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Alguns anos depois...

A gravidez de Maraísa correra perfeitamente bem. Apesar da bela surpresa tripla, as mamães de primeira viagem conseguiram levar tranquilamente o momento tão delicado e único. Elas se casaram a decidiram fazer a seminação artificial, os amigos e família ajudaram em tudo possível, e mimaram a morena nos nove meses de gestação de maneira até mesmo exagerada. Marília se impressionava com a maneira como a amada se mantinha completamente 'normal' até o tão especial dia. Maraísa era de fato, extremamente forte, como ela sempre soubera. No referido dia, como era de se esperar, os pequeninos vieram ao mundo sob a supervisão dos olhos marejados da segunda mãe coruja, que em momento algum, soltou das mãos pequeninas da amada esposa.

Muitas coisas aconteceram com o passar dos anos. O pai de Maraísa acabou falecendo o que lhe deixou extremamente frágil e vulnerável. Mas, teve todo apoio do mundo para não entrar em uma depressão. Lauana surtou e tentou de tudo para separar Marília de Maraísa, o que obviamente, foi sem sucesso. Após vários surtos, conseguiram interná-la em uma clínica psiquiátrica. O que não durou muito, pois, na mesma semana ela foi encontrada morta dentro da sala onde estava, se enforcou usando lençóis. Maraísa resolveu ir embora da cidade. Não tinha muitas lembranças boas daquele lugar. Maiara e Gustavo se uniram bastante com as meninas ainda mais após a gravidez dos trigêmeos. Eduardo e André se casaram de papel assinado. Pietro estava enorme, virou um rapazinho lindo e educado. Durante muitos anos, agora eles estavam vivendo realmente um momento de paz.

[...]

Aquele era o terceiro natal dos trigêmeos. A correria pela casa era deliciosamente terrível.

_ Mamãe! -O pequeno Pedro chamava pela mãe de longos cabelos negros.-
_ A Cecí pegou meu carrinho! - A fala do rapazinho de pouco menos de quatro três ainda soava com dificuldades no nome da irmã.

A pequena Cecília era, de fato, quase uma cópia perfeita da mãe. Não fosse pelos olhos de Marília, poderia ser confundida com Maraísa naquela idade. Além dos longos fios escuros, ela possuía o mesmo gênio. Amava pegar os brinquedos dos irmãos e mexer com as mães no solo.

_ Cecí, devolva o carrinho do seu irmão, sim?! - Marília se colocou na conversa, percebendo que a esposa estava um tanto ocupada em terminar de colocar a mesa.

_ Não devolvo, mama... -"Teimosa igual a mãe." Marília sorria em segredo.-
_ Só se o Léo me devolver meu giz! -Marília se derretia com a carinha de birra da filha.

_ Léo?! -Ela chamou o mais calmo dos filhos, que apenas desenhava em um canto da sala.-
_ Devolva o giz de sua irmã, sim?!

Léo, por sua vez, havia puxado o lado sereno de Marília. Era carinhoso ao extremo e dificilmente arrumava briga com os irmãos. Seus cabelos eram castanhos e lisos como os da mesma, e os olhos castanhos escuros feito os de Maraísa. Uma pele completamente alva.

_ Mas, mama, o Pedro pegou os meus! - O pequenino fez uma cara de manha que desarmava Marília.

_ Pedro! -Ela chamou o mais arteiro dos filhos. Este possuía os cabelos castanhos também de Marília. Os olhos em uma coloração castanhos claro.-
_ Por que você pegou o giz de cera do Léo?! -Ela se ajoelhou para conversar com o pequeno.

_ Porque eu pensei que eram da Cecília, e ela tinha pego meu carrinho! -Mais uma carinha desconcertante.

Era um círculo vicioso.

Uma coisa era fato, Lila bem que tentava ajudar a morena em colocar ordem nos três, mas era derretida demais para a tarefa. Os pequenos sempre a enrolavam com biquinhos, assim como a mãe deles.
Marília se se jogou sentada no chão. Se chateava em sempre ter que recorrer à 'segunda instância'.

Indomável coração || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora