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_ Marília, para de rir! -Dei um soco em seu ombro.

_ Olha a malcriação. -Riu. -
_ Você está linda!

_ Hm. -Murmurei.

_ Você sabe que é só minha essa semana, não sabe? -Ela sorriu.

_ Pensei que eu fosse todos os dias. -Cruzei os braços.

_ Você é! -Riu-
_ Quis dizer que você vai dormir comigo essa semana.

_ Vou, é?! -Debochei. -
_ Tá bem, patroa.

_ Assim que eu gosto. -Piscou o olho.

_ Você sobe para o dormitório o mais rápido que puder, tá? Não faça esforço, por favor. -Fez carinho no meu cabelo.

_ Até, Lila. -Sorri, deixando um beijo em seu peito.

_ Até, baixinha. -Ela fez carinho em meus cabelos.

Andei até o outro lado do prédio, aliás, andar é eufemismo: Eu voei até o lugar onde em termos, eu deveria estar. Subi o mais rápido que pude para meu dormitório, rezando para que minha mãe e Lau não tenham surtado.

_ São Longuinho, o senhor me ajuda! Eu sei que tô descabaçada, mas a minha moral com o senhor é a mesma. -Choraminguei baixinho.

Me aproximei da porta e girei a chave, abrindo com todo o cuidado do mundo. Lauana não estava, tão pouco minha mãe! Se isso não é a definição de santo forte, então eu não sei qual é.
Todavia, ao me aproximar da minha cama, encontrei um bilhete:

Minha doce Maraísa,
Se agora estas a ler este humilde bilhete, significa que já chegou em seu devido destino.
Obrigada pela noite inesquecível, pelos gemidos e obediência em cama.
Sei que não se sente bem, então nem pense em aparecer nas aulas hoje.

Deixo aqui, meu bombom do desejo, dizem as más línguas que se você o comer, pode pedir o que quiser.

Com carinho,
Você sabe quem.

Pressionei o bilhete contra meu peito e sorri ao lembrar da noite anterior.

Fui até o banheiro e tomei um banho rápido e relaxante. Meu dia estava tranquilo, se não fosse um certo alguém entrando no quarto e fazendo o maior estardalhaço.

_ Aonde você estava, Carla Maraísa? -Lauana cruzou os braços, batendo os pés e arqueando as sobrancelhas.

_ My Honey... -Disse num inglês perfeito. -
_ Não adianta me olhar assim, não tenho medo. -Sorri.

_ Você é idiota ou o que, Maraísa? Eu tenho cara de otária, é isso? -Seu tom era bravo.

_ Valha-me Deus, a varoa está virada no dendê hoje. -Ri.-
_ Toma aqui. -Entreguei o atestado da médica.-
_ Satisfeita? -Senti no pé da cama e a olhei de maneira serena.

_ Por que não me chamou, Maraísa? -Ela suspirou, balançando a cabeça negativamente.

_ Porque você estava dormindo e eu não achei justo te prejudicar só por isso. -Sorri.

_ Somos amigas, quando você vai entender isso? Amigos contam tudo um para o outro. -Ela sorriu fraco.

_ Você deveria saber que eu não gosto de preocupar as pessoas, Lau. -Sorri.

_ Como você está? -Ela tirou a farda.

_ Viva. -Sorri-
_ Estou bem, Lau.

_ Carla, você não tem nada para me contar? -Ela me perguntava como se já soubesse a resposta.

Indomável coração || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora