A Escrava dos Dragões

Um Desastre de Encontro

Estamos caminhando para o fim deste arco, e logo iniciaremos o arco final.

A partir de agora as coisas vão começar a mudar, e vamos entrar na minha fase predileta e que eu estava louca para contar.

Espero que gostem.

Tome seu banho de sol!!!!

Fui!

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PDV Lucien

A essência de Lyta está se modificando. O rancor e veneno de suas atitudes em relação a Aldaron, a forma segura com que ela exprimiu seus desejos, revelam isso. O que eu pensei serem mudanças basicamente físicas e mágicas, na realidade podem ser representações de profundas mudanças emocionais e morais. Eu sei que a personalidade dela vem se tornando cada vez mais segura, autônoma, o que me pareceu ser fruto do crescimento de seu conforto em meu mundo e o aprofundamento de nossa relação. Mas escondida em nossas habitações não notei que as alterações não eram nesse sentido, mas em outro mais obscuro.

O que me incomoda é que personalidades não mudam assim. Uma vez que uma personalidade é mapeada, sua estrutura básica não se altera, isso é um regra aplicável a todas as raças que já estudamos. Para piorar, as mudanças dela não estão descritas em nenhum livro, nenhum lugar sobre fadas dragão. O que me força a questionar se ela é mesmo uma representante dessa raça? Se é, por que ela é tão... diferente? Fadas dragões são descritas como donas de uma personalidade essencialmente gentil, amorosa, curiosa, devoradora de livros e conhecimento. São cientistas e pesquisadoras natas. De todas as profissões que elas assumem, invariavelmente elas são relacionadas ao saber, ao estudo, ao progresso harmonioso com a natureza. Dizem que a sabedoria e o conhecimento delas era incomparável para qualquer outra raça conhecida.

Essa característica da raça se reflete nos lugares construídos por elas, verdadeiros santuários em nosso mundo. A cidade natal delas, Salyuth, e as cabanas de segurança espalhadas por diversos locais de nosso mundo seguem funcionando perfeitamente sem nenhuma necessidade de consertos. Salyuth é um paraíso gravado em nossas terras. Com moradias auto suficientes, um sistema de defesa que o tornou ponto de referência em emergências, e uma extensa rede de fábricas automatizadas e integradas à natureza que até hoje fornecem boa parte da nossa alimentação e medicação, além de matérias primas essenciais. Única fonte de magik conhecido no universo, e a razão de estarmos tão avançados em relação a qualquer outro povo encontrado.

As cabanas, espalhadas em pontos estratégicos, embora aparentemente caóticos, garantem a segurança de viajantes contra o tempo violento de nosso mundo, onde tempestades elétricas, de ventos e água, de areia e neve ou até mesmo fogo, costumam ser perigosas o suficiente para ferir até mesmo dragões, especialmente os mais novos e menos experientes. Milênios se passaram e nenhuma obra feita por elas ruiu ou sequer se desgastou, os tecidos produzidos parecem ter sido produzidos ontem, suas tecnologias, que até hoje não compreendemos, seguem sem precisar sequer de manutenção, funcionando ininterruptamente. O desperdício em Syliuth era e ainda é zero. Todos os resíduos são reintegrados à natureza sem nenhum prejuízo e há pontos de proteção para todas as espécies animais conhecidas, permitindo que os animais se recuperem protegidos. Nem mesmo nós conseguimos invadir esses espaços após milênios. Em todo lugar, a herança delas foram bençãos que tornam nosso mundo único e especial.

E então temos Atienya, a fada dragão que liderou o êxodo delas. Uma guerreira que, pelo que sabemos, sofreu ao ser capturada por um dragão sem parceira, que forçou Atienya a se deitar com ele inúmeras vezes, machucando-a seriamente a ponto de fazer com que a última rainha conhecida, Frigg, exigisse dos dragões a captura e morte do dragão responsável, e o resgate de Atienya. O parceiro de Atienya era parte da força que a resgatou, e se revelou um parceiro igualmente cruel. O suficiente para que ela mesma o matasse, algo inédito na história. Nós sabemos que as fadas dragão se foram por culpa dos nossos crimes, é ensino nas escolas.