24 Estou morta por dentro

110 18 103
                                    

Cacau narrando...

Pior que eu sinto falta, do beijo
Eu sinto sua falta, amor
Pior que eu sinto falta, do cheiro
Seus olhos, do seu jeito, do calor

… Não esqueço, quase me enlouqueço
Quando eu me lembro do fim de semana
A gente se beijava até de madrugada
E quando acordava, ainda te via sorrindo na cama
Você de palhaçada, me descabelava
E me segurava, como sempre fazendo cosquinhas
E outra vez a gente se amava
E o tempo passava e depois ficava de conchinha🎶


Olhar o homem que eu amo não apenas como um irmão, mas sim como o meu primeiro amor caído sobre o meu colo, faz eu entrar em desespero, choro igual uma criança querendo mamadeira, a verdade é, que eu ainda amo esse homem, não só apenas como irmão, sinto puxarem ele do meu colo desacordado, eu não consigo dizer simplesmente nada, os braços do meu pai se envolve no meu corpo me pegando no colo.

  Sinto um turbilhão de sentimentos ruins, a culpa, o medo, o desespero de perde-lo, remorso, a dor de perde quem eu amo, medo de não ser perdoada por ninguém, penso em minha mãe, ela perdeu um bebê na adolescência por sua mãe, e agora esse será o terceiro por minha culpa, por medo, deixo tudo oque eu estou sentindo sair pra fora, então começo a gritar e rasgando o meu vestido, apenas ouço meu pai e algumas pessoas tentando me acalmar.

Fecho meus olhos e começo a pensar em todas as noites dormidas com Gael, seu sorriso alegre, seus beijos, até mesmo dormindo de conhinha, seus ciúmes, aquele Gael que só eu conhecia verdadeiramente, abro meus olhos para o céu, enquanto sou levada para o carro no colo do meu pai.

" Deus, o senhor sabe de todas as coisas, quem sou eu para te pedir alguma coisa? Sei muito bem que eu fiz tudo errado, mas isso tinha um propósito, o senhor sabe do meu coração, e eu não estou aqui pedindo por mim, mas pelo o meu irmão, que na verdade é o homem que eu amo, deixe- o viver, Gael tem uma vida inteira pela frente, se for preciso, eu dou minha vida por ele, Gael precisa de ajuda, não deixe minha mãe sofrer mais uma vez, eu sei que ela é forte, mas uma pancada ela não aguentará, eu entrego ele em suas mãos, amém"

Em poucos minutos, chegamos no postinho do morro, era o único lugar seguro para deixar Gael tranquilo, meu pai sai gritando desesperado pedindo atendimento em exclusividade, os caras senta no banco, não querendo deixar meu pai sozinho, e outros caras eu não vi mais, tinha dois lugares separados para nós dois, não me sinto digna para sentar ao lado deles, então sento no chão abraçando minhas pernas colocando minha cabeça para o chão, e sinto um abraço apertado em mim.

- Eu nunca deixei de te amar Cacau, não importa se você errou, errar é ser humano, mas precisamos ficar forte pelo Gael e por nossa mãe também, ela já está chegando, mas depois eu quero saber o motivo, vem eu vou te levar para a nossa casa, você precisa descansar minha irmã, o pai está ali com a cabeça a mil, ele vai falar com você.- Klaus diz mas recuso o seu abraço.

- Por favor... Não toque em mim, eu estou suja.. Suja.. Suja.. E não saio daqui sem saber como o Gael está!- Tampo meu rosto novamente, não tenho cara para olhar em seus olhos, e cada toque de homem, meu corpo renega.

Klaus me olha estranho, mas parece me entender, ouço os gritos da minha mãe chamando pelo Gael, mas der repente não ouço mas nada, apenas barulho de choros baixinho, sinto suas mãos delicadas tocarem sobre meus braços, não levanto a cabeça, ouço sua voz me chamando, mas não tenho cara, então ela levanta meu rosto com suas mãos e me abraça.

- Eu tive tanto medo minha filha, porque? Porque? Eu tentei o máximo ser forte, tentei ao máximo fazer como você pediu, psra eu seguir minha vida em frente, mas como? Se uma parte de mim estava longe, por qual motivo?- Ela pergunta chorando.

Herdeiros- Complexo Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora