A Escrava dos Dragões

De Volta

*Revisado.

Vocês preferem diálogos em aspas ou usando travessão?

Bebam água e comam bem.

Fui.

************

Encarei a Biblioteca dos Dragões e não vi movimento. Ninguém estava ali. Abri a porta, e sai. Infelizmente, sou obrigada a retornar para o mesmo lugar por onde acessei a Biblioteca. Vi a hora. Quase hora do almoço. Há dois dias que estou me preparando para voltar. Não posso ficar lá, isolada do mundo, ou vou enlouquecer. Minha única opção de saída é voltar para cá. Poderiam ter feito a Biblioteca deixando a gente ir para outros lugares... Ninguém pensou em uma Fada aprisionada?

Bem ou mal, também sinto falta de Lance e Lucien. Sinto saudades deles, de seus braços, de suas conversas, do cheiro deles, da pele, do gosto. Meus sentimentos são conflitantes. Uma parte minha não quer estar aqui. Outra estava doida para voltar. É desagradável estar nua novamente, mas eu não poderia voltar com roupas, ou eles desconfiariam. Um frio na barriga me consome, realmente o tempo não passou aqui?

Tento me lembrar do que eu devo fazer, mas faz muito tempo. Me recrimino por não ter anotado coisas quando cheguei lá. Vou para o sofá e pego um livro. Acho que eu fingia ler esse aqui, para escravas. Céus. Por que eu tenho que ler essas merdas aqui? Dispenso ele e vou pegar outro, caminhando ereta, como me reacostumei a fazer.

- Lyta?

Me viro lentamente, e vejo Zaya me encarando.

- Sim, Zaya? - Pergunto desconfiada.

Ela ergue uma sobrancelha. Eu fiz algo errado? Encaro os livros para disfarçar meu nervosismo.

- Você está procurando algo?

Corro os dedos aleatoriamente pelas lombadas, minha respiração rápida. Ela não falou nada sobre o tempo que estive fora. Quase um ano e ela não falou nada! Céus! É verdade! Me sinto tomada de euforia mas tento controlar.

- Um livro interessante para ler. Quero saber mais sobre a história dos dragões. – Falo com um sorriso no rosto, sem conseguir controlar a felicidade.

- Algo específico?

- História antiga. Quero testar meu dracônico antigo.

- Certo. Está na hora do almoço. Eu separo alguns livros para você amanhã, pode ser?

- Prefiro levar algum comigo, se for possível.

Ela me encarou por um longo tempo.

- Claro. Venha comigo.

Eu a segui, de pé. Ela me olhou e parou.

- Você não está esquecendo algo?

Puxei da memória o que eu estava esquecendo. Merda! Engatinhar de quatro! Caralho! Como eu podia esquecer? Eles e suas malditas humilhações. Me agachei, repetindo internamente que, a partir de agora, eu estava em contagem regressiva. Que logo, eu não passaria mais por aquelas merdas. Ela me entregou um livro e disse que eu podia levar esse. Havia várias cópias dele na Biblioteca.

- Obrigada.

Ao reencontrar Lance, pulei em seus braços, saudosa. Minha memória me dizia coisas maravilhosas dele, me lembrava de todos os orgasmos deliciosos e de todas as vezes em que ele tinha sido gentil e delicado comigo. Eu o beijei, cheia de saudade. Surpreso, ele me abraçou e beijou, caminhando abraçado comigo pelos corredores enquanto eu contava que queria aprender mais sobre a história dos dragões, sobre ele.

- O que você quer saber, Pequena? É só perguntar.

- Qual o seu nome completo?

- Lance apenas. Não temos outros nomes.