Mais um capítulo no ar.
Não me xinguem, pufavozinho!
Rsrsrs
Fui!
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PDV ????
Analiso o dragão à minha frente. Cabelos platinados, olhos azuis como o mar, cheiro de neve em uma floresta de pinheiros, refrescante e fresco. Amor e ódio se misturam de forma doentia dentro do meu coração. Uma vontade intensa de correr para seus braços, lamber sua carne, senti-lo se enterrar dentro de mim, enquanto bebo do sangue que jorra de sua garganta aberta e rasgo sua carne abrindo sua caixa toráxica. Memórias jorram pelo meu cérebro enquanto vejo dragões assumindo sua verdadeira natureza. Não a de lagartixas de asas, mas a forma humanóide, com chifres, asas, rabos e pele escamosa. A disputa de temperaturas tornando o visual curioso.
Imediatamente noto, acima de mim, a cópia carbono do dragão de gelo à minha frente, esse de olhos dourados como lava quente, a lembrança do sabor de sua pele na minha mente desperta sensações conflituosas e intensas, agradáveis e desagradáveis ao extremo. Medo, ansiedade, confiança, tesão, desejo, traição, ódio e rancor são alguns que identifico. Minha pele queima de forma absolutamente desagradável sob a luz das duas estrelas potentes, uma azulada e outra branca, revelando a idade dos dois astros. Meus olhos lacrimejam intensamente, ardendo quase como se estivessem ressecando e atrapalhando minha visão.
Não consigo escutar direito o que é falado, mas vejo alguns rostos do passado. Gaius e Aszalia entre eles. Meus sentimentos não são confusos em relação a eles, especialmente não em relação a Gaius. Fúria transborda pelos meus poros e células como milhares de vulcões despertando em estado de total cólera, violenta e sanguinolenta.
Antes que eu tire meu tempo e pense adequadamente, uma cena pitoresca se desenrola ao meu redor. Vejo todos os dragões mirando em mim enquanto bafejam como jibóias na minha direção. Percebo que eles se organizaram por tipo. Gelo com gelo, fogo com fogo, luz com luz, e por aí vai. Meu escudo se levantou, protegendo minha carne das temperaturas e condições extremas, os elementos ao meu redor e atrás de mim se deformando em formatos únicos, formando elementos incomuns.
Mas não dura muito, subitamente um corpo se posta à minha frente, bem como outros, formando uma espécie de escudo vivo. Acompanho curiosa enquanto o elemento que me protege retorna lentamente para dentro do meu corpo, nas minhas células. Pela primeira vez reparo que ele se abriga dentro de mim, mas não é parte de meu corpo, eu o sinto, estrangeiro às minhas células, ocupando o mesmo espaço que habito.
- Eles me mataram.
Escuto uma voz doce e gentil, amorosa e triste. Busco a fonte e a descubro em mim, mais exatamente dentro de mim. Uma bela garota humana, de pele clara como leite com um pingo de chocolate, bochechas vermelhas, lábios generosos, com grandes e expressivos olhos amendoados, ambos com a cor das castanhas mas com toques primorosos e artísticos de verde com dourado. Me reconheço no corpo frágil, na carne macia, nos ossos delicados, nas curvas voluptuosas. Ela sou eu, e eu sou ela.
A morte dela e minha me sufoca como se acontecesse agora. O momento exato em que ela desistiu de existir, o momento exato em que o fogo da esperança se extinguiu como um brilho fugidio que talvez nunca tivesse existido, e ainda assim a manteve viva por tempo suficiente para ser apagado completamente. Um fogo que segue apagado dentro dela, de mim.
-Tola! Eles a mataram! E você ainda os ama??? Idiota! Estúpida! Mereceu ser usada como uma puta sem nenhum valor além de ser fodida e servir.
A voz amarga vem de outra, uma que compartilha a base da primeira, de Lyta, mas com cabelos e olhos feitos de ouro, traços afiados sem nenhuma doçura, um sorriso sacana, cruel. Rancorosa e com memória eidética. Garras no lugar de unhas, asas longas e primorosas, igualmente douradas. Ossos leves mas resistentes, músculos bem formados. Um corpo pontiagudo, feito todo de lâminas. Seus dentes afiados sempre prontos para arrancar pedaços. Lys. Ela sou eu, e eu sou ela.
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A Escrava dos Dragões
FantasyEla vem da Terra. Eles do Reino dos Dragões. Ela nunca viu a guerra. Eles são conquistadores. Ela é de uma raça perdida. Eles de uma raça dominadora. Eles a escravizaram. Ela foi torturada. Eles se apaixonaram. Ela deseja vingança. ***A ATUALIZAÇÃO...