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_ Não parece. -Respondeu-me, ajeitando sua farda.

_ Huh? -Franzi o cenho.

_ Parece que você e o professor de tiro andam muito ocupados. -Encarou-me despida.

_ O que? -Gargalhei. -
_ Eu vim na terra para ver essa mulher com ciúmes.

_ Não é ciúmes. -Fechou a cara.

_ Ah, não é? -Ri. -
_ Confessa!

_ Francamente, Maraísa! Não tenho mais idade para isso. -Revirou os olhos.

_ Mas sente! -Gargalhei, sentando em seu colo.

Mirei seus olhos, que rapidamente encontraram os meus. Marília era uma mulher extremamente linda, as vezes eu me perguntava se ela realmente gostava de mim. Ela era o tipo de mulher que podia ter quem quisesse nas mãos.

_ Dorme comigo hoje? -Fez carinho em meus cabelos.

_ Como eu queria... Mas amanhã eu tenho prova. -Bufei.

_ Amanhã é sábado, Mara. -Ela cruzou os braços.

_ É a professora Madalena.

_ Oh... Tá explicado. -Riu.

_ Mas amanhã a gente podia ir para algum lugar. -Sugeri, beijando seu pescoço.

Marília me pegou em seus braços, encostando meu corpo no armário. Senti suas mãos apertando minha bunda com força, fazendo-me refém mais uma vez.

_ Vamos lá para casa. -Sussurrou.

_ E o que vou dizer aos meus pais? -Ri sapeca.

_ Qualquer coisa. Eu sinto sua falta. -Fez beicinho.

_ Ok, ok! -Ri. -
_ Marília não é uma mulher que implora.

_ Você me transformou numa geleia. -Sorriu.

_ Isso é ruim? -Perguntei-a.

_ Não sei, descubra nos próximos capítulos. -Me colocou no chão, piscando em seguida.

Marília catou minhas roupas e me ajudou, mais uma vez, com a farda. Era incrível o fato de que eu não tinha a mínima habilidade com aquilo.

_ Te vejo mais tarde, no mesmo lugar. -Me deu um beijo na testa.

Segurei sua mão e pela primeira vez, de uma outra maneira. Era como se não pudesse negar algo que sempre esteve ali. Senti meu coração bater ligeiramente apertado, ao escutar o barulho do seu scarpin se afastando de meus ouvidos.

Foi aí que um sorriso surgiu em meus lábios e ele era inevitável. Calcei meus sapatos e saí do vestiário, correndo daquele campo o mais rápido que pude.

_ Cinco minutos atrasada para a aula daquela diaba, só isso, Maraísa. -Tentava me consolar, suando frio.

Sabia exatamente que Luiza tinha marcado minha cara e que não era a toa. Tinha motivos o suficiente para sapatear em cima da cara dela, mas sempre fui muito contida e assim, mantive minha postura.

Arrumei minha farda e bati na porta, entrando em seguida.

Luiza me fuzilou com os olhos, enquanto calmamente eu vaguei até minha cadeira. Lauana puxou sua bolsa, dando espaço para cadeira ao lado.

_ Ok, agora ela realmente está te odiando. -Lau sussurou, tentando conter a risada.

Ousei à olhar para seus olhos, na maestria de meu ser. Luiza era o típico: late, mas não morde.

Continuou à explicar sua matéria, coisa que eu não demorei até entender. Física não era um bicho de sete cabeças. Ela passou alguns exercícios de fixação, mantendo seus olhos sempre em mim e Lauana.

Indomável coração || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora