Pesquisando I

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Desculpem o atraso! Semana passada foi o caos.

Teve dia que não bebi água direitinho.


(╥﹏╥)


E você, já bebeu agua hoje?

Bora hidratar esse corpo!!!!

Fui!

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PDV Lyta.

Entrei na Biblioteca decidida, irritada e frustrada. Lance e Lucien me deram nos nervos. Lance teve a capacidade de dizer que o pai deles está me enganando, pois as Fadas Dragões desapareceram há milênios. Eles pareceram honestos... Mas eu sei que Heron está falando a verdade, ele sabe o que eu sou. Ele também falou das joias e o efeito dela em mim, o que Lucien e Lance, de maneira suspeita, se esquivaram para me responder. Eu não tenho nenhuma razão para acreditar neles. Mesmo assim minhas emoções desejam acreditar, o que apenas me sugere que Heron estava falando a verdade. Essas joias manipulam minhas emoções, meus desejos.

Um grito de frustração saiu do meu âmago, e me peguei chorando sem sequer entender o motivo. Meus instintos me dizem que Heron é extremamente perigoso para mim, mas Lance e Lucien não desmentiram o que ele disse sobre a coleira moldar minhas emoções. Algo que finalmente faria sentido. Eu deveria odiá-los. Eu uso uma maldita coleira de escrava por causa deles. Eu sou escrava deles. Tratada como uma escrava, sem liberdade de ir e vir, tendo que me submeter à força a ambos. Punida por eles. Já fui machucada de formas que eu nem sabia que era possível, estou vivendo um pesadelo. Flertei com o suicídio mais vezes do que consigo me recordar. E ainda assim meu coração deseja ambos, meu corpo se derrete por eles, mesmo quando me ferem.

Minhas memórias sobre os meus primeiros meses naquele mundo são simplesmente infernais, mesmo que eu saiba que há buracos nela. Há coisas que não me lembro, por mais que me esforce. Não lembro de dias, de ocasiões. As ordens dos acontecimentos estão confusas. Eu sei que Lance me encontrou primeiro e... ele me violentou. Mas eu não lembro do que senti, não tenho raiva. E ele me machucou por horas. Depois Lucien fez o mesmo. Eu não entendo o motivo. Racionalmente não faz sentido. Mas se a coleira fizer o que Heron falou... Finalmente eu entenderia. Eu achei que era a diferença de tempo. Se meus cálculos estiverem corretos, fazem cerca de cinco meses que eu cheguei a esse mundo novo. Mas na Biblioteca... Já foram quase quinze anos. Um tempo precioso em que estou estudando, aprendendo.

Mas os dois realmente não sabem que sou uma fada Dragão? Se não soubessem, por que me deixar vir para a Biblioteca? Qual o plano maligno de ambos? Eles são dragões centenários, que se orgulham de destruir mundos, de guerrear, levar destruição, dor e sofrimento a outros mundos. Eles se orgulham da dor que produzem. Eles gostam de me causar dor. E se eles desejam escravizar todas as fadas dragão? E se nós somos a próxima raça alvo deles? Pensei no meu mundo, na escravidão aplicada à minha familia, minha mãe, minhas primas. E o pensamento me congelou.

Por que estou enfrentando isso? Que mal eu fiz em outra vida para passar por essa merda? Eu devo ter sido uma nazista desgraçada para ter que passar por isso... Ou talvez a Deusa me odeie. Ou Deus. Certamente eu fiz algo horrível. Algo cruel e maligno. Fiquei no chão da Biblioteca, afogada em pensamentos, abraçada às minhas pernas, fungando e deixando que as lágrimas lavassem um pouco do meu inferno pessoal. Mas quanto mais eu chorava, mais eu queria chorar. Até que meus olhos arderam, como se estivessem em carne viva, as lágrimas secaram, como se eu fosse um rio desidratado, morto. Finalmente levantei meu rosto e encarei a prateleira à minha frente sem nada ver, sentindo meus olhos inchados. Olhei ao meu redor, a mente vazia.

Finalmente me enchi de coragem, respirei fundo e me levantei. Encarei o quarto de Lucien, minha gaiola há tempo demais. Os livros sobre a história do Império dos Dragões que Zaya me enviou, junto com um teste final sobre a Escravidão nesse mundo. Sorri amarga. Prova de conhecimentos em escravidão. Na Terra, meu mundo natal, isso seria criminoso. Não que eu ignore o que acontece no meu mundo, meu antigo trabalho era de Cientista Política. Eu sei bem até onde vai a maldade do ser humano, como podemos ser demoníacos. Mas enquanto raça humana, estamos crescendo, evoluindo. Nenhum lugar do mundo trata mais escravidão como algo normal, ainda que num passado recente demais isso fosse café com leite. Especialmente no meu país, Brasil, um dos últimos países a erradicar a escravidão. Ainda sofremos com trabalho escravo globalmente e trabalho análogo à escravidão, mas é ilegal e praticado por almas criminosas.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora