40 Não quero um lance contigo

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Mel narrando...

  Acho que ninguém sabe o tamanho da dor que eu estou sentindo, sabe que estou sofrendo, mas não sabe o turbilhão de tristeza, um sentimento ruim que habita dentro de mim, Rato foi uma das pessoas especial em minha vida, assim como o meu querido Bn,  a diferença  que o Bn, foi comigo para São  Paulo, e o Rato sempre me ajudou daqui,  sempre me ajudaram na hora  que eu precisei, ele cuidou de mim, cuidou também dos meus filhos, me apoiou em todas as minhas decisões,  mesmo sabendo que eu estava errada, eles sim me estenderam as mão, mas por ele, pelo Rato , seus filhos que um está na barriga, e Cinthia,  eu preciso ser forte e deixar e ajudar como a minha família,  Rato deixou um legado bonito,  eu sei que Nathan, seu filho mas velho vai honrar o nome de quem ajudou tanto a mim, família  e o morro.
—Já está tudo pronto para o enterro, vamos minha morena, temos que homenagear nosso  parceiro.—Ele diz sentando em meu lado.
—Sim, ele merece muito, vamos ir buscar a Cinthia, eu disse a ela que a levaremos.—Sussurro me levantando.
—Está tranquilo minha preta.—Sussurra arrumando sua roupa.

Horas depois...

   Chegamos no enterro, todos nós estamos usando a camisa com a estampa do Rato na frente, Cinthia está isolada em um canto com a mão sem sua barriga, Nathan está com Klaus, os dois tem o mesmo gênio, eles não choram, mas só eles sabem a dor que estão sentindo, ando até a Cinthia estendendo minhas mãos  para ela.
—Vem cá meu amor, você não está sozinha.—Sussurro somente para ela ouvir.
—Mel, me diz o porque? eu sou a culpada, eu que dei força para ele ir, porque eu sabia que vocês não estavam no morro, se eu tivesse pelo menos falado para ele não ir.—Cinthia diz.
—Ei, você não é a culpada,  não pense nisso, você o conhece muito bem, eu também o conheço, Rato iria mesmo você dizendo que não,  ninguém iria prever isso, mas infelizmente quem está nessa vida, é sujeito a isso.

  Ficamos mais um pouco abraçadas,  Nathan resolveu prestar sua homenagem, Cinthia segura em minhas mãos se tremendo, eu sei a barra que ela está sofrendo, é errado é,  mas estou aqui lembrando da morte de Hiago, e o quanto eu sofrir, eu o amei por pouco tempo, mas parece que foi de décadas,  eu também sou o que sou hoje, por uma grande parte dele. Dessa vez foi a vez da Cinthia falar alguma coisa , de primeira ela negou, mas mudou de ideia dizendo que vai dizer somente algumas palavras.
— Quando conheci o Rato, eu queria somente ficar, ficamos durante um ano, eu sempre dizia que não queria me envolver a sério com ele, mas o amor nos uniu, dando de presente o nosso primogênito,  Nathan, foi aí que virei oficialmente fiel dele, a minha relação com ele, sempre foi ótima, desde quando nos ficava, e claro, sempre tinha aquelas brigas de casal, mas nunca dormiamos brigados, hoje eu estou sofrendo,  estou em luto, mesmo com todos ao meu redor, um filho na barriga, e o meu mas velho ao meu lado, estou me sentindo sozinha, Rato foi meu primeiro namorado, meu primeiro marido, e o último, mas eu posso dizer com toda a certeza, eu eu o amei, e era recíproco,  AH MEU AMOR, QUE FALTA VOCÊ VAI FAZER EM MINHA VIDA, VOU SENTIR SUA FALTA, DO SEU SORRISO, ATÉ DA SUA CARRANCA, DAS SUAS BRIJCADEIRAS, DOS SEUS ABRAÇOS,  DE VOCÊ,  ESPERO QUE DESCANSA EM PAZ, EU TE AMO.

  Todos começaram a aplaudir, Gael desgarra de Cacau, aponta sua Glock para o alto atirando três vezes em seguida, assim todos nós fizemos,  ficamos mais um pouco e resolvemos ir embora.

Cacau narrando....

Minha mãe está deitada com meu pai no quarto, Klaus está na boca, Gustavo está com o Gael na sala jogando vídeo-game, sim os dois são viciado, Gael é durão, mas adora um jogo, a noite chegou, hoje vou ter que fazer comida, Tia Lara e Brenda não está aqui, deve vir somente semana que vem, meus pais não querem jantar, mas eu e o meninos queremos jantar, então aqui está eu na cozinha,  preparando um macarrão cremoso na panela de pressão,  é  oque os meninos adoram, talvez eu leve para o Klaus na boca um pouco.
  Depois de pronto,  coloco a comida no prato dos dois, não gosto de dar nas mãos deles não, mas eles estão tão bem jogando ali, que não quero interromper isso, mas acabou que eu estou comendo sozinha, Gael  e  Gustavo comem no sofá e ao mesmo tempo jogando, perguntei se queriam repetir, eles disseram que não, pego minha comida coloco em um pote, faço uma marmita para o Klaus também,  saio avisando que vou levar a comida para o Klaus,  mas ninguém responde, isso da uma raiva porque eles se desligam do mundo.  Saio andando até a boca, mesmo já estando de  noite a rua é sempre cheia, vou cumprimentando o pessoal, depois de uns minutos eu chego na boca, os caras me chama de patroa, eu apenas fico rindo.
—Oi, cheguei, você não foi jantar,  trouxe a janta até você.—Digo.
—Que surpresa boa minha irmã, sabe que não sou fã de você aqui na boca né? mas sente-se, vamos jantar, oque você fez?—Ele pergunta.
—Ah para de graça,  nossa mãe é dona de morro, ou melhor, a dona da Porra toda—Gargalhamos.
   Comemos bem  tranquilo,  falamos sobre o dia, sobre o enterro do tio Rato, sobre algumas fofocas, mas o trabalho dele chama, os caras vieram dizer que a mercadoria chegou, me prontifico logo para ajudar, Klaus nega, porém eu sempre   a convenço,  menos Gael,  nessa questão ele sempre me deixou de fora, até minha mãe, meu pai já é tranquilo.
  —Ai Cacau,  faz pra mim um favor,  vai pra minha sala, abre meu notebook, vou fazer as contagens aqui, vou te passar tudo, aí você organiza pra mim essa planilha aí por favor,  só não erra em princesa,  confio em tu.—Ele diz bagunçando meu cabelo.

Aprendir a mexer nessa planilha, olhando meu pai fazer, não pode ter nenhum erro na contabilidade,  e muitos menos aqui, se não cabeça rola, por isso que quem sempre mexe aqui, é  meu pai, porque minha mãe toma conta do morro do Dendê  e do Malasik de São Paulo,  então aqui é meu pai,  Gael e Klaus, Gustavo não gosta de mexer com essas coisas, e eu a primeira vez hoje,  isso distrai todos os meus pensamentos odiondo. A porta é aberta com Klaus entrando.
—Coè Cacau, você vem para a boca e não avisa a ninguem? Gael está igual um doido lá, nossos pais estava indo pra rua atrás de você! qual foi cara, faz isso mas não pow.—Klaus diz um pouco irritado.
—Isso é falta de atenção do Gael e Gustavo, porque quando eu sair, eu avisei, mas quando eles senta aquele rabo no sofá para jogar, acabou o mundo pra eles, oque eu posso fazer? , já vi que vai rolar estresse, tô indopra casa, termina aí.

Saio da boca já preparando os ouvidos,  dessa vez a rua está vazia, só alguns cara da boca passando de moto fazendo a ronda,  chego na porta de casa em alguns minutos, ouço meus pais conversando,  entro respirando umas duas vezes seguida.
—Poxa minha filha, oque custava mos avisar? seus irmãos estavam aqui na sala, saiu sem avisar ninguém!—Minha mãe diz calmamente, ela sempre foi assim conosco.
—Sim mãe, o corpo deles estavam aqui, mas a alma estava dentro do jogo, eu avisei duas vezes,  coloquei comida pra eles, comeram no sofá mesmo, pra mim não comer sozinha ,  fui comer com meu irmão na boca ue.
—Tudo bem filha, da próxima  vez desliga a televisão, assim eles acorda pra vida, boa noite pra vocês,  vamos dormi amor.

  Subo para o meu quarto,  Gael não estava na sala,  apenas Gustavo, com certeza ele esta com raiva,  provavelmente irei dormi sozinha hoje, mas abro a porta me deparando com Gael em pé na janela fumando.
—Oi.—Digo.
—Oi, ouvi oque você falou lá embaixo,  não está errada, ali só era uma forma de eu esquecer de todos os meus problemas, foi mal morena, vem aqui, deite-se comigo.
   Deito pousando minha cabeça em seu peito, suas mãos macias acaricia meu rosto, sinto muito protegida em seus braços.
—Amor?—Ele me chama.
—Vamos acabar com tudo isso, vamos assumir a nossa relação para todos, seja oque Deus quiser.—Ele diz olhando em meus olhos.
—Não podemos Gael, nossos pais não vai aceitar.—Digo.
—Não quero um lance contigo, eu quero você , já estou farto de ficar escondendo isso de todos, e não gosto que o povo me trate  como o seu querido e protetor irmão, eu estou disposto a passar por tudo para ficar com você.—Ele diz olhando em meus olhos.
—Vamos esperar só mais um pouco?—Sussurro.
—Tudo bem, minha baixinha, eu amo você.
—Amo você!

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