Olá, Aldaron.

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Mais um capítulo. 

Conselho do dia: quando trocarem seu teclado, confiram o layout dele. Nem todos obedecem o mesmo e, quando você muda, precisa se adaptar ou ter uma excelente memória.  Meu novo teclado é LINDO, mas to sofrendo aqui com essas teclas em lugares diferentes do meu anterior.

Desabafo e dica feito, preparem uma bebidinha para se hidratar, e boa leitura. 

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PDV Lyta

Despertei de um sono sem sonhos, onde as únicas lembranças eram as sensações de que coisas ruins aconteciam. A mulher de longos cabelos brancos estava em todos eles, como um fantasma assombrando meu sono. Nunca falava nem interagia comigo, mas seus olhos sempre me encontravam. Lucien estava sentado ao lado da cama, os pés na beirada, braços cruzados, me encarando com seriedade. Lance estava de costas, encarando a varanda, a silhueta desenhada pelo sol da manhã.

- Bom dia, Pequena. - A voz gentil de Lucien soou estranha aos meus ouvidos. Rouca, cansada. Olheiras discretas haviam encontrado morada sob seus olhos.

- Lyta? - Lance se virou quando o irmão me cumprimentou e ele também parecia cansado.

- Bom dia. - Respondi me espreguiçando. A sensação de ter dormido demais. Enquanto meus músculos se alongavam, as lembranças de ontem me atingiram. Do nada, os olhos de Aldaron passaram rápidos pela minha memória. Eu precisava vê-lo.

Me sentei na cama, percebendo que vestia uma espécie de baby doll preto, macio como nunca vesti nada, perfumado com o cheiro de flores e madeira. Flores que eu não conhecia, mas quase pude visualizar enquanto seus nomes fluiam em meu cérebro vindos de lugar nenhum. Madeira igualmente desconhecida, mas parecida o suficiente com o cedro atlas. Conforme visualizava as fontes e composição do aroma adocicado e resinoso me dei conta que a origem não era o baby doll, mas meu travesseiro. E dele havia se espalhado para minha pele, cabelo e o top que me cobria. A ideia de ter sido vestida, com algo para dormir, um momento que ambos sempre estavam nus, provocando algo desconhecido em minha mente.

Aos meus pés uma pedra cinzenta chamou minha atenção. Ela parecia ser uma pedra comum, ao mesmo tempo emanava uma sensação calmante e protetora. Alguns segundos encarando o minério e a palavra veio antes que eu refletisse, uma rocha lunar. Uma que me fazia sentir conforto, como se estivesse em casa. Lágrimas encheram meus olhos e secaram rapidamente sem que eu entendesse o motivo. Toquei delicadamente a rocha, que me inundou de imagens do meu mundo natal, como se ela tivesse visto tudo que eu nunca veria e agora me mostrasse para me manter atualizada.

Um colar emanava calor, emanava uma magia delicada, que tocava meus poros e me envolvia com suavidade. Ele também me trazia conforto e proteção. Mas um conforto diferente, não o da minha casa. O que era aquilo?

- Lyta? Lyta? - A voz Lucien me tirou do estado de confusão recém desperta e o encarei, tentando entender o que ele queria. - Do que você se lembra?

Minha primeira reação foi contar a verdade. A imagem da mulher branca assombrando minhas lembranças. Mas assim que abri os lábios, me lembrei de como ela olhava o outro dragão. O de olhos metálicos. O desejo, amor e ódio, temperados em loucura pura. Algumas sensações que reconhecia em mim em relação aos dois dragões em meu quarto. E o som não saiu. Eu não conseguiria. Eu não confiava neles para isso. Os olhos de Lucien sempre pareciam querer o meu melhor, mas eu sabia que nunca poderia confiar neles para nada. Eles poderiam ter sido meu norte, meu porto seguro, meu conforto. Mas nunca se concretizaria.

- Lyta? Preciso saber para te ajudar, te proteger melhor. - A voz de Lucien me lembraram como os olhos da mulher se afilavam como os de um réptil quando seu rosto se contorcia em ódio, para em seguida lágrimas de dor escorrerem de seus olhos, as mãos acariciando Liam como se ele fosse precioso.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora