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Passamos na casa da Maiara, ela pegou o Pietro com a babá e fomos para minha casa.

- Obrigada, André. - Maiara agradeceu saindo do carro com o bebê.

- Por nada, amore. -Sorriu.

- Muito obrigada, migo. -Sorri, dando um beijo em sua bochecha.

- Descansa, Maraísa - Ele sorriu, descendo do carro.

Observei-o entrar em sua casa e logo entrei na minha. Tirei meus sapatos, coloquei meu jaleco no cesto, junto com a roupa do plantão e senti quando Salém se enrolou em minhas pernas.

- Oh bebê de mãe, vem ti,minha rainha - Proferi com voz de bebê. Peguei-o no colo e afaguei seu pelo macio.

Andei até o banheiro e tomei um banho relaxante, durando tempo suficiente para que minha pele ficasse um pouco avermelhada. Me enrolei na toalha e coloquei uma calcinha confortável e por cima, um blusão branco. Maiara pediu comida japonesa. Após comermos, ela subiu para colocar o baby para dormir. Ele tem sentido muita cólica ultimamente. Guardei o que sobrou da comida. Pendurei um bilhete na geladeira para meu pai que dizia: Tem comida no forno, é a sua preferida. Beijos, meu amor.

Subi as escadas e fui direto para o meu quarto. Não demorou muito e Maiara entrou se jogando do meu lado na cama. Liguei o ar condicionado e fiquei surfando pelos canais da televisão até conseguir adormecer. Era tão bom ter minha irmã aqui comigo.

Acordei com a sensação de estar sendo observada. Sempre fui sensível à energias e dessa vez não foi diferente. Mantive meus olhos fechados até conseguir coragem para abrí-los.

- O que? - Esfreguei meus olhos novamente.-
- Marília?

- Eu disse que voltaria. - Ela sorriu de lado.

- Como entrou? Eu deixei a porta aberta? -Eu estava bastante confusa.

- André me disse onde esconde as chaves. Maiara também me deu uma ajudinha. -Ela balançava o chaveiro nos dedos.

- Por que está aqui, Marília? -Acordei aos poucos, e senti meu coração bater mais forte cada vez que eu ficava mais acordada.

Sentia pequenas ondas de choques começarem em meus dedos e irem até o pulso. Sentia minha garganta arranhar, minhas pupilas dilatar. Sua presença em mim era poderosa e meu corpo sabia disso.

- Eu vim porque eu disse que precisávamos conversar. - Ela cruzou os braços.

- Tudo bem, Marília. - Suspirei.-
- Mas eu preciso ficar deitada, minha coluna tá só o pó.

Ela concordou com a cabeça e eu voltei à deitar. Queria tanto que ela deitasse ao meu lado que não resisti ao convite.

- Vou me sentir mais confortável se você deitar. - Disse baixinho e assim o fez.

Ela usava um vestido longo estampado e seus cabelos agora castanhos, estavam soltos. Seus olhos nunca estiveram tão claros.

- Muita coisa aconteceu desde que você foi embora. Quando me vi sem ti, fiquei completamente perdida.

- E isso é pretexto pra foder com a minha amiga? -Perguntei impaciente.

- Me escuta, Maraísa. - Ela estava autoritária.-
- Lauana se ofereceu para me ajudar. Ela veio como um socorro que eu precisava naquele momento. Eu sempre escrevia cartas para você e entregava nas mãos dela, pensando que ela colocasse no correio da marinha, coisa que obviamente nunca aconteceu. Por conta disso, nos aproximamos muito. Passávamos horas juntas, conversando... Isso quando ela não me via chorando.

Indomável coração || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora