele uniforme. Ela era quase um anjo. Seu olhar era repleto de mistério e o cheiro amadeirado de perfume me embriagava aos poucos.
- Eu preciso ir, senhorita. Cuidado por onde anda. Não esbarre em mais ninguém. -Ela sorriu.
- Ah... Me desculpe e... Obrigada. -Eu balbuciava as palavras, parecia estar em transe.
Sentia minhas bochechas queimarem e meu corpo inteiro responder aos meus desejos.
- Sem problemas. -Sorriu e continuou andando.
Tentei me recompor e continuei procurando pela direção. Andava pelos enormes sem rumo algum. As únicas coisas que passavam pela minha cabeça eram o quanto eu estava constrangida por ter esbarrado em alguém e o quanto esse alguém, que eu não sabia o nome, me intrigava. Eu que sempre fui pulso firme, me perguntava como alguém em poucos segundos, conseguiu me bagunçar desse jeito.
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- Com licença. -Eu bati na porta
- Entre. -Uma voz masculina me autorizou.
- Boa tarde! Eu vim saber à respeito das extracurriculares. -Sorri.
-Bom, senhorita Maraísa. -Ele lia meu nome na farda. -
- Preciso que preencha esse formulário e me entregue até o final do dia. Nós decidiremos juntos a melhor atividade que se encaixa em você! -Sorriu.Me levantei e caminhei até a porta, antes que eu saísse, ele disse:
-Sua mãe está orgulhosa, Maraísa. Tenho certeza disso! -Ele sorriu.
Me virei e sorri de volta. Saí da sala e fui para a aula. Como sempre, a aula passou voando. Volta e meia eu me pegava pensando na mulher misteriosa. E me perguntava: Será que ela é professora? Será que nós vamos nos encontrar? Por que estou tão intrigada? De onde vem tanto mistério? Tentei afastar pensamentos paralelos ao máximo. Nem sempre eu consigo, mas eu supero. Saí da sala e subi para o meu quarto. Troquei de roupa e desci novamente até o jardim.
-Por que eu sabia que você estaria aqui? -Uma voz familiar disse.
-Lauana, onde você estava? Sabe que perdeu aula, né? -Olhei em seus olhos.
-Sim. Precisei resolver uma questão com meu pai. -Ela se sentou.
-Seu pai está aqui então? -Perguntei.
-Ele é capitão de fragata. -Ela sorriu.
-Como você é desmiolada desse jeito, garota? -Rimos.
-Ele não puxa o meu pé. Meu pai é meu melhor amigo. -Ela sorriu.
-Mas e seus pais, o que fazem? -Ela jogou uma pedrinha no mar e a observou.
-Meu pai é médico da marinha e minha mãe... Bom... Ela é Almirante de esquadra. -Disse sem jeito.
-O QUÊ? SUA MÃE É A ALMIRA? -Ela disse, expressando um misto de surpresa e espanto.
-Sim. "A famosa Almirante de esquadra Almira Henrique Pereira! -Revirei os olhos.
-Você tem noção de que eu tenho um crush eterno na sua mãe, né? -Ela riu.
-Ah, não, Lau. Que nojo. -Rimos. -
-Minha mãe gosta de rola. -Falei baixinho.-Deus é tão injusto! -Ela riu.
-Larga de ser doida, Lau. -Joguei uma pedrinha no mar.
Ficamos conversando até o final da tarde. Já passavam das cinco e nós ainda estávamos lá.
- O que vai fazer no fim de semana? -Ela me perguntou.
- Provavelmente nada. -Sorri.
- Posso te levar em algum lugar? Amiga, isso não é um encontro, eu juro. -Rimos.
- Aonde quer ir? -Sorri.
- Show da Alcione. -Ela sorriu.
- Sério, menina, aonde vamos? -Não acreditava nas suas palavras.
- Para o show da Alcione, porra. -Ela riu.
- Não acredito que você também gosta!
-EU TE QUERO ALÉM DA CAMA, EU TE AMO DE VERDADE! -Cantarolou
-Então vamos, né? -Sorri.
Lauana ajeitou os cabelos e deitou a cabeça em meu colo. Na impulsividade, meus dedos optaram por lhe fazer cafuné. Minha tranquilidade é interrompida por uma voz:
- Carla Maraísa, poderia me acompanhar até o Pontal? -Era a minha mãe, enfurecida.
- M-mãe? -Me espantei, tirando Lauana do meu colo.
- E você, Senhorita Ferreira, seu pai não gostaria de saber que anda faltando suas extracurriculares. -Ela arqueou a sobrancelha.
-Desculpe-me, senhora Pereira, mas... -Minha mãe a interrompeu.
-Eu fui clara? -Falou em um tom enfurecido.
-Desculpe. Nos vemos mais tarde, Maraísa. -Ela se recompôs e saiu.
-Depois nos falamos, Lau. -Disse cabisbaixa.
Olhei minha mãe rapidamente nos olhos e mais uma vez, tive o desprazer de olhar sua expressão enfurecida. Nunca consegui me dar bem com ela, não quando o assunto é meu futuro profissional. Sempre se achou no direito de me controlar.
Até quando ela vai tentar de maneira falha, controlar a minha vida? Eu me perguntava internamente.
Não obtive resposta!
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Olaa, pessoal, quero que me ajudem a divulgar a fic para ter mais alcance. Vou tentar postar todos os dias, comentem o que estão achando e não esqueçam minha ☆linha!!! 🙃🤍
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Indomável coração || Malila
FanfictionCarla Maraísa é uma adolescente de dezessete anos que acabou de entrar para a tão sonhada escola naval brasileira, uma instituição de Ensino Superior da Marinha do Brasil que tem por objetivo formar mental e fisicamente jovens brasileiros que irão o...