Preparativos

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Eu falei que o livro não acabava!!!

Jamais! Agora que começa a parte legal! Eu acho ao menos. Sempre amei o tema vingança e justiça, e quão tênue é a linha que os separa, especialmente aos olhos dos que foram vítimas.

Inclusive, vai uma confissão aqui: assim que eu terminar esse livro, quero reduzir as partes mais pornográficas, pois acabou tendo muito mais destaque do que eu planejei inicialmente.  Culpa do meu passado de One Shots pornográficas sabe?

Acham que seria ruim? Sei lá, fico pensando que o começo podia ser menos descritivo, sabe?

Ao mesmo tempo me debato contra essa ideia pois a essência desse livro é violenta mesmo. Ele é baseado em relatos violentos. Enfim, pensamentos e pensamentos. Até que a decisão seja tomada, sigo até o final.

Outro assunto: não façam com a Lyta que se agarrou emocionalmente (ainda que magicamente e compulsoriamente) a uma esperança de que algo ruim iria melhorar. Se a pessoa ao seu lado não mostra com ações que te ama e que é confiável, não vale a pena ficar ao lado dessa pessoa. Se liberte para que alguém melhor encontre espaço na sua vida (ou não, solidão é bom também).

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Ah! Sim. Os capítulos vão sair um pouco mais devagar agora (estou calculando uma semana e meia a duas), pois eu só tenho o esqueleto dessa parte, e poucos capítulos efetivamente escritos, então vai demandar um pouquinho mais de tempo, já que eu escrevo e depois releio algumas vezes na tentativa (às vezes inútil) de evitar repetição excessiva de palavras, reduzir meus vícios linguísticos e tentar revisar a ortografia.

Agora pega um chá, café ou agua, fica confortável e bora para o capítulo do dia.

Fui!

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PDV Lys (Nova personalidade de Lyta)

Encaro a cena quase parada no tempo, uma fotografia do passado imediato. Uma poça de sangue tingindo o chão de vermelho vivo e intenso, a marca de meus pés nela. Nas paredes, espirros de sangue compunham um padrão macabro caoticamente decorado pelo chicote até o teto, pintando um cenário que ficaria bem em um filme de terror. Combinava com a vida que levamos até o momento, e eu nunca perdoaria os dragões por essa ser última visão dela. Toquei com a ponta dos meus dedos a coleira inerte, sentindo sua frieza e dureza, e a leve magia emitida, quase imperceptível. Completando a cena, almas perdidas de escravos mortos com seus olhos vazios direcionados para o mesmo ponto no espaço: o local por onde desapareci. Encarando seus rostos derrotados fiz um juramento silencioso de ajudar cada alma a encontrar seu rumo depois que terminasse minha vingança.

Voltei meu olhar para o dragão de gelo, flutuando no ar enquanto tentava me alcançar. Ele não viu o que estava por vir, cego como todos os dragões que nos levaram a abandonar nossa raça parceira. Seu rosto distorcido em fúria e insatisfação, seu corpo numa cena digna das olímpiadas. Me virei para Lucian e o encontrei com uma lágrima escorrendo pelo rosto, um sorriso triste, o rosto virado para a janela. Finco minhas garras em minhas palmas até que meu sangue flua para o chão, contendo o desejo feroz de enviar uma bomba pelo portal e matá-los. Mas a promessa feita à Lyta me contém. Encaro a cena novamente. Patéticos.

Sem gastar mais do meu tempo na cena, me viro e sigo para o centro da biblioteca. Como imaginei, encontro produtos para tratar minhas feridas, o que faço com calma, cuidado e atenção. Incapaz de cuidar adequadamente de minhas costas, conjuro um boneco com a imagem da mãe de Lyta e peço a ela ajuda para cuidar dos ferimentos. Seus gestos são delicados e gentis, mas carente do elo profundo de uma mãe quando cuida da cria ferida. É melhor do que nada e atenua minha saudade de um tempo em que eu não existia, de pessoas que nunca conheci. E me pergunto se algum dia encontrarei, já que essas pessoas teriam medo do que sou hoje.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora