55 Chá revelação

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Cacau Narrando...

Finalmente chegou o grande dia, o dia de saber qual o sexo do meu bebê,  queria fazer uma pequena recepção para as pessoas mas próximas, porém quando olhei a lista de convidados que a minha mãe fez, eu quase cair para atrás, mas não falei absolutamente nada, não queria corta a vibe dela,  minha mãe me ajudou em tudo, resolvemos fazer no morro do Dendê,  Matuê entendeu perfeitamente, queríamos fazer onde meus avós moravam, ele ficaria orgulhoso se estivesse aqui, e sim a quadra está toda linda, toda decorada, a quanto tempo não venho aqui, o morro está lindo. Mandei mensagem para Lais, conversamos bastante,  e em nenhum momento entrou em detalhe sobre a gravidez,  ela mudou bastante, então não tomei a iniciativa de pergunta,  mas por fim ela não poderá vir, diz que é por conta do trabalho e a faculdade dela, entendi super bem.
   E aqui está eu, com um vestido de um lado roxo e o outro verde, quis mudar um pouco a cor, as pessoas só sabem fazer rosa e azul, já está uma cor chata já. Meus enjoos estão passando aos poucos, Gael tem dado graças a Deus todos os dias quando eu menciono isso, mas fora isso,  estou me sentindo uma verdadeira madame, Gael junto a minha mãe,  contratou uma empregada para arrumar a minha casa todos os dias,  eu disse que grávidez não é doença,  eu só não posso fazer muito esforço,  tentei de tudo, mas a empregada que está aqui, é uma senhora já, uma vez com um tédio,  minha mãe tinha saído daqui mas cedo, Gael ainda não tinha chegado, sentei na mesa da cozinha enquanto dona Celma estava sentada na mesa descascando uma laranja,  sentei de frente para ela, a mesma se assustou comigo e rir.

flashback on.

Se assustou dona Franscica?—Pergunto pegando uma laranja na fruteira junto com uma faca em cima da pia.

—Não , senhora que isso, desculpa,  eu estava com muita vontade de chupar uma laranja, pode descontar do meu pagamento ? mas por favor, não me demita, preciso muito desse emprego.— Ela diz com seus olhos marejados, coloquei uma das minhas mãos em suas mãos e abrir um sorrisão largo.

Não me chame de senhora, apenas Cacau, não vou te mandar embora só porque está comendo uma laranja,  pode comer oque quiser aqui, oque quiser realmente,  me desculpa se chegou a ouvir eu falando que não queria empregada, é que não fui criada assim, minha mãe me ensinou a fazer tudo dentro de casa, mas junta minha mãe e Gael,  e difícil de fazer mudar a cabeça deles dois.—Falo descascando a laranja.

Muito obrigada Cacau, eu entendo perfeitamente,  que bom que a sua mãe não errou em nada com você,  e também te deu tudo do bom e do melhor, bom vou termina aqui de arrumar as coisas.—Dona Franscica diz meio pra baixo, mas eu precisava pergunta.

—A casa não está suja, minha mãe fez comida antes de sair, vem, me faça companhia, vamos conversa um pouco se a senhora quiser.—Ela tentou relutar dizendo que o Gael poderia brigar, mas eu sei que ele não brigaria.

— Me fala um pouco sobre a senhora, eu sei que tem sessenta e cinco anos, porque está aqui trabalhando? não é aposentada? mesmo aqui sendo um Trabalho fácil que é pra manter limpo, a senhora poderia está em casa descansando.—Digo.

—Nunca tive uma vida fácil Cacau,  vivi em cárcere privado praticamente durante trinta anos com meu ex esposo , nesses trinta anos eu tive uma filha, enquanto eu carregava ela na barriga  eu lutava para ele não bater em minha barriga e machucar meu bebê,  foi nove meses assim, sendo que nas idas das minhas consultas,  eu conheci um rapaz, era mas jovem que eu, mas sabe aquele amor  à primeira vista? foi eu e ele naquele momento,  ele trabalhava na ambulância,  e eu fazia questão de rodar todo o hospital e  entrar  por trás só para olhar em seus olhos,  mesmo eu não podendo as vezes falar um oi, porque o meu marido estava ao meu lado, eu dizia para o Sandro, meu ex marido, que ali era mas fácil de entrar, ele era burrinho para essas coisas de Natal,  até que teve um dia,  que eu fui sozinha, falamos um oi para o outro é começamos a conversa,  porém meu marido foi atrás de mim, me pegou no flagra, ele deu quatro cintadas em minhas pernas, o Mateus foi tentar ajudar, mas os capangas do meu marido deram uma surra nele, depois daquele dia, fui ao hospital quando eu fui ganhar.—Ela diz respirando para contar.

Herdeiros- Complexo Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora