Vultos

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PDV Lyta

Assim que saí da Biblioteca levei um choque de realidade. Os cheiros e sabores me atingiram com violência, quase me fazendo recuar. Não sabia se respirava fundo para me acalmar ou se prendia a respiração para aliviar. Optei por respirar e tentar me acostumar rapidamente. Notei que a cama não parecia mais ser um depósito de fluidos corporais e que os cheiros do quarto estavam mais suaves do que antes, pelo que me lembro. Eles tinham feito algo?

Enquanto inspecionava o quarto, me acostumando ao tsunami de cheiros e sabores, dei de cara com um vulto escuro, parado perto da varanda. O vulto não se mexeu, parecia uma sombra, quase imperceptível, mas impossível não notar. Meus sentidos ficaram alertas, busquei ouvir sons e escutei passos leves fora do quarto, acho que no corredor, algumas conversas indistinguíveis chegaram aos meus ouvidos, mas assustadoramente nenhum inseto, nenhum bicho, nenhum pássaro. O silêncio desse local me causou arrepios, piorados pela presença do vulto escuro.

Cuidadosamente me aproximei do vulto, tentando distinguir algo, pronta para botar fogo em tudo, mas o vulto desapareceu antes que eu chegasse lá. O que era? Olhei pela varanda e, para minha surpresa, havia vultos no jardim, a maioria parada. Percebi que assim que começavam a se mover eles desapareciam.

Então escutei a voz de Siluan, distante, avisando que eu havia retornado. A voz de Lance chegou até mim, agradecendo o gênio. Ele sempre avisa eles? Ansiosa, desviei minha atenção da varanda, à espera. Os passos firmes de ambos se aproximando. Então era por isso que eles sempre chegavam pouco tempo depois que eu chegava. Busquei pelo quarto um sinal do vulto, mas não o encontrei mais.

E então os dois entraram no quarto. Perfeitos. O desejo por eles arrepiou meu corpo, percorrendo minha coluna e eletrificando toda a extensão da minha pele. O cheiro deles me atingiu suavemente, trazido pela corrente de ar produzida quando abriram a porta. Inebriante. Me vi caminhando até eles com pressa, sedenta, faminta. Abracei sem hesitar Lucien e o beijei, tentando arrancar as roupas dele. Ele me correspondeu com o mesmo fogo. Lance nos abraçou, sua mão envolvendo meu seio, me fazendo gemer contra os lábios de Lucien.

- Pequena. Você emagreceu! - Lance comentou.

Eu sei que emagreci, está difícil comer. A maior parte das coisas me causa náusea ou ânsia de vômito. Mas há coisas mais importantes agora. Devorar ambos. Por isso ignorei a fala dele e agarrei sua mão contra meu seio, pedindo silenciosamente por mais dele. Que ele cale a boca e me possua. Com pressa, rasguei a camisa de Lucien e de Lance, me deleitando na pele de ambos. Deixei os saborosos lábios de Lucien e busquei Lance, com sofreguidão.

Lucien arrancou as próprias roupas, as do irmão e as minhas. Em segundos eu estava livre e pulei no colo de Lance, envolvendo a cintura dele com minhas pernas. Rápido, ele agarrou minhas coxas, me dando suporte. Senti Lucien enfiar a mão entre meu corpo e de Lance e ajudar o irmão a entrar em meu corpo, para em seguida guiar o próprio pau para dentro de mim. Apoiei meu tronco do corpo dele inebriada por finalmente me satisfazer. Quase um ano sem sexo, sem conseguir sequer me masturbar, torna o encontro com eles divino, sagrado. Nossas carnes se chocaram preenchendo o ar com a sinfonia erótica de sexo, me fazendo rir de felicidade.

Nos devoramos por algum tempo até que um delicioso orgasmo me tirasse de órbita, feliz nos braços dos dois dragões. E então ficamos deitados, com os corpos suados entrelaçados. Vi Maya e Nya entrarem com os conhecidos lenços úmidos e quentes. Não gostei da intrusão de ambas, fechando o rosto sem perceber. Eu estava curtindo ambos, não quero mais ninguém perto deles. Vejo ambos pegarem lenços e começarem a me limpar. É confortável, mas a presença das duas me irrita. Me sento na cama e me cubro com o lençol. Assim que ambas saem os dois me olham, curiosos.

- Está tudo bem, Lyta? - Lucien me perguntou.

- Por que elas tem que entrar quando ainda estamos relaxando? - Questionei de sopetão.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora