- Entra. -Exclamei ao escutar alguém bater na porta.
- Com licença, doutora. -Era meu pai com um caixa de presente.
- O que o senhor deseja? -Descontraí.
- Um príncipe veio deixar esse presente para uma princesa. -Ele riu.
- Príncipe, é? O senhor tá ficando muito convencido, sabia? -Ri.-
- Não precisava, pai.- Feliz vinte e cinco. -Ele sorriu, me abraçando.
- Você sempre fazendo meu dia melhor! -Beijei sua bochecha.
- Preciso ir, filhota. O dever me chama! -Fez a reverência e saiu da sala.
Abri o presente que deixou em minhas mãos e fiquei emocionada: meu pai me conhecia tão bem, que não poderia ter escolhido um presente melhor. Era um anel de brilhantes, bem delicadinho. Uma pena ser cardiologista e não poder usar tantos anéis porque vira e mexe eu precisava usar luvas.
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O dia seguiu tranquilo. Eram dez horas quando me dei conta do tanto que havia trabalhado. Aprendi a ocupar minha cabeça com doses pesadas de trabalho, estendendo minha carga horária. Por incrível que pareça, não me sentia estressada, apenas cansada.
Fui até o alojamento buscar as roupas no armário e quando já estava com outra roupa, me dei conta que esqueci o estetoscópio da minha vida em cima da mesa.
- Merda. -Bufei, dando meia volta e entrando na sala.
Acendi as luzes e tomei um susto.
- SURPRESA! -Gritaram.
Eu vi confetes voando, pessoas soprando apito, gente que eu não nem sabia quem era, pompons sendo balanceados e minha mente tentando processar tudo ao mesmo tempo.
De repente, vi o provável armador disso tudo: André veio carregando um bolinho gracioso em minha direção.
- Parabéns, amore mio. -Ele me abraçou com seu portunhol.
- Obrigada, André! Não precisava. -Eu abaixei a cabeça com vergonha.
- Eu vim na terra para ver essa mulher envergonhada. -Ele riu.-
- Te amo, amiga.- Eu também, Dé. -Sorri com minhas bochechas coradas
Todos vieram me parabenizar, inclusive a recepcionista de mais cedo.
- Parabéns, Maraísa. -Ela me abraçou, deixando um beijo no canto da minha boca e me entregando um post It amarelo:
- Me encontra na garagem às 23h.
Amassei o papel e sorri de canto. Eu realmente estava carente, pois desde aquele episódio eu não me relacionei com mais ninguém.
Cantamos o parabéns logo, porque eu estava com fome e queria comer aquele delicioso bolo. O primeiro pedaço foi para meu pai, o príncipe da minha vida e o segundo para o André.
- Obrigada pela presença de todos, eu nem sei como agradecer. -Disse baixo, morrendo de vergonha.
- Ela está com vergonha, que gracinha! -Meu pai tirou uma com a minha cara.
- Porra, pai! -Ri de nervoso.
- Nossa cardiologista favorita é tímida, gente. -André colocou lenha na fogueira.
Caí no riso. De nervoso, claro. Nunca soube como agir em público. Já deu para perceber que apresentar meu TCC foi um custo.
- Eu preciso ir. -Sorri, vendo a recepcionista sair da sala.
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Indomável coração || Malila
FanficCarla Maraísa é uma adolescente de dezessete anos que acabou de entrar para a tão sonhada escola naval brasileira, uma instituição de Ensino Superior da Marinha do Brasil que tem por objetivo formar mental e fisicamente jovens brasileiros que irão o...