Interrogatório

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*Revisado.

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PDV Lance.

Saí da sala com ânsia de espancar alguém. E eu tinha um rosto em mente. Percorri os corredores na direção da prisão, desci as escadarias ao lado do meu irmão. Ambos estamos em silêncio, o sangue fervendo. Chegamos na prisão e, quando ia para a cela do elfo, pronto para descarregar minha raiva, fui detido por Lucien.

- Chame Tarius. Eu quero arrancar a verdade de Aldaron. – Ouvi meu irmão falar um dos guardas, com uma calma que eu não canso de pensar que destoa da sua natureza. Dragões de fogo são famosos por serem impulsivos, mas Lucien sempre é calmo e tranquilo.

Respiro fundo, acalmando meus nervos. Dou um murro na parede e fecho os olhos. A imagem dela, a pele toda marcada, invade minha mente. É melhor eu não ficar sozinho com o bastardo, ou vou desmembrá-lo. Somente eu posso marcar a pele de Lyta. Eu e Lucien. Lembro que Aldaron estava fazendo sexo com ela! A condição dela para meu irmão foi não ter que servir sexualmente ninguém além de nós dois. Ele desrespeitou ela de formas... E a espancou e deixou para morrer queimada, imobilizada. Ao menos eu teria o prazer de me vingar.

- Podem parar de bufar, o clima está úmido como uma sauna. Desagradável. – Abro os olhos e vejo Tarius, com uma maleta e Flinn.

- Trouxe tudo que é necessário? – Lucien perguntou, calmamente. E explicou para Tarius a situação.

- Claro. O elfo vai cantar. – Tarius sorriu divertido. Sim, o elfo ia falar. – Mas acho melhor vocês não entrarem... Apenas assistam o show. – Meu irmão arrogante saiu com um gesto teatral, entrando no corredor da prisão.

Eu e Lucien fomos para a sala de espelho falso. Era melhor mesmo não entrar. Eu teria meu momento depois. Outro guarda entra com Tarius para coletar o depoimento.

- Ora, vejam, só. O famoso Aldaron em pessoa. Que tal te tirarmos daqui? – Tarius começa sua ladainha enquanto abre a maleta.

- Já passou da hora, Tarius. – Aldaron falou de queixo erguido, arrogante.

- Mera burocracia. Sabe como é. Um incêndio no palácio é sempre problemático. Algumas pessoas se feriram, escravos se feriram. Uma investigação está aberta. – Tarius preparou uma seringa com um líquido violeta.

- O que é isso? – Aldaron questionou sem perder a pose.

- Alquimia pura. Sabe como é. Estamos tentando entender o que aconteceu.

- Eu te digo o que aconteceu. A escrava do seu irmão botou fogo em tudo. Simples assim.

- Lyta? – Tarius fez uma expressão de surpresa, parando a seringa no ar. – Sério? Como? E por que ela fez isso? – Tarius perguntou, como se fosse a primeira vez que ouvisse aquilo.

- Porque ela é desobediente. – Aldaron mostrou confiança. - E não aceita seguir o protocolo de punição. E usou magia para escapar. Deplorável.

- Deplorável, verdadeiramente. E me diga, Aldaron. O que ela fez, para ser punida?

- Não aceitou ser corrigida nas posturas e foi respondona diversas vezes. – Ele respondeu rápido e firme. Como um excelente mentiroso.

- Sério?

- Sim.

Vi Tarius colocar a seringa na bolsa.

- Deve ser difícil lidar com uma escrava tão mimada quanto a dos meus irmãos.

- Demais! Cheia de manias e privilégios. – Aldaron estava mais confiante ao ver as mãos de Tarius sem a seringa. – Ela tem um péssimo comportamento e vive choramingando.

A Escrava dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora