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Gael narrando....

   Não consigo ver ela nesse estado, porra queria muito me colocar no lugar dela, queria muito sofrer para poupa-la de tudo de ruim dessa vida, queria pegar sua dor pra mim, porque vendo ela bem, não importa oque aconteça comigo, eu vou ficar bem, Cacau é o meu ponto fraco, e isso está acabando comigo, eu  não posso fazer com o que ela escolha tirar a criança ou continuar com a gestação, essa é uma escolha apenas dela, eu só disse oque penso, mas apoiarei em qualquer decisão que ela tomar.
   Estou aqui do lado de fora com minha mãe conversando, ou tentando acalmar a coroa, enfermeira passa pra la é para cá, parecendo que esta desfilando na passarela, mas seu trabalho não faz, cadê? porque não dá alguma notícia? meu celular toca, não tenho vontade de atender, também não estou com cabeça pra falar com ninguém não, mas ele insisti em ligar,  acabo atendendo.

Ligação on

—Qual foi menor? fala rápido.
Coé chefe, teve uma invasão aqui, os canas prenderam o LK, preciso de reforço aqui, vai ganhar o morro eles.
—Foda-se o morro, depois eu pego ele de volta, vou atrás do meu irmão.

Ligação off.

Mil vezes caralho, chuto a lixeira longe, Mel vem até  a mim me abraçando, sei que está tentando me acalmar para pergunta oque está acontecendo.
—O morro foi invadido mãe, os policias estão quase ganhando lá, também prenderam o LK, olha você liga para o meu pai, resolve isso aí, que eu estou indo buscar o Klaus.—Falo.
—Você está desarmado, não pode ir sozinho, precisa de gente com você,  primeiro se acalma, vai da tudo certo, ou eu não me chamo Mel.—Ela diz calma.
—Mãe, resolve a parada do morro tá?, estou indo buscar meu irmão,  eu te amo minha coroa.—Digo o abraçando.

  Saio dali antes que ela tenta me impedir, mas eu sei oque vou fazer, mesmo que custe a minha vida, se eu não conseguir por essa opção,  vou sozinho mesmo, irmão meu não fica preso por nada.

Vou direto para o morro dos prazeres,  sei que posso está cometendo uma burrada, mas é a vida do meu irmão que está em jogo, não vou deixar ele preso, nem que eu vá no inferno, mas lá, ele não fica, morro dos prazeres,  é o nosso morro rival, meus pais e o trombeta dono de lá, não se bate de frente,  mas oque ninguém sabe é que eu conheço o filho do trombeta, eu ajudei ele em uma emboscada, e agora é a vez dele de me retribuir,  em alguns minutos chego no pé do morro de moto, os caras para em minha frente apontando a arma em minha direção,  levanto minhas mãos em rendição,  preciso demostrar que estou aqui na paz.
—Oque você quer aqui? tem medo de morrer não Porra? vocês são muito ousado mesmo né?—Um dos caras fala.
—Eu vim na paz, só quero falar com o Acerola, ou melhor o Bruno, filho do trombeta,  diga quem eu sou, ele sabe quem é!–Falo todo confiante.

   Depois de alguns minutos,  o rapaz manda eu subir com alguns homens ao meu lado,  nunca subir aqui, então não sei para onde estou indo, mas aqui está eu, na boca dos leões. Eles manda eu parar a moto em um galpão,  Porra, será que aqui é a boca? é fuleira demais, eles segura em meu braço me puxando para dentro, dou de cara com o Trombeta sentado em uma mesa, onde está o Bruno?
—Ora ora, oque devo sua visita? e oque quer com o meu filho? —Ele pergunta.
— Eu preciso falar com o seu filho, o Bruno, eu conheço ele, você sabe bem como é a lei do morro, eu o ajudei quando ele precisou, e aqui está eu, querendo que ele me ajude, eu não pediria, se não fosse pelo meu irmão.
  Trombeta começa a rir da minha cara, a minha paciência e a minha bondade já está acabando, levanto da cadeira socando a mesa, a raiva me consumiu, esse homem é um canalha, ainda vou da três tiros em sua fuça,  esse filho da puta manda os caras me segurarem, dou soco no rosto de dois homens , mas conseguem me pegar por trás ,  recebo vários socos na cara é na barriga, eles me jogam no chão me chutando, sinto sangue no meu corpo, eu preciso reagir, mas como?  se estou em um terreno inimigo? estou sozinho, aquele filho da puta não cumpriu com o acordo.
  O acordo da lei de todos os morros , é que se um dos morros ajudar,  quando o devido precisar, o outro tem que retribuir a ajuda, é uma dívida,  se eu o ajudei, ele tem uma divida comigo,  e só vai pagar ela, se me ajudar com oque estou precisando, mas ele falhou. É meu irmão, desculpa,  não foi dessa vez, sinto um outro chute  na minha barriga, não tenho mas forças,  de repente, ouço três tiros, e os caras que estavam me batendo, cai tudo no chão mortos, olho para o lado sem vontade nenhuma de sair do lugar, Bruno está lá, parado, ele me ver, e vem em minha direção.
—Qual é GG? porque não pediu para me chamar? você teve sorte de eu ter passado aqui, você estaria morto cara, vem.—Bruno estende sua mão  pra mim, com a sua ajuda, eu me levanto me sentando na cadeira.
— Eu pedi para te chamar desde quando eu cheguei no pé do morro, mas seu pai, fez questão de bater em mim, eu vim na paz pow, eu só tenho você agora, Porra, minha vida tá um caos.
—Desculpe pelo oque meu pai fez contigo, ele também não sabia que você tinha me ajudado,  mas oque você precisa, seus pais sabem que você está aqui?—Eu nego.

Herdeiros- Complexo Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora