Quem sou eu?

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*Capítulo Novo.

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Só há uma maneira de sobreviver, uma única chance. Conhecimento. Encarei a Biblioteca a qual tinha amplo acesso e busquei os livros na área das escravas. Eu precisava me tornar a melhor, ter as respostas na ponta da língua, treinar cada posição. Por questão de sobrevivência, precisei dedicar todo meu ser e intelecto a aprender o que Aldaron não me ensinava. Se eu fosse perfeita, meus donos encerrariam as aulas com aquele traste, antes dele me destruir.

Memorizei e treinei as posições de espera, de prontidão, de alimentação, de submissão, de exposição, de exposição da bunda, de inspeção, ajoelhada para frente e para trás, deitada no chão (eu chamei de virar tapete), pedido de perdão, aberta, Roda da Fortuna, as várias posições para ser punida na bunda. Era um universo gigantesco de posições sem fim.

Eu me esforcei para ser cada vez mais perfeita. Chupava o pau de Aldaron o mais eficientemente possível. Li livros sobre como agradar seres com penis, os pontos sensíveis, como chupar. Sozinha, treinei técnicas para dessensibilizar minha garganta dos reflexos de vômito, usando o cabo de um chicote da gaveta de brinquedos preferidos dos dragões. Eu nunca fui proibida de mexer ali, então usava. Maya e a Kitsune me viram várias vezes treinando, vomitando amplamente na vasilha que ficava no quarto para necessidades, caso não desse tempo de ir ao banheiro. Elas pareciam confusas. Minha garganta ardia, meus refluxos voltaram com força.

Em pouco tempo aprendi a relaxar minha garganta para que ele me fodesse como quisesse. Depois que me acostumei, treinei usar o reflexo de engolir quando o pau dele estava todo enterrada, massageando ele. Aldaron começou a gozar facilmente duas a três vezes na minha boca durante o treino. Ele usava uma boneca e me obrigava a chupar a boneca depois de ter a boca fodida por ele. A boneca dava sinais luminosos indicando meu sucesso ou falha. Tive que pesquisar como chupar bucetas, foquei nas fêmeas de dragão, provavelmente eram elas que eu teria que agradar mais. Como Zaya.

No treino vaginal e anal, ele incluiu consolos. Eu aguentava em silêncio, pois era assim que ele não me criticava. E sempre agradecia por sua generosidade em me ensinar. Agradecia por ele gozar na minha boca, treinar minha boca imunda. Agradecia por me ensinar a usar minha buceta suja e meu cu nojento. Era assim que eu sempre tinha que me referir ao meu corpo com ele. Me degradando e me destruindo.

E sempre me fazia vomitar, beber um líquido e vomitar de novo, e lavava minha boca com produtos que ele trazia. Odiava chupá-lo e mentalizava torturas, sofrimentos e mortes diversas para ele com seu pau em minha boca. Ele estapeava muito meu rosto, cuspia em mim cuspia dentro da minha boca e eu tinha que agradecer, me xingava de formas humilhantes enquanto me fodia. Minha garganta doía com a violência dele. Me acostumei a beber a urina dele, e passei a ser indiferente a urinar nos escravos no banheiro na rotina matinal.

Li todos os livros, entendi como funcionava a escravidão naquele mundo. Finalmente descobri meus deveres, o de servir a quase todos os desejos de meus donos. Como escrava capturada, eu não tive direito a um contrato, onde estabeleceria limites prévios, do que eu aceitava e não aceitava fazer. Lance e Lucien podiam me submeter a tudo para testar o que eu conseguia fazer sem ser "danificada". Como meus primeiros donos, era dever deles me treinar corretamente, mas também garantir que eu estivesse em perfeitas condições de ser vendida no futuro, caso desejasse servir a outros.

Compreendi meus direitos. Minha vida era inalienável, e se eu morresse, o dono seria considerado culpado, podendo ser punido com morte. Também não poderia ser traumatizada nem sofrer lesões físicas permanentes. Ao término do meu tempo de escravidão eu deveria estar em perfeita forma física e psicológica, exceto a passagem do tempo e as consequências psicológicas conhecidas da escravidão, eu deveria estar perfeita. Eu duvidei que algum dono algum dia tivesse morrido por matar, lesionar ou traumatizar um escravo. Duvido que exista sequer punição. Aquilo deveria ser um puta lenga lenga.

Após os cinco anos obrigatórios, eu não apenas receberia uma fortuna quando fosse libertada e teria uma vida confortável, mas Lance e Lucien teriam que me pagar uma taxa pelo resto da minha vida, uma idenização por terem me capturado. Pelo menos era o que os livros diziam. Eu teria direito a cuidados médicos gratuitos por toda a minha vida, bancada por eles também, salvo quando estivesse sob os cuidados de outro dono, caso optasse por me vender. Por ser capturada, eu teria acompanhamento psicológico semanal para toda a vida e o retorno financeiro era maior, pois minhas perdas eram consideradas maiores pela sociedade. Meu primeiro dono me bancaria financeiramente pelo resto de minha vida, garantindo um status social de classe média alta. Caso ele morresse antes de mim, a corte assumiria o contrato. E por isso capturar escravos exigia uma licença especial, que apenas a família real tinha.

Aquilo parecia bom demais, em termos de consequência para os escravos, certo? Por que alguém iria se vender uma segunda vez? Realmente havia punição? Eu estudei o suficiente na Terra para saber que o que está escrito não é o que é aplicado na vida. Especialmente quando se trata dos poderosos. E nesse mundo, esse papel é puro cocô de pombo. Onde eu acharia informações reais?

Os cinco anos de escravidão sempre me parececiam longos demais para o que eu estava vivendo. Eu estava treinando há dois meses com Aldaron e os pensamentos suicidas estavam se tornando cada vez mais intensos e constantes. Eu não me sentia capaz de atingir um ano, que dirá cinco longos e infernais anos. Aprendi a merda toda com a maior diligência e dedicação. Moldei meu comportamento para o máximo de perfeição possível. Lance e Lucien aprovavam minha evolução, me testavam com frequência. Fui levada a passeios, jantares, almoços. Dois meses e meus donos estavam felizes com meu comportamento, com meu conhecimento das leis, com meus avanços.

Eu engatinhava empinando a bunda, joelhos no chão, como os livros diziam que as melhores escravas faziam. Sempre parava e ficava na posição de alimentação da escrava, oferecendo meu corpo a quem quer que meus donos quisessem que me usasse, sem pudor ou restrições, exibindo o troféu deles. Era obediente, dócil, pacata. Aceitava qualquer coisa, me deixava levar e conduzir.

Lance e Lucien não me compartilhavam, mas me usaram publicamente mais vezes do que consigo me lembrar. Fui torturada pelas jóias durante algumas festas, inclusive descobri, da forma mais humilhante, que as jóias me dilatam se eles quiserem. Em um jantar, alguém pediu para ver dentro de mim, e eles deram o comando. As jóias abriram meu esfíncter e minha vagina, permitindo que qualquer um olhasse dentro de mim. E me mantiveram assim, aberta, a noite toda. Lance me fez gozar soprando ar frio nas minhas entranhas enquanto Lucien me chupava. Ainda tenho tesão quando me lembro.

Em outra ocasião, fui lavada por quase uma hora, até por dentro, e então a comida foi servida sobre o meu corpo, os convidados de meus donos se servindo em meu corpo, beliscando minha pele de propósito enquanto se serviam com pauzinhos. A comida foi reposta e eles seguiam comendo em um self service pornográfico. No final, Lucien pediu o especial da casa, e fatias de peixe cru foram encaixadas parcialmente dentro da minha buceta por um chef, depois de ser dilatada pelas jóias sob o comando de Lucien, formando uma cascata de peixes fatiados, que Lucien comeu diretamente onde foi servido, sob aplausos de todos.

Ontem os dois me colocaram na mesa, no meio de uma festa, na posição de alimentação da escrava. Essas festas costumam ter poucas pessoas, e pelo que entendi, apenas irmãos deles. A mesa girava, e senti meu corpo ser penetrado, mas não havia ninguém atrás de mim. Ainda assim, eu senti, o membro enorme deles me dilatar, abrir e me foderem, a distância. Conforme a mesa girava pude olhar para meus donos, completamente confusa, e vi o membro deles aparecendo e desaparecendo através de uma jóia dourada. Como eles podiam fazer isso? Passei a festa sendo exibida como as entranhas sendo fodidas por meus donos. Gozei mais vezes do que é saudável.

Sempre há muitos escravos nessas festas, é um verdadeiro bacanal. Eu sou a única com aparência humana, sempre. Os outros são diferentes de mim. Mas eu vejo eles me exibindo como um troféu. A fala de Zaya de que em breve ele começariam a me compartilhar me atormentando. Por enquanto eles estavam me exibindo, atiçando os irmãos, negociando trocas por meus serviços sexuais provavelmente. Como eu podia gostar dele com tanta força, se eu odiava o que eles faziam comigo com força igualmente potente?

Estou cada vez mais apática na ausência dos dragões. Apenas me largo onde estiver, e fico, encarando o nada, minha mente vazia. Os dragões são como uma droga, que me anima como uma força estranha ao chegarem, e me deixam vazia ao irem embora. E hoje, ao olhar um espelho, levei longos minutos para descobrir quem era a mulher estranha, de olhar vazio, que me olhou no reflexo.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora