13 Vou cuidar de você

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Cacau narrando.

Você se arrepende do que fez, depois de saber que tudo desmoronou em sua cabeça, a exatamente dois meses, eu cometi um erro, e hoje eu tenho que carregar a minha culpa nas costas, machuquei uma pessoa que eu amo, ou melhor, não só Gael, mas sim toda a minha família, e o morro que depois de saber, também irão me julgar pela burrada que eu fiz, Gael não quer me ver em sua frente, e sinceramente? Eu não tiro a razão dele, eu sabia como é o jeito dele, e eu mesmo coloquei a minha mão no fogo.
  Quando eu soube que ele estava de volta, eu vim correndo para conta-lo a verdade, eu não poderia esconder isso dele, não queria mentir para ele dizendo que está tudo bem, não posso beijar a boca dele, sentir seus carinhos, eu estaria sendo completamente falsa com ele. Fui na boca atrás dele, entrei e a sua alegria em me ver, me deixou mal mais ainda, fui logo direta, não queria enrolar, eu sofreria ainda mais,
Sua reação já era visivel pra mim, eu respeitei seu espaço, sair da salinha com o meu coração em mãos, todos me olham com um olhar de pena, meu rosto está todo molhado, sento no chão gritando alto e puxando meu cabelo, eu estou me sentindo horrível, como eu pude fazer isso com uma pessoa que eu amo? Com a minha família? Com o morro onde cresci!

Levanto do chão com todos olhando ao redor e vou caminhando até em casa rastejando pela rua, um cara da boca me pergunta se estou bem, e só respondo que não quero falar com ninguém, ele segue em direção a descida do morro enquanto eu vou andando pelas ruas.  Chego em casa, não vejo ninguém, pego algumas roupas minhas, as necessárias, e coloco dentro de uma bolsa, junto com meus documentos e telefone, pego um papel e uma caneta, e começo a escrever tudo oque eu estou sentindo, após isso deis a carta na mesinha onde fica o meu notebook e saio do meu quarto, vou até o quarto de Gael e pego uma camisa sua e enfio dentro da minha mochila, e saio do seu quarto indo em direção a escada.
  Olho por todo o canto da casa, deixo uma lágrima escorrer pelo meu rosto, e sinto o quanto eu fui feliz aqui, vou descendo as escadas passando a mão na parede no corrimão da escada, olho para laje, e as nossas fotos na parede e nas prateleira, olho um porta retrato dos meus pais quando era mais novo, um outro com a família todo junto, e mais dois porta retrato eu com o Gael criança e nos depois de adulto, passo a mão na foto em cima do seu rosto e vou saindo de casa as pressas, não quero que ninguém me veja,  limpo meu rosto, e envio uma mensagem para o Luiz me buscar no pé do morro, ou mandar o seu motorista, ouço alguns burburinho, mas não vou me preocupar com isso não, só apenas na minha vida daqui em diante.
  Chego no pé do morro, e dou um abraço em alguns parceiros, ele pergunta o porque de eu esta com uma mochila e apenas digo que vou a casa de uma amiga minha.

- Mete essa não Cacau, onde tu vai? Tu acha que eu nao estou sabendo da briga de você e Gaei? Oque está rolando?- Mt pergunta me abraçando, sempre fomos assim, sempre conversando com outro.

- Nada não Mt, uma hora você vai saber, e vou sair apenas para esfriar minha cabeça, ah e saiba que eu amo você, to indo, fique em paz ai mano.- Digo saindo em direção à um carro preto que parou no outro lado da calçada um pouco distante do pé do morro.

- Se cuida em mina, mas tarde nós conversa.

Sorriu para ele balançando a cabeça, e vou andando em direção ao carro, um homem de terno sai do carro e abre a porta pra mim e entro.

- Senhor Luiz está trabalhando hoje, ele pediu para eu buscar a senhorita, ele não vai demorar a chegar em casa.- O motorista diz, e percebo um outro homem ao lado dele, suponho que seja um segurança ou sei lá oque.

Não falo absolutamente nada, deixo apenas eles dois conversando um assunto que não entendo nada, olho para atrás, e o carro se distância muito rapido do morro, a dor a saudade, está me consumindo por dentro, estou magoada comigo mesma, porque eu fiz isso? Porque eu magoei as pessoas que eu amo? Encosto minha cabeça na janela e fecho meus olhos, talvez eu acorde e isso apenas seja só um pesadelo.

[...]

- Acorde senhorita, chegou.- o tal homem que estava ao lado do motorista me chama, e saio do carro, tendo uma visão ampla de um lindo predio todo espelhado por fora.

Ele pega a minha mochila e sou conduzida para dentro do prédio, não estou afim de olhar nada, só quero ficar sozinha, ouvi que o apartamento de Luiz fica no número 1006 no quinto andar, então o segurança me acompanha até o apartamento dele, e depois me entrega a chave dizendo que é para eu ficar tranquila, ele para em frente à porta e espera eu entrar, sou recebida por duas empregada, que me olha com um sorriso no rosto.

- Bom dia Senhorita Cacau, Senhor Luiz pediu para eu te mostrar a casa toda, e mostrar onde é o quarto de vocês, ah e meu nome é Maria.- Uma mulher aparentemente aos seus quarenta anos me recebe com um sorriso nos olhos.

- Você quer comer alguma coisa? Eu preparei uma lagosta, e de sobremesa fiz um brigadeirão, Senhor Luiz acha que você deve gostar dessa sugestão, pode me chamar de Ana, fique a vontade a casa é toda sua.

- Obrigada dona Maria e Ana, mas não precisa me chamar de Senhorita, apenas de Cacau, e não estou com fome, e quero somente ir para o meu quarto descansar-

As duas balança a cabeça em forma de positivo, e me conduz até o meu quarto, ou melhor de Luiz, ela abre a porta e vejo uma cama super king da castor Gold, com um lençol de 100% algodão da cor preto, seu quarto é no tom preto e é branco, contém algumas fotos dele, e umas de caveiras, deixo a mochila em cima da cama, e vou até uma porta que tem dentro do quarto que com toda a certeza é o banheiro, abro e sinceramente a luxuosidade deste lugar não faz mudar nada, eu ainda preferia o meu morro, minha casa, minha família, mas infelizmente eu fiz a pior burrada da minha vida.

- Quer alguma coisa Senhorita Cacau?- Dona Maria pergunta.

- Não Maria, e por favor, me chame apenas de Cacau, não tenho costume de ser chamada de senhora ou senhorita- Digo sentando na cama.

- Entendo, desculpe-me se nós chateamos a s.. você, é apenas o nosso trabalho, bom quando quiser alguma coisa é só nos chamar.

Maria diz e sai junto com a Ana, deixando eu sozinha nesse imenso quarto, pego uma roupa confortável, e vou para o banheiro tomar um banho, resolvo usar o chuveiro e não a banheira, tomo um banho demorado, contem um roupão de seda vermelho pendurado no cabide do banheiro, sugiro que é pra mim, visto enrolando uma toalha na minha cabeça, e vou até a mochila pegar um hidratante e a porta se abre com Luiz entrando.

- Oi, pensei que chegaria mas tarde.- Diz ele colocando sua chave em cima da mesinha, e deixando sua mochila em cima de uma poltrona que está ao canto da parede.

- Não, cheguei tem alguns minutos, é só isso? Vou voltar a me arrumar.- viro e sinto suas mãos segurando meu braço de forma delicada.

- Oque foi? A conversa de vocês não foram boas?- Ele pergunta analisando meus olhos.

- Não, eu apenas falei com o meu irmão, meu pais não estava em casa, deixei apenas uma carta.- Meus olhos marejam, e a lágrima escorre sem eu perceber.

- Eu sei que deve está doendo em você, mas tu não poderia mentir pra eles, vem vou cuidar de você.- Ele diz me pegando no colo andando até a cama.

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