A Escrava dos Dragões

O que vamos fazer?

*CAPÍTULO NOVO.

***************

PDV Lucien.

Observei a morena deitada em minha cama, espalhando seu cheiro delicioso em meus lençóis. Seu corpo enfaixado, coberto com a camisa do meu irmão, é uma visão do inferno. Eu não acredito que falhei ao ponto dela levar uma surra tão intensa que precisou de dois dias no hospital para o pior passar. Dois dias sedada, com tratamento intensivo, contenção de diversos pontos de inflamação. Os seios dela estavam tão machucados que foi preciso aplicar medicação injetável diretamente nos pontos que estavam inchando.

Eu sabia que ela precisava de mudança depois daquele bastardo. Eu já torturei seres o suficiente para saber que, quando uma alguém passa por qualquer tortura prolongada, ela precisa de mudanças. Lance vai renovar a decoração do próprio quarto, pois ele também sabe. Ela deve ter conectado tudo à sua dor, que silenciosa, apenas cresceu, se aprofundando dentro dela. Como eu pude não perceber que seu sorriso era falso? Que sua obediência e submissão eram falsas? Apenas um instinto de sobrevivência guiando ela? É apenas com ela que fui cego? Outros escravos meus também já passaram por isso? Preciso enviar todos para uma análise emocional e mental mais aprofundada.

E nossos testes seguem incapazes de ler ela adequadamente. Isso está acontecendo por causa da magia dela, que afeta todos os equipamentos mágicos que se aproximam dela, alterando os leitores de forma caótica. Equipamentos comuns funcionam regularmente, mas a magia responde a ela de uma forma que nunca vimos antes. E me preocupa. Eu não quero que ela pertença a uma raça poderosa, e que tenhamos que matá-la e exterminar a Terra, como fizemos com Aengels, Daemons, Vampiros e as Fênix.

E há esse fenômeno estranho de dias atrás. Lyta voltou da Biblioteca absurdamente diferente de quando foi. Com cheiros estranhos, de nenhum ser, mas usando perfumes irritantes, o hálito com cheiro artificial fresco, os cabelos sem a mesma definição, parecendo ressecados, a pele sem nenhuma marca do sexo que fazemos, e ela sempre carrega algumas marquinhas no corpo. Os pelos pubianos estavam mais compridos, sua sobrancelha não estava aparada, e ela estava extremamente apertada, como se não fizesse sexo há muito tempo. Foi o que Lance disse, e ele já aprendeu como o corpo dela funciona.

E ela não tinha nenhuma lubrificação, sendo que nós dois sempre a deixamos devidamente lubrificada, com o óleo que serve a múltiplos propósitos. Nossa massagem nela, durante o banho não é mera diversão, é a aplicação de um óleo que foi desenvolvido só para ela, e adaptado todo mês conforme a necessidade do corpo dela. Atualmente já são quatro óleos diferentes, uma para cada fase do ciclo de fertilidade dela, ajudando a minimizar os efeitos das oscilações hormonais que o corpo dela sofre ao longo do mês. Externamente, o óleo cuida da pele dela, faz uma barreira protetora para reter bem a hidratação da pele, ajuda na elasticidade, trata manchas, ajuda com a recuperação dela dos hematomas que ela ganha no sexo conosco, além de conter medicação para equilibrar o que os hormônios provocariam nela, como inchaço, espinhas, má circulação, cólicas. Internamente ele também protege sua estrutura delicada, a hidrata, aumenta sua elasticidade, combate qualquer tipo de infecção que poderia derivar do excesso de sexo que fazemos com ela, e a mantém lubrificada, pois os óleos são lubrificantes preparados para durar até dois dias.

Eu e Lance sabemos que precisaremos ficar atentos a ela, especialmente por ter parecido que o tempo passou para ela, mais do meras três horas. Seus pelos pubianos, sobrancelhas e cabelo revelaram a passagem do tempo. E seu comportamento era outro, completamente diferente. Minha Pequena escrava estava eufórica em nos ver, cheia de tesão, nos atacando de vontade de estar conosco, nos cheirando. Nunca uma escrava se mostrou tão... ardente.

E tudo para que o inferno nos colidisse. A forma como ela finalmente desabafou... O desespero que veio à tona, em sua voz, gestos, em todo seu corpo. Me assustou. Eu não me surpreenderia se ela estivesse pensando em suicídio já. Ela não conseguiria se matar, mas a mera ideia de que ela possa ter cogitado, me assusta. Parece que tudo que nós gostamos e estamos acostumados machuca ela de alguma forma. Apenas no sexo que realmente conseguimos agradar ela. E ainda assim, ela ainda carrega memórias ruins pela forma como Lance abusou dela, a forma como eu e ele a punimos. Ela deixa escapar em pequenos comentários, perguntas, na sua reação facial. E mesmo sendo capaz de ler ela, eu falhei miseravelmente em identificar que tinha algo errado. Maldito Aldaron! Ninguém mais treina minhas escravas se não for sob o meu olhar atento.