12

3K 246 581
                                    

_ Você estava deslumbrante ontem. -Ela sussurrou em meu ouvido, escorregando a ponta dos dedos em meus lábios.

Minhas mãos suavam mais do que tampa de marmita. Meu coração batia mais forte à cada vez que eu sentia um contato mais próximo. Sentia sua respiração quente tão perto, que ia me enlouquecendo aos pouquinhos e quando ela aproximou os lábios da minha tatuagem, pude sentir seu hálito quente, me desarmando por completo

_ Filha, Marília, estão aí? -Meu pai bateu na porta.

Me recompus rapidamente e abri a porta.

_ O almoço está pronto. -Meu pai sorriu e em seguida, saiu do quarto.

_ Ela estava me ajudando com a matéria de biologia. -Menti.

Me levantei da cadeira e fui ao banheiro lavar o rosto. Quando estava enxugando o rosto na toalhinha, escutei a porta ser trancada.

_ O que você está faz...-Fui interrompida por ela.

Marília segurou forte em minha cintura e me puxou, colando nossos corpos. Sua mão direita segurava firme minha cintura, enquanto a esquerda fazia carinho em minha nuca. Ela desceu a outra mão e me suspendeu, me colocando em cima da pia do banheiro. Ela olhou em meus olhos e eu senti todas as sensações que nunca pude sentir. Seus olhos castanhos eram sublimes, fazendo-me sentir completamente violada do jeito mais gostoso que já existiu.
Ela me puxou para ainda mais perto e colou nossos lábios com um beijo. O beijo era lento e calmo. Sua língua buscava um contato mais intenso com a minha, enquanto suas mãos seguravam com firmeza a minha cintura. Entrelacei minhas mãos em seu pescoço, trazendo-a para mais perto. O beijo foi se intensificando, tinha pressa em tê-la. Marília desceu os beijos pelo meu pescoço, até a altura do começo dos meus seios, me fazendo arranhar de leve sua nuca, enquanto suspirava sutilmente.
Mas como disse, tinha pressa em tê-la. Trouxe sua boca para a minha mais uma vez, denunciando todo o tesão que sentia. Ela arrancava os meus desejos mais profundos da maneira mais crua possível. Infelizmente não podia pensar na possibilidade de entrega. Eu sabia que não... Ou pelo menos tentava repetir para o meu coração, na esperança de que ele me entendesse.

Éramos a pólvora, nossos desejos a gasolina e nosso beijo, o fogo. Tudo aquilo misturado era uma bebida perigosa. Marília e eu sabíamos disso, então acalmamos nossas vontades, por hora, pois tudo precisava ser muito bem pensado.

O beijo ficou calmo novamente, e o finalizamos com selinhos demorados.

_ Marília... -Eu a abracei.-
_ Me desculpe! -Apertei seu rosto contra meu peito.

_ Sempre tão doce... -Me abraçou de volta e sorriu.

_ Você sabe que a gente não deveria... Não sabe? -Perguntei já cabisbaixa.

_ Você se arrepende? -Olhou em meus olhos.

Como dizer sim? Era de longe a maior loucura da minha vida! Mas não me arrependo. Se eu morresse naquele momento, seria a morte mais doce que já existiu.

_ Honestamente? Não. -Respondi-a.

_ Então não há o que desculpar! -Ela me deu um selinho.

_ Melhor descermos. -Retribuí e desci da pia.

Saí do banheiro e caminhei até a porta. Antes que eu pudesse girar a maçaneta, Marília me encostou na parede e deslizou sua mão pela lateral do meu corpo.
Ela olhou em meus olhos e eu retribuí o olhar. Era perceptível o desejo das duas... Sabíamos das consequências, mas naquele momento, ninguém se importava. Ela colou nossos lábios com um beijo lento e não muito longo. Fez carinho na minha bochecha e passou o dedo contornando a minha boca.

Indomável coração || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora