Tarius

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*EDITADO.

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Ele beija meu nariz e ri alto. Então me pega pela mão e me leva fora do quarto. Atravessamos portas e portas fechadas. Esse lugar é enorme! Vejo outros escravos pelo caminho, a maioria mulheres coelho ou raposas. Mas vejo curiosa outros tipos de seres. Hiperconsciente da minha nudez, vejo que chegamos em uma área verde, um parque. Onde reencontro Lucien, com uma escrava que anda de quatro atrás dele, arrastada pela coleira, como uma cadela. Lucien me abraça e me beija na bochecha. Eu tremo ao toque dele, involuntariamente, mas não desvio.

"Lyta..." Ouço ele chamar meu nome com certa tristeza na voz. Olho para o Lance apenas, ele também tem um olhar triste e preocupado. O que eles querem? Eles me machucam e eu devo abraçá-los feliz e saltitante? Como um coelho? Eu não posso fugir, estou presa e submetida e nem posso morder e matar eles. Mas tampouco posso evitar que meu corpo se sacuda de medo ao ser tocada por eles. Talvez eu consiga controlar meu medo e pare de tremer. Talvez seja o melhor, mas ainda não consigo.

Os dois conversam e eu vejo de rabo de olho outras pessoas passarem, donos com escravos. Me sinto consciente da minha nudez, mas já notei que nenhum escravo usa roupas. Então discretamente cubro minha virilha com a mão e com a outra cubro os seios. Então sinto a mão do Lance afastar minhas mãos e me descobrir, sem falar nada. Meu rosto queima de vergonha e lágrimas escorrem teimosas pelo meu rosto. Até onde vão as humilhações impostas?

Vejo que minha situação é uma das melhores, se não a melhor. A maioria dos escravos passeia de quatro, alguns mais fortes, carregam seus donos e donas em pequenas carruagens individuais, como bichos. E vi dois carregarem os donos nas costas, sendo cavalgados. Não vi nenhum outro escravo caminhar normalmente de pé ou abraçado pelo dono como eu. Vejo donos sentados sobre escravos, outros usam os corpos dos escravos para apoiar os pés. Sinto um arrepio de terror ao me imaginar sendo usada como um animal ou objeto. Um soluço sacode meu peito.

Lance me abraça pela cintura e vejo outro homem enorme, vir conversar com ele e Lucien. Ele carrega duas escravas que claramente têm muita dificuldade de acompanhar os passos dele. Ele é gigante, muito maior que Lance e Lucien, e muito mais musculoso. As duas são pequenas coelhas como a de Lance, mas uma tem orelhas manchadas e a outra é negra como a noite. As duas estão de quatro, mas ele colocou uma espécie de vareta prendendo seus cotovelos e joelhos, o que as obrigam a andar com os joelhos e os cotovelos no chão e extremamente abertos. Isso impede que elas acompanhem o ritmo das longas pernas dele e ele as arrasta pelo chão puxando-as como se elas fossem lerdas de propósito.

Ele se aproxima e abraça Lance e Lucien de forma animada, com tapas nas costas e fala alta. As pobres coelhas são arrastadas por ele e estão com joelhos e cotovelos esfolados. Enquanto eles conversam eu observo as coelhas e vejo que ambas usam uma espécie de máscara que mantém suas bocas bem abertas e prende suas línguas para fora da boca. O nariz delicado de coelhinho repuxado para cima, de forma feia, numa espécie de ganchinhos amarrados nas orelhinhas. Elas babam o tempo todo. Noto que seus seios também estão amarrados de tal forma que são duas pequenas bolas roxas, e um pendente de dragão balança entre as pernas delas e imagino onde está preso.

Olho a escrava de Lucien e ela está tranquila, ajoelhada, de cabeça baixa. Nada de acessórios desagradáveis, e ela usa uma luva protetora e uma joelheira grossa para não se machucar ao passear com ele no jardim. Intimamente agradeço por não ser escrava desse maldito, ou poderia estar sendo esfolada e maltratada como essas pobres coelhas, cujas lágrimas escorrem dos olhos.

Sinto os olhos desse homem em mim, lascivo. Meu estômago revira e me encolho, tremendo. Rezo intimamente para que ele não me toque, mas sei que não conseguirei escapar se ele quiser, e esse pensamento me faz soluçar de medo. Lance me abraça e me leva dali, e um suspiro de alívio que escapa sem querer de mim. Vejo com os olhos úmidos escravos com marcas de surras em variados tons de roxos e vermelhos. E em alguns lugares vejo alguns sendo usados sexualmente por uma ou mais pessoas. Surpreendentemente não vejo crianças por aqui. A perversão deles tem limites?

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora