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Klaus narrando.

Com as preocupações com minha irmã e o morro, acabei não procurando mais Lais, não porque eu quis, mas sim por falta de tempo, e estava sem cabeça. Saio do postinho em direção ao morro, tenho que resolver algumas coisas na boca antes de passar em casa, Gael esqueceu do morro, meu pai tem outros assuntos para resolver, minha mãe também está no postinho e acompanhando meu pai no morro, Guga não posso nem contar. Passo em frente a casa da Lais, e tem um cara de moto chamando ela, estacionou a moto bem distante pra saber oque rola, Laís aparece na porta toda sorridente pro zé cuzudo, com um vestido menor que a palma da minha mão, desco da moto indo até eles dois e ela me olha.
—E aí LK, sumiu!— Ela diz enquanto o play me olha de cima abaixo.
—Qual foi mermão? Gostou do que ver? Aqui não é para teu bico não, muito menos ela, vai segue teu caminho, deixe ela em paz.— Digo, mas ela segura no braço do play deixando meu sangue ferve.
—Qual é a tua LK? Me come, some e depois vem dando uma de machão? Não sou tua fiel não, sou bem solteira, quem tem que sair aqui é você que está sobrando, e não ele, a não ser que você queira participar de uma orgia!—Ela diz dando um sorriso para o play.
  Quem ela pensa que é para está falando assim comigo? A minha vontade é de estapear a cara dela, mostrar quem eu sou, mas posso fazer isso na cama, posso mostrar a ela que eu sou o único homem que satisfaz ela.
—Então vamos para uma orgia, pode ser agora se quiser, não é assim que você gosta?—A cara dela fecha, mas logo se recompõe.
—Se você fosse bom no que faz, eu até te chamaria, porém eu ainda prefiro chamar outra pessoa, porque eu teria a certeza que não falharia na hora.

Eu iria responder na altura até que um dos crias para em minha frente mandando eu vazar dali porque os vermes estão vindo. Laís pede para eu tomar cuidado, assinto com a cabeça e saio vazado indo direto para a boca, essa merda só pode ser armação,  porque sabe que o morro está desfalcado, reuno toda minha tropa é começo a falar.

—OLHA MEUS CRIAS,  ESSA MERDA É ARMAÇÃO, ELES SOUBERAM QUE O MORRO ESTA DESFACALDO POR ALGUNS ACONTECIMENTO AQUI, MAS LEMBRANDO, SOU FILHO DE DOIS DONOS DE MORRO FODA, VAMOS FAZER OQUE SABEMOS, VAMOS DA O NOSSO MELHOR, É ATIRAR PRA MATAR, FÉ NO PAI QUE O INIMIGO CAI.

Eu não podia demostrar medo, e qualquer insegurança, eu sei que podemos perde essa, a maioria dos caras estão nos outros morro, está vindo uns cinco camburão,  e se eles entrarem, esses merda irão pacificar o morro, serei uma decepção para meus pais, mas se for o caso, eu dou a minha vida, por esse morro aqui.

Fiz as contagens dos caras, montei em três grupos de trinta pra cada, trinta vai comigo para o pé do morro, mas trinta vai ficar no meio do morro,  e os trinta restante vai ficar perto da boca, quinze de um lado, e quinze do outro, os fogos começam, as vizinhanças entra para sua casa com medo, escuto o tio Rato me chamando.

—Aí Klaus, fique tranquilo,  somos em um número menor, mas somos foda, você é foda, quando isso acabar vamos beber a noite toda.— Ele diz rindo.

—Vamos sim pow, estou precisando esfriar a mente.

Fomos andando,  o mesmo percurso que meu pai faz quando tem invasão, quinze vai pelas vielas e outros quinze pelo meio da rua, Tio Rato preferiu ir na rua e eu pela vielas, não sei se é coisa da minha cabeça, mas algo vai acontecer hoje, está tudo estranho, apenas penso em Deus e vou seguindo o trajeto.

Chegamos no pé do Morro já trocando tiros com os vermes,  matei dois de uma vez, Tio Rato troca tiro sorrindo, esse cabra está feliz e parece que não é atoa, enquanto eu aqui estou nervoso pra caralho com essa invasão.

Depois de algum tempo, eu passo um rádio para um dos crias que está na contenção da boca, e mandei que vinhesse quinze homens pra cá, estamos ganhando, isso só pode ser Deus, Tio Rato vem em minha direção e diz.

— Parece que é a minha primeira vez moro? Vou ser pai de novo Porra! Soube hoje, Cíntia sempre me fazendo o homem mas feliz desse mundo.

Comemoramos juntos atirando nos policias, naquele momento todo o medo foi embora, atirei na cabeça de um com um sorriso no rosto, estava igual o coringa.

Duas horas depois.

Duas horas depois, já estamos ganhando, vários corpos no  chão, falta apenas quatro vermes, um deles cai morto, ficando três, um corre, parecendo que fugiu eu rir, entre a troca de tiros,  escuto um barulho estranho atrás de mim, meu mundo desaba  com Tio Rato no chão.

—Qual foi tio? Seja forte, você é  forte porra, você vai ser pai novamente, o pivetinho vai vim como? Sua cara.— Falo animando ele.

—Já chegou minha hora, o meu pivetinho vai vim a minha cara, vai fazer aqui oque eu não fiz...— Ele para de falar—Diz.... a ... Cintia.... Que eu o amo muito.

— Tio.. Tio, Qual é Rato, Rato não morre, esqueceu? Volte aqui—Balanço o seu corpo várias vezes e nada.

Meus olhos estão inundados d'água, os policias estão mortos no chão,  restando apenas eu e os homens aqui, abraço o corpo do tio Rato lembrando da minha infância ao seu lado.
   Ele e sua esposa, foram os únicos que ajudaram a minha mãe sair deste morro quando armaram para os meus pais, eles ficaram  com ela até o meu nascimento, ou melhor até hoje, ele foi realmente da nossa família,  nosso dez a dez, ele estava tão feliz,  matou todos sorrindo, estava contente porque iria ser pai novamente, ele iria fazer um festão, eu sabia disso, tudo pra ele é festa, igual meu coroa, mas agora a festa é no céu.

—Brilha aí meu tio preferido, vou cuidar do seu filho aqui.

Peço para os caras levar o corpo dele, enquanto eu vou andando, mas sinto um cano  na minha cabeça e uma voz grossa.

—Acabou pra você,  está preso LK!

Não tenho tempo nem de reagir, não sei nem oque pensar, mesmo sabendo que vou ser preso, só vem o tio Rato na minha mente.

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Herdeiros- Complexo Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora