1 Que porra é essa?

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Mel narrando

Parece que foi ontem que eu coloquei meus filhos no mundo, parece que foi hoje que me casei com Felipe, eu ainda não acredito que se passou vinte anos já, estou com meus trinta e sete anos, ainda estou em forma, graças a minha alimentação saudável e academia que vou com minha filha e Clara todo o santo dia, já o Felipe continua o mesmo de sempre, só que ainda mais gostoso, com seus 48 ano, Filipe da dez a zero nesses moleques ai, nosso relacionamento não esfriou em nenhum momento, estamos mas forte que nunca, já participamos de muitas invasões juntos, hoje quase não vamos.

Klaus e Cacau estão com seus vinte anos, confesso que eu fui mas rígida com ela do oque o próprio pai, mas também não prendi muito, e sempre fiz e faço questão de ser a melhor amiga dela, Filipe surtou quando ela perdeu sua virgindade com um antigo namorado que já está até morto, isso ela me contou, mas não a julguei, ela nessa época já tinha idade suficiente para saber oque é certo e oque é o errado, sempre mostrei o melhor caminho a ela, e até agora, ela está indo pelo o caminho que eu indiquei, e mesmo se não for? Como eu vou julga-la? Sendo que sou dona e esposa de traficante? É claro, eu não desejo e desejei essa vida para nenhum dos meus filhos, eu mostro tudo na prática, falo de todas as consequências, a única coisa que eu peço sempre, é que ela seja leal comigo, nunca esconde nada de mim, porque se de alguma coisa errada, eu vou ajudar, mas se ela fazer por contra própria, ela resolverá tudo sozinha, eu falo e faço, e também não aceito que ela use droga, eu até hoje nunca usei, Gael e Klaus que acompanhou seu pai na maconha, por enquanto meu outro filho caçula o Gustavo é o mas sossegado, até mais que Cacau, que vive constantemente em boate e baile.

Klaus também já fez alguns cursos, mas ele está na intenção de seguir o legado do pai, e como eu direi que não? Eu sou mãe, eu sabia desde quando eles eram pequenos que eles poderiam seguir esse rumo do crime, mas como toda a mãe sente, eu também sinto, medo, Klaus é amado por todos, também como os outros meus filhos, o gênio é todo do pai, é piranhão, coitado de quem for fisgado por ele, até hoje não encontrei nenhum erro do Filipe não, ele sabe muito bem que eu não aceito, e graças a Deus não tenho motivos para desconfiar dele, já que ele faz questão de mostrar para Deus e o mundo que eu sou a rainha dele, e claro, ele consegue aumentar meu auto- estima todo santo dia.

Meu outro baby, Gael com seus vinte e quatro anos, que se mostrou um lado, para todos ao seu redor que está na rua, um cara frio, impiedoso, calculista, arrogante, mas comigo, seu pai e seus irmãos, nós conhecemos sua outra versão, a versão amoroso, preocupado, atencioso, Gael é um ótimo filho, mas ele carrega a dor na alma por ter sofrido quando era criança, Gael não aceita oque a sua família biológica fez com ele, mas ao contrário disso, eu ainda o enxergo como se ele fosse aquela criança falante como era antigamente.

Meu caçula, minha cópia, meu filho Gustavo com seus dezessete anos de idade, a idade que eu conheci o pai dele, ele é totalmente diferente dos outros, não é muito de beber, vive estudando, até que é um homem romântico, é um sonho de consumo de todas as meninas, por enquanto não tenho dor de cabeça com ele.

Alguns anos atrás, Filipe surtou com a notícia que a Clara estava grávida, ele ficou todo furioso, ainda mas que não sabemos quem é o pai da criança, ela não quis contar, e até hoje ninguém sabe, Clara teve depressão pós parto, eu quem cuidei da filha dela, Clara passou por psicólogo, e até hoje eu não sei o porque disso tudo, e quem é o pai de Brenda.

— Está pensando em que, posso saber?— Indaga Filipe em meu ouvido.

— Em todos esses tempo, eu ainda não acredito que somos pais de quatro filhos, e já são maiores de idade— Sussuro me virando pra ele.

— Papo reto minha velhinha, diz ele me abraçando e me desvencilho dele.

— Velha é esse teu pau michuruco!

— Mas você adora por a sua boquinha aqui!— Diz ele apontando para suas calças.
— É claro, não tem outro lugar melhor para eu por a minha boca né! Tenho que me contentar com isso!— Gargalho deixando ele de cara feia, e vou para a garagem e pegar a minha moto.

É triste ir no morro do Dendê e saber que meu pai não está mas conosco, mesmo que ele tenha ido a tempo, eu ainda sinto a perca que eu tive, meu pai morreu quando Gustavo estava com seus quatro anos de idade, ele tinha passado mal, e o levamos no hospital, e descobrimos que ele tinha câncer a tempo, ele sabia, e nunca nos avisou, o estágio avançou e soubemos quando o câncer foi para garganta, e o mesmo não aguentou, todos ficamos arrasados, meus filhos e Filipe que ajudou a me levantar, Renata, foi embora para a sua terra Natal, que é em Brasília, ela sofreu como todos nós, e mantenho contato com ela ainda e até hoje, ela não superou, como eu, já Bianca, optou por ir embora, não quis cuidar do morro, ela afirmou que não tinha cabeça para isso, então tive que me dividir em mais uma, junto com o Filipe para cuidar daquele morro, mas hoje em dia, Klaus e Gael vivem por lá, dona Berenice também partiu alguns anos depois, ela ficou doente por meses e não resistiu, Filipe começou a beber todos os dias, mas quando eu vir que não dava mais, eu puxei o tapete e fiz o ergue novamente, é como ele tinha dito no voto do nosso casamento, se ele cair, eu o seguro, se eu cair, ele me segura, e assim estamos vivendo até hoje.

Paro a minha moto na boca do morro do Dendê, e a visto Gael de longe com um fuzil nas costas de cara fechada, seu parceiro avisa que eu estou chegando e seu semblante já muda.

—Oi meu filho, já comeu alguma coisa— Pergunto colocando minha mão em seu rosto.

— Estou sem fome mãe, você não deveria está com o pai em casa?— Ele pergunta colocando um fio de cabelo atrás da minha orelha

— Eu estava, mas eu quis vir aqui, e vamos comer um hambúrguer do beco da quinze que abriu agora, tô com fome e você paga— Aponto para ele rindo.

— Qual é coroa, da essa moral aqui para o seu filho, afinal tu é cheia do dinheiro— Ele diz rindo, e todos ao redor nos olha espantado vendo o jeito do Gael todo sorridente, o povo conhece o outro lado de Gael.

— Vou te mostrar o coroa seu filho da puta!— dou um tapa estalado em suas costas e a minha mão começa arde, Gael rir da minha cara e depois fecha parecendo que viu algum inimigo.

— QUE PORRA É ESSA?—  Ele esbraveja, tirando seu fuzil e entro na frente.

Eita que já começou com treta? Será?

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Herdeiros- Complexo Do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora